segunda-feira, 29 de junho de 2015

"Democratizar o uso da vias públicas:Utpia ou Realidade com a Lei da Mobilidade Urbana"

nazareno_2Coordenador do Escritório da ANTP de Brasília e Coordenador Nacional do MDT (Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos, Nazareno Stanislau Affonso participou do 20º Congresso como provocador da Mesa “Democratizar o uso das vias públicas: Utopia ou realidade possível com a Lei da Mobilidade Urbana“.

Esta Mesa reuniu empresários, técnicos e ativistas da área de transportes:  Cristina Baddini – Diretora Presidente da Ctmac/Macapá;  Diana Marcela Daste Marmolejo – Pesquisadora Projeto Mobilidade Urbana – Instituto Pólis, Fundação Ford, IBDU; Luiza Gomide – Diretora do Departamento de Mobilidade da SEMOB do Ministério das Cidades e Marcos Bicalho – Superintendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU e o  Presidente da ONG Rodas da Paz


Com o foco voltado para os desafios de tornar realidade a Lei de Mobilidade Urbana, os participantes debateram como reconquistar o espaço da via pública para o transporte público, as bicicletas e pedestres, um dos grandes desafios da Lei.

A situação é desafiadora: a via pública se vê hoje apropriada pelos automóveis em mais de 80% (para circular e estacionar), enquanto a lei determina que a eles deva ser reservado no máximo 30%.

Decretar o fim de estacionamentos nas vias públicas centrais e corredores de ônibus para implantação de faixas exclusivas, aumento de calçadas e ciclo faixas foi um dos focos do debate.

sábado, 27 de junho de 2015

Prefeitos pedem aprovação de PEC dos precatórios e dinheiro para transporte


Folha de SP
Com uma lista de reivindicações, prefeitos de mais de 40 municípios pediram aos presidentes da Câmara e do Senado a votação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que discipline o pagamento de precatórios -dívidas decorrentes de decisões judiciais contrárias ao setor público- das principais cidades brasileiras. Os prefeitos também cobram a desoneração do transporte público, o repasse integral da Cide (tributo sobre combustíveis) para esse setor, assim como a proibição de novos gastos sem a indicação das respectivas receitas para os entes federativos, entre outros pleitos.
Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) defendeu a manutenção desoneração do setor de transportes públicos. Disse que seria um "absurdo” mudar essa fórmula ao lembrar das manifestações populares de 2013, que tinham como mote principal a defesa de tarifas mais baixas à população.
"Já vimos isso. Não se deve brincar com a possibilidade de termos que majorar ainda mais as tarifas de ônibus”, afirmou.
Haddad defendeu o compartilhamento com os municípios dos recursos da Cide que, segundo o prefeito, estão hoje concentradas na União e nos Estados.
"A Cide é correta, mas na ponta, quem tem que ser favorecido com a Cide é o transporte público e, portanto, nós das prefeituras”, afirmou.
Presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, Márcio Lacerda (PSB-PE), disse que a receita dos municípios cresceu meio ponto percentual nos últimos anos, enquanto as despesas aumentaram 5,8% -o que exige a aprovação de propostas que desafoguem as contas das cidades.

"É muito importante podermos constatar esse ativismo do Congresso que vem preencher uma lacuna na vida democrática e republicana do Brasil”, afirmou.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

ANTP, protagonismo e mudança, por Ailton Brasiliense Pires seu Presidente


A ANTP surgiu para consolidar um pensamento sobre o transporte público e a circulação nas cidades brasileiras em consonância com as características e peculiaridades de nossa realidade. Os Congressos e as publicações que organiza, as Comissões Técnicas e os estudos desenvolvidos em parceria com outros organismos, nacionais e internacionais, conformam a atividade da ANTP, assentada na congregação dos especialistas do setor.
Graças a isso, a ANTP se fortaleceu como formuladora de propostas para influenciar as agendas públicas. E exercita essa função congregando as entidades e os profissionais dos vários campos do transporte urbano.
Os Congressos realizados desde 1978 tornaram-se uma das maneiras mais importantes e significativas de produção de conhecimento e teses para o setor da mobilidade urbana. A cada dois anos, centenas de trabalhos são apresentados, enriquecendo uma biblioteca que está à livre disposição da sociedade.
Não à toa, a maior parte das teses acadêmicas da área de transporte e trânsito trazem na bibliografia a Biblioteca da ANTP como um dos itens de consulta. Os Congressos da ANTP, por isso mesmo, traduzem o vigor da participação de técnicos e estudiosos, de gestores públicos e de empresas privadas. Não será diferente nesta 20ª edição: fiel aos princípios que originaram sua criação, a ANTP continuará reunindo e promovendo o que melhor se produz para a melhoria do transporte urbano.

Ailton Brasiliense Pires - PRESIDENTE DA ANTP

terça-feira, 23 de junho de 2015

Blog faz cobertura online do 20º Congresso




A partir hoje, terça-feira, 23, primeiro dia do Congresso, o Blog (blog.antp.org.br) estará operando online, divulgando tudo o que ocorrerá nas dependências do Mendes Convention Center, local de realização do 20º Congresso. 
Terão espaço todos os jornalistas e assessorias de imprensa presentes para divulgar suas matérias, fotos e vídeos, montando um amplo painel de fatos, ideias e acontecimentos.

A ideia é manter informado quem não puder comparecer ao Congresso, ou ainda quem não puder ficar todos os dias. 
No Facebook (facebook.com/antpbrasil) também terá replica de  todas as matérias, garantindo ampla informação para todos.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Mobilidade sustentável, sonho ou realidade possível

Nazareno Stanislau Affonso
A universalização da propriedade e do uso dos automóveis e das motocicletas como política de mobilidade do Estado Brasileiro fez as cidades amargarem as consequências desastrosas para a qualidade de vida, nos grandes e médios centros urbanos do País: congestionamentos, poluição, incremento do número de mortos e feridos no trânsito, alto custo da urbanização e a segregação das populações de baixa renda em áreas deterioradas ou distantes dos centros de emprego, lazer, cultura.
Esse modelo criou cidades caras em razão dos espaços vazios, da concentração de prédios em áreas congestionadas, do aumento constante dos tempos de viagem e da perda de capacidade concorrencial das cidades, bem como da redução da produtividade dos trabalhadores. Ele pressupõe mais carros, mais vias públicas e mais estacionamentos e o transporte público e das calçadas entregue às regras de mercado, aumentando os custos dos deslocamentos e a oferta de serviços de transporte precários.
Diante da degradação dos meios de transporte coletivo nas últimas sete décadas, tem havido em inúmeras cidades brasileiras revoltas populares com depredação de veículos e instalações ferroviárias e também de ônibus urbanos. A mais recente dessas revoltas eclodiu em junho de 2013.
Curiosamente, esse modelo de mobilidade está próximo da falência, vitima das facilidades de compra de veículos novos, gasolina barata e estacionamentos  gratuitos ou a preços atrativos. A multiplicação da frota agravou o entupimento do sistema viário com o crescimento dos congestionamentos, demonstrando que a "liberdade” aos automóveis e motos tem limites e cobra o seu preço.
Felizmente, essa crise na mobilidade proporcionou as condições políticas para  a aprovação da Lei Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12), que propõe um quadro sustentável para a mobilidade no País, tendo como eixo básico o direito da população à democratização do espaço das vias públicas, incluindo calçadas e ciclovias. A lei tipifica outros direitos igualmente significativos, como a modicidade das tarifas, acessibilidade, controle social com conselhos locais, ouvidorias, audiências públicas, avaliações dos usuários, transparência dos custos e informação dos serviços, contratos licitados, restrição de circulação de automóveis e motos, e a exigência de planos municipais de mobilidade.
A Lei de Mobilidade Urbana garante a prioridade de uso da via para os pedestres e o transporte não motorizado, vindo, depois, o transporte público e, finalmente, os veículos motorizados particulares – exatamente o inverso do que é praticado. Determina que cada modo de deslocamento deve ocupar nas vias o espaço proporcional à demanda que transporta. Assim, às calçadas – território dos pedestres – e às bicicletas devem caber 40% do espaço, ao transporte público 30% e aos autos e motos, no máximo, 30%; mas o que ainda se vê são automóveis e motos ocupando 80% do espaço viário.
Parece um sonho ver nossas cidades transformadas, com calçadas largas, desobstruídas e acessíveis para as pessoas, inclusive aquelas com deficiência, com espaços de convívio e redes de ciclovias e ciclo faixas integradas aos sistemas de transportes estruturais como Metrôs, Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), ferrovias modernizadas e, também, corredores exclusivos e segregados de ônibus – os Bus Rapid Transit  (BRT) –  e faixas exclusivas para ônibus convencionais confortáveis e modernos com abrigos qualificados e informações aos usuários.Parece mesmo um sonho, mas é o que a aponta a Lei de Mobilidade Urbana.
E para os automóveis, há outro papel na era da mobilidade sustentável. Sua presença deve considerar a proibição para estacionamento nas vias de circulação destinadas ao transporte público e nas áreas centrais. Os automóveis utilizados como alimentadores do transporte coletivo, com a implantação de estacionamentos baratos e seguros junto às estações periféricas dos sistemas estruturais e nos terrenos das áreas centrais, terão as vagas e preços informados por meio de aplicativos.
A  Lei de Mobilidade Urbana veio acompanhada de uma mudança da postura do governo federal e dos governos das principais capitais do País, que deram os primeiros passos na construção da Mobilidade Sustentável. A cidade de São Paulo implantou de forma radical mais de 400 quilômetros de faixas exclusivas dotadas de monitoramento com câmeras e de abrigos qualificados; para que se tenha um parâmetro de comparação, em 2011, consideradas todas as cidades brasileiras, havia apenas 410 quilômetros de vias para livre trânsito de ônibus. O Rio de Janeiro também implantou faixas exclusivas e sistemas de BRT, o mesmo acontecendo em outras cidades, entre as quais Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.
Outro aspecto relevante são os recursos dos PACs para mobilidade urbana: R$ 153 bilhões, segundo dados atualizados da Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, compreendendo recursos do Orçamento Geral da União (OGU), financiamentos e contrapartidas de agentes públicos e privados para projetos que perfazem 1.169 km de sistemas metroferroviários, 6.252 km de sistemas estruturais de ônibus, os quais, quando implantados, criarão uma nova cultura de investimentos públicos na mobilidade.
A perspectiva de ver implantada a mobilidade sustentável requer, porém, um Ministério das Cidades forte, com  capacidade de gerir suas receitas, de capacitar e estar efetivamente presente em todo o País, assessorando os municípios na implantação e gestão de projetos voltados à integração das políticas de mobilidade com as demais políticas urbanas, concernentes à habitação, saneamento e planejamento urbano. E que venham acompanhados dos serviços essenciais de educação, saúde, cultura, esportes e lazer, propiciando às cidades a diversidade e a humanização dos espaços públicos, com qualidade ambiental e urbana.

Nazareno Stanislau Affonso - Urbanista da Mobilidade ; Coordenador do Escritório de Brasília da Associação Nacional de Transportes Públicos; Coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos-MDT; Presidente do Instituto RUAVIVA
Ponto de Vista
ANTP

Sobre o 20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito


Nesta semana, de 23 a 25 de junho, sera realizado o 20º Congresso de Transporte e Trânsito da ANTP, mesmo mês em que a ANTP faz 38 anos de vida. Com a palavra Plínio Assmann, fundador da ANTP e Ailton Brasiliense, atual presidente.


ANTP, desde a fundação até agora

Criada há 38 anos a ANTP não só é a mais antiga associação do país que reúne todos os envolvidos com o Transporte Público, como se tornou a única entidade com abrangência nacional nos diversos segmentos da mobilidade. Mantém ampla divulgação técnica do progresso setorial, a mais completa existente, tanto na forma literária, como em encontros especializados bianuais, como este 20º Congresso que ora realizamos em Santos.
Com o forte processo de urbanização no século passado - e o Brasil foi o país que mais se urbanizou no período - os conceitos de TP tiveram que ser mudados. Surgia no Brasil o conceito de Transporte de Massa, (Mass Transportation), usado então apenas nas maiores cidades do mundo. A necessidade do domínio tecnológico nacional logo se impôs, e a ANTP tornou-se o grande instrumento divulgador inicial, além de promotor desse desenvolvimento.
O século XXI impõe agora novas mudanças que afetam o Brasil e o mundo, reflexo de um capitalismo que não é mais regional ou nacional.
Nossas cidades, com pouquíssimas exceções, não acompanham a modernização da inserção global recente do Brasil. Hoje a mobilidade urbana e da carga são as infraestruturas de retorno social e financeiro mais rápidas que temos nas atuais condições. Cidades de um modo geral ineficientes do ponto de vista da produtividade humana - medida em termos de sua mobilidade -, e a fraca competitividade das cargas que demandam aos portos, requerem a busca por fontes alternativas para o investimento necessário.
É nas externalidades monetizáveis, calculadas no projeto, o local onde vamos encontrá-las. Tomá- las nos cálculos da engenharia financeira significa uma mudança significativa na forma dos estudos de viabilidade como são feitos hoje.
Vale a pena fazê-lo.
Tenho convicção de que a ANTP, que há 38 anos participa dos principais processos de mudanças, está apta a assumir também este desafio.

Plínio Assmann - FUNDADOR DA ANTP

Mobilidade e Conjuntura 
ANTP

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Faixa Reversível para ônibus na Avenida João Dias dá ganho de 90% no tempo percorrido

A implantação da faixa reversível para ônibus na Avenida João Dias, Zona Sul, reduziu o tempo de percurso do transporte coletivo de 08 para 01 minuto, representando uma economia de quase 90%.


Técnicos da Companhia operacionalizando faixa reversível na Avenida João Dias 

Esta redução foi provocada em virtude do aumento da velocidade média dos ônibus no trecho. Segundo estudos realizados pela Companhia, o índice saltou dos 8 km/h para 55 km/h, com ganho de 85% no ritmo de deslocamento.


Transporte coletivo ganha em tempo de deslocamento na faixa reversível 

A faixa está localizada no Sentido Centro-Bairro, entre a Rua Bento Branco de Andrade Filho e o Terminal João Dias, com funcionamento de segunda a sexta-feira, das 17h às 20h. No local transitam 54 ônibus por hora.
No sentido Bairro-Centro, a via exclusiva está implantada desde fevereiro de 2013, em 300 metros na Ponte João Dias, funcionando de segunda a sexta-feira, das 6h às 8h30.
A operação também gera benefícios expressivos ao trânsito local, onde os veículos com destino à Estrada de Itapecerica, Avenida Giovanni Gronchi (Sentido Centro-Bairro), e às Ruas Centro Africana e Bento Branco de Andrade Filho (Sentido Bairro-Centro) estão gastando em média de 1 a 3 minutos para completar o percurso.
Vale destacar que as faixas reversíveis são adotadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) desde 1986. As implantações existentes nas Avenidas Ordem e Progresso, Edgar Facó, Celso Garcia, Penha de França, M’Boi Mirim e Ponte do Piqueri colaboram para melhor fluidez do trânsito e mobilidade urbana, pois registram índices de redução de tempo na casa dos 90% em prol do transporte urbano.

Assessoria   de Imprensa - CET

Um plano de mobilidade inclusivo


O Plano de Mobilidade de São Paulo está em fase final de estudo e entrega pela Secretaria de Transportes de São Paulo. O estudo tem como objetivo principal a ampliação do acesso à cidade, contemplando, principalmente, a ampliação da rede de ciclovias e ciclofaixas pelos próximos 15 anos.
O transporte por fretamento deverá estar neste projeto, mas não terá a importância, nem a relevância, necessária. O setor ainda enfrenta sérios entraves como Zona Máxima de Restrição, proibição de compartilhamento de alguns pontos de parada do sistema público, bem como embarque e desembarque nas estações de trem e metrô.
O que vale ressaltar é que o transporte de passageiros por fretamento também é proibido de circular nas faixas exclusivas de ônibus urbano, no qual táxis com passageiros estão incluídos. É um descaso com a população que utiliza esse modal para deslocamentos e necessita também de uma atenção especial, uma vez que ele contribui – e muito! – para a mobilidade urbana na capital.
O fretamento está disponível para agregar ao conjunto de opções que São Paulo pode oferecer. Não faz sentido a proibição do uso nas faixas exclusivas e permitir seu acesso é uma maneira inclusiva de contribuir para o bom andamento do trânsito nessa metrópole, além de reconhecer o valor desse modal para meio ambiente e sociedade.
Já passou da hora de representantes municipais tomarem definitiva ciência de que o fretamento atende necessidades especí­ficas além de complementar o transporte público – retirando automóveis das ruas e transportando com qualidade diariamente milhares de trabalhadores e estudantes. Na Região Metropolitana de São Paulo o setor transporta cerca de 500 mil pessoas por dia! Número significativo que já justi­fica sua inclusão nas políticas públicas de mobilidade da capital. 

Jorge Miguel é diretor executivo do Transfretur (Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento e por Turismo da região metropolitana de São Paulo)
ANTP

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Motoristas e ciclistas: uma convivência possível

Aos poucos a bicicleta foi ganhando espaço nas ruas das cidades brasileiras e tornando-se um meio de transporte bastante usual. A Associa- ção Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Bicicletas, Ciclomotores, Motonetas e Similares (AbraCiclo) estima que mais de 24 milhões de pessoas pedalam diariamente e que 50% utilizam a bike como principal meio de transporte. No entanto, esse aumento de ciclistas contribuiu também para que os acidentes se tornem corriqueiros no trânsito, devido ao despreparo dos motoristas de meios motorizados em conviver em consonância com a bicicleta nas vias. Empresas apostam em treinamentos de convivência entre motoristas de ônibus e ciclistas para um trânsito mais seguro Motoristas e ciclistas: uma convivência possível Na expectativa de tornar o tráfego mais harmonioso entre ciclistas e motoristas, empresas de ônibus têm investido cada vez mais em campanhas e ações voltadas para essa relação. Em Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA) e São Paulo (SP), as empresas se juntaram às associações de ciclistas com a intenção de promover uma relação mais segura. Na cidade de Recife, a empresa Itamaracá transformou os motoristas dos coletivos em ciclistas durante um treinamento. Eles passaram pela mesma sensação de quem pedala quando está em ciclovia e um veículo grande passa ao lado. O treinamento foi realizado na garagem da empresa. Os ônibus passam a 50 centímetros dos motoristas em treinamento, que estão em bicicletas estáticas, fixadas no chão para evitar o desequilíbrio e uma queda com o susto. O curso conta com uma cartilha de boa convivência entre motoristas e ciclistas e palestras, em que debatem sobre o assunto e esclarecem dúvidas. Na Itamaracá, mais de 400 motoristas foram treinados e a iniciativa foi se expandindo. A Diretora de Marketing e Desenvolvimento Pessoal da empresa, Maria Amélia Bezerra Leite, enfatiza que o objetivo central do projeto foi sensibiJC Online Motoristas de ônibus fazem treinamento para boa convivência com ciclistas. 14 Revista NTU Urbano BOAS PRÁTICAS lizar, conscientizar e treinar todos os motoristas da empresa. “A intenção é promover uma direção mais segura, de respeito e proteção ao ciclista de forma a melhorar a relação no trânsito entre os ônibus e as bicicletas e incentivá-los a respeitar a legislação do Código de Trânsito, que também foi apresentada aos motoristas”, reforça. Em Porto Alegre, a empresa de ônibus Sudeste aplicou o treinamento na formação de seus motoristas e ao longo dos meses vem realizando o procedimento com todos os funcionários. Já em Florianópolis, o projeto foi abraçado pela empresa Canasvieiras Transportes que também incluiu a prática na formação dos motoristas. Para o condutor Emerson Moreira, a iniciativa é muito válida e aprende-se muito. “A gente se põe no lugar deles, vê as dificuldades que eles têm no dia a dia”, disse em entrevista ao portal G1. O coordenador Daniel Valença da Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo) afirma que a ação mais efetiva pra redução da quantidade de mortes é dotar de infraestrutura cicloviária de proteção aos ciclistas e pedestres. “As campanhas educativas e os treinamentos são importantes para tentar aproximar o motorista de um olhar mais humano sobre o ciclista e o pedestre. Por isso, é necessária uma adequação da legislação. Os ciclistas precisam ser escutados para que esse processo abranja a forma correta de pedalar”, defende. Legislação O Código de Trânsito Brasileiro garante condições para segurança e trânsito do ciclista, bem como a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei n.º 12.587/2012), que prioriza os modais de transporte não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado. A lei também determina a prioriza- ção de projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado com objetivo reduzir as desigualdades e promover a inclusão, o acesso aos serviços Saiba Mais A Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob) verificou o uso crescente da bicicleta como meio de transporte. Com isso, a bicicleta começa a ser incluída como elemento fundamental para a implantação do Programa Brasileiro de Mobilidade Urbana por Bicicleta, lançado em 2004, com o objetivo de construir uma cidade mais sustentável, melhorar seu desenvolvimento e diminuir a degradação do meio ambiente. No entendimento da SeMob, o uso da bicicleta como transporte diminui os impactos, como a poluição sonora e atmosférica, e faz um bem enorme à saúde das pessoas. básicos e equipamentos sociais e a melhoria nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e à mobilidade. Em Curitiba, o prefeito Gustavo Fruet sancionou em janeiro de 2015 a “Lei da bicicleta” (14.594/2015), que institui a bicicleta como modal de transporte regular de interesse social e determina que 5% das vias urbanas serão destinadas às ciclovias e ciclofaixas de maneira integrada ao transporte coletivo.

UOL

terça-feira, 16 de junho de 2015

5 mil km de vias para o ônibus passar

Em todos os cantos do mundo, 190 cidades entenderam a importância de retirar os ônibus do tráfego misto para garantir mais eficiência, agilidade e confiabilidade no serviço de transporte coletivo. Todos os dias, 31,6 milhões de pessoas são transportadas em nada menos que 4,991 km de vias dedicadas ao modal – número que, felizmente, vem evoluindo com o passar do tempo, como mostra o gráfico abaixo:
Os dados são do BRTData.org, um banco de dados global  que reúne informações de todos os sistemas prioritários ao ônibus – BRT (Bus Rapid Transit), BHLS (Bus with High Level of Service) e corredores dedicados.
A mais recente cidade adicionada ao BRTData é Teresina, no Piauí. O Brasil, inclusive, se destaca por ser o país com maior demanda diária de passageiros (11,6 milhões, um terço da demanda global) e a maior extensão de corredores, com 843 km, como mostra o recurso BRT Panorama. Para ter uma ideia, em termos de demanda o Brasil está à frente da China, com 3,9 milhão de passageiros diários. Em seguida vem a Colômbia, com 3,1 milhões de usuários.
Com base nos dados do BRTData.org, a EMBARQ Brasil elaborou uma apresentação para rápida visualização dos corredores pelo mundo, sua abrangência, demanda e número de cidades nas quais opera. O documento contempla também dados de cidades que planejam a expansão de seus sistemas ou que possuam projetos de implantação.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

No 20º Congresso da ANTP, MDT coordenará debate sobre a democratização do espaço viário favorecendo pedestres, ciclistas e transporte público



Estará a cargo do MDT uma das sessões de debate do 20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, que a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) promoverá no período de 23 a 25 de junho de 2015 no Mendes Convention Center, na cidade paulista de Santos, paralelamente à exposição de produtos e serviços IX EXPO INTRANS. Intitulada 'Democratizar o uso das vias públicas: Utopia ou realidade possível com a Lei de Mobilidade Urbana', a sessão será desenvolvida no dia 25 de junho, às 14 horas, na Sala Terra, e terá como moderador o coordenador nacional do MDT e responsável pelo Escritório da ANTP em Brasília, Nazareno Affonso.O MDT se responsabilizará por uma das sessões de debate do 20º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, que a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP)promoverá no período de 23 a 25 de junho de 2015 no Mendes Convention Center, na cidade paulista de Santos, paralelamente à exposição de produtos e serviços IX EXPO INTRANS.
 
Intitulada Democratizar o uso das vias públicas: Utopia ou realidade possível com a Lei de Mobilidade Urbana, a sessão será desenvolvida no dia 25 de junho, às 14 horas, na Sala Terra, e terá como moderador o coordenador nacional do MDT e responsável pelo Escritório da ANTP em Brasília, Nazareno Affonso.
 
Atuarão como debatedores Bartíria Perpétua de Lima Costa, presidente da Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM); Cristina Baddini, diretora-presidente da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac), de Macapá; José Leandro Fernandes, coordenador do Projeto de Mobilidade IBDU/FORD/MDT; Luiza Gomide, diretora do Departamento de Mobilidade da Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, e Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU).
 
Foco do debate. A sessão debaterá o tema da reconquista do espaço da via pública para o transporte público, as bicicletas e pedestre está entre os desafios da Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012). A sessão discutirá fato de o espaço da via pública nas cidades ter sido apropriado em mais de 80% para circulação e estacionamento principalmente dos automóveis e em menor parte pelos veículos de transporte de carga, enquanto a Lei de Mobilidade Urbana determina que esses veículos devam ter direito a apenas a 30% do espaço viário – percentual correspondente à divisão modal de transporte de pessoas nas cidades brasileiras.
 
O foco do debate estará na importância de decretar o fim de estacionamentos nas vias públicas centrais e também em ruas e avenidas que recebem o transporte público para que o espaço viário liberado seja empregado na ampliação e qualificação de calçadas, introdução de ciclofaixas e implantação de faixas exclusivas para aumentar o desempenho do transporte coletivo urbano e até de jardins e praças, como os parklets, adotados em São Paulo.
 
O debate será estruturado no formato de perguntas feitas pelo coordenador para serem respondidas pelos participantes da mesa e não na tradicional forma de palestras As perguntas vão buscar fazer com que os participantes da aprofundem o que pensam a respeito de ações da sociedade civil e da administração pública que possam impactar, aprimorando ou transformando, o atual modelo de apropriação do espaço público.boletim informativo movimentando - mdt

Extintores ABC nos veículos

A partir do dia 1º de julho todos os automóveis do país devem portar o extintor de incêndio do tipo ABC. Entretanto, a menos de um mês para a vigência da resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o produto continua em falta em alguns postos de vendas em várias cidades. Nos locais onde há o extintor para vender o preço quase dobrou. Postos de combustível que vendiam o extintor tipo ABC por cerca de R$ 80 no início deste ano, estão oferecendo o produto por até R$ 142.

A partir do próximo mês, o motorista que for pego dirigindo sem o equipamento será multado em R$127,69. A resolução que torna o uso obrigatório do extintor tipo ABC entrou em vigor no primeiro dia deste ano, porém, como não havia o produto no mercado, o Ministério das Cidades decidiu prorrogar a aplicação da multa por 90 dias, até abril. Como a mercadoria permanecia em falta, mais uma vez houve a prorrogação para mais 90 dias.

Os veículos fabricados depois de 2009 já são equipados com o extintor de incêndio do tipo ABC, porém, é preciso checar se ele está dentro do prazo de validade.


A Gazeta

sexta-feira, 12 de junho de 2015

A nova era dos ônibus no mundo

Há décadas as cidades entregaram suas ruas aos automóveis. Hoje sofrem com o congestionamento crônico, fruto desse grande equívoco no planejamento urbano. Agora as cidades estão revendo esse modelo e transferindo o protagonismo para o transporte coletivo, já que uma faixa dedicada ao ônibus pode transportar até 10 vezes mais pessoas que uma faixa utilizada pelo automóvel. Medidas prioritárias aos ônibus aumentam a produtividade do sistema, baixam os custos operacionais, reduzem os tempos de deslocamento e trazem uma maior pontualidade, além de mitigar as emissões de gases de efeito estufa e diminuir a poluição local. O BRTdata.org* revela essa nova tendência ao mapear cerca de cinco mil quilômetros de corredores prioritários ao ônibus em 190 cidades do mundo. A plataforma indica um aumento exponencial a partir da virada do milênio, quando Bogotá inaugurou uma nova era dos BRTs, ao possibilitar a operação de serviços convencionais e expressos e reduzir pela metade o tempo de viagem. A capital colombiana investe em BRT desde 2000; hoje, são 11 corredores que levam mais de 2,2 milhões de passageiros todos os dias. O transporte de alta qualidade e desempenho, que inclui sistemas BRT (Bus Rapid Transit) e BHLS (Bus with High Level of Service), como são chamados na Europa, proporciona uma alternativa rápida, segura, confiável e acessível para a mobilidade urbana. O Brasil é o país com a maior extensão de corredores de ônibus. São mais de 840 quilômetros, em 34 cidades, que atendem 12 milhões de usuários por dia. A cidade de Curitiba foi a pioneira no Brasil, iniciou a implantação de corredores de ônibus em 1974 e agora conta com seis corredores BRT que totalizam 81,5 quilômetros. A inauguração de sistemas BRT no Rio, Belo Horizonte, Brasília e os mais de 200 projetos de sistemas prioritários ao ônibus em andamento apontam para uma novo momento do transporte coletivo sobre pneus. Na China, o crescimento na última década foi o mais acelerado, o número de corredores passou de dois para 33. Paris, Madri e Amsterdã estão entre as 56 cidades da Europa com sistemas prioritários ao ônibus. Desde 2005, a cidade do México vem investindo em BRT; hoje, conta com cinco corredores que somam 105 quilômetros e levam 900 mil passageiros por dia. Mesmo nos Estados Unidos, onde 95% do deslocamento motorizado urbano é por automóvel, a extensão de corredores ultrapassa 550 quilômetros. Uma cidade com um sistema multimodal de transporte urbano bem concebido, implantado, operado e controlado é capaz de diminuir a dependência de seus habitantes dos veículos motorizados privados. O transporte coletivo sobre pneus, frente à inerente flexibilidade e à alta competitividade proporcionada pelas faixas exclusivas, apresenta-se como um componente essencial do sistema de mobilidade. Importante destacar que uma rede eficiente de BRT, composta de vários corredores em plena operação, enfrenta, durante o processo de implantação, barreiras impostas por inúmeros atores e seus interesses conflitantes.

Notas *O BRTData.org é uma iniciativa do Centro de Excelência em BRT, que reúne a PUC Chile, MIT, Universidade Técnica de Lisboa e Universidade de Sydney

Revista da NTU

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Executivo quer votar projeto de desoneração da Folha logo

Mesmo sem disposição de ceder em pontos do Projeto de Lei (PL) 863/15, que modifica as regras da Desoneração da folha de pagamentos concedidas a 56 setores da economia, o Executivo está confiante na votação da matéria. Depois de participar da reunião de coordenação política, no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que se dedicará a buscar consenso, pelo menos entre os líderes da base aliada.Segundo Guimarães, proposta é fundamental para a estratégia de ajuste fiscal proposta pelo Executivo 

O líder do governo na Câmara, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o relator do PL que modifica regras da desoneração, Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Os peemedebistas voltam hoje de viagem ao exterior 

São Paulo. Mesmo sem disposição de ceder em pontos do projeto de lei que modifica as regras da Desoneração da folha de pagamentos concedidas a 56 setores da economia, o Executivo está confiante na votação da matéria amanhã. Após participar da reunião de coordenação política, no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que dedicará as próximas horas a buscar consenso, pelo menos entre os líderes da base. 

Guimarães lembrou que o projeto é fundamental para a estratégia de ajuste fiscal proposta pelo Executivo. Ele explicou que o governo não pretende atender a mudanças no texto, que reduz benefícios fiscais concedidos para poupar alguns dos setores contemplados, como os de comunicações e transportes. 

"Imagina se formos começar as discussões excepcionalizando. Qual o critério? Por que excepcionalizar as comunicações e não a indústria? Vamos ter que discutir questões que são fundamentais como a vigência imediata. O governo considera que não podemos fazer excepcionalidade porque é injusto com outros setores da economia, mas vamos dialogar com o relator", afirmou o líder. 

O relator da proposta, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), é um dos deputados que acompanham o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em viagem ao Oriente Médio. O grupo retorna hoje à tarde. Segundo Guimarães, amanhã de manhã, Picciani tem uma reunião com o vice-presidente da República e articulador político do governo, Michel Temer, e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para conversar sobre o projeto de lei. 

José Guimarães informou ainda que, à tarde, haverá uma reunião do colégio de líderes, quando será debatida a necessidade de uma reforma mais ampla sobre a Previdência e sobre o projeto de lei da desoneração. 

A menos de quatro semanas do recesso parlamentar de julho, Guimarães disse que, além do projeto de lei que trata da desoneração, o governo pretende votar a Medida Provisória (MP) 672/15, que estende a atual política de reajuste do salário mínimo até 2019 e a MP 670, que prevê reajustes na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física. 

"Se votarmos até o inicio de julho o PL da desoneração e as duas MPs e fizermos um bom debate sobre a maioridade penal, penso que fizemos um bom semestre", avaliou o líder. 

ALÔ BRASÍLIA - DF

Nova etapa de concessões prevê investimentos de R$ 198,4 bilhões


A nova etapa de concessões de infraestrutura projeta investimentos de R$ 198,4 bilhões em rodovias, aeroportos, portos e ferrovias, De acordo com o programa, entre 2015 e 2018, os investimentos previstos são de R$ 69,2 bilhões. A partir de 2019, serão mais R$ 129,2 bilhões. Os investimentos são divididos em: ferrovias, R$ 86,4 bilhões; rodovias, R$ 66,1 bilhões; portos, R$ 37,4 bilhões; e aeroportos, R$ 8,5 bilhões. Desse valor, está previsto o investimento de R$ 78 milhões em aeroportos regionais. A cerimônia de anúncio do Programa de Investimentos e Logística foi realizada no Palácio do Planalto, com a presença de integrantes do governo e empresários. No caso das ferrovias, que receberão a maior parte dos investimentos, o modelo de concessão será aperfeiçoado. A definição do modelo será baseada nas características particulares de cada projeto. O governo poderá realizar leilões por maior valor de outorga, menor tarifa ou compartilhamento de investimento. A presidente Dilma Rousseff afirmou que, com o programa de concessões anunciado, o seu governo está fazendo "virada gradual e realista de página". A presidente também destacou, assim como o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, a importância do setor privado no financiamento e nas concessões anunciadas e afirmou que "diálogo com empresários e governadores é decisivo para a carteira de investimento". Durante o lançamento do programa, a presidente também afirmou que nos próximos anos poderão ser lançados complementos aos investimentos em infraestrutura. "Daqui há um ou dois anos, lançaremos complementações", ressaltou. Sobre os objetivos e efeitos de mais investimentos em infraestrutura e logística, a presidente afirmou que serão em diversos setores. "Os efeitos do programa serão múltiplos em toda cadeira produtiva e em todas as áreas da economia". Dilma afirmou que, para o seu governo, desenvolvimento significa "investimento, emprego e renda". A presidente ressaltou que esse é seu segundo mandato e não um início de um novo governo. "Nosso governo não é de 4 meses, mas de 4 anos. Estamos na linha de saída e não na reta de chegada", relembrou a presidente ao completar seis meses desde que assumiu o comando país pela segunda vez. Mesmo enfrentando dificuldades para aprovar o ajuste fiscal e se esforçando para fazer uma agenda positiva após aprovações que reduzem direitos trabalhistas no Congresso Nacional, Dilma afirmou que "quanto maiores as dificuldades, maiores a disposição do governo". Para a presidente, o Brasil vai seguir avançando e os resultados dos programas e medidas anunciados demandam tempo de maturação. "Muitas decisões do passado maturarão neste ano; e decisões que tomamos hoje vão maturar neste ano e nos próximos", ressaltou Dilma. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que o Brasil está em "momento de alguns ajustes da política econômica, da estrutura da política econômica brasileira". O ministro argumentou ser crucial aumentar o investimento no Brasil. Na visão dele, o Brasil precisa de mais investimento e para aumentá-los o Brasil tem de fazer uma combinação entre o governo e o setor privado. "O primeiro passo para a recuperação do investimento é garantir a estabilidade macroeconomia, melhorar a previsibilidade macro e dos principais indicadores da economia. Essa é uma condição necessária mas não suficiente. É preciso especialmente uma maior participação do setor privado", ponderou. Barbosa argumentou ainda que a nossa taxa de investimento é de cerca de 20% do PIB, porcentual considerado por ele insuficiente para a aceleração do crescimento do Brasil. "Precisamos elevar o volume de investimento no Brasil porque isso é o que dá sustentabilidade para o País", afirmou.

Estadão
09/06/2015

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Nova prefeita de Barcelona acabará com carros oficiais para políticos



GENEBRA – A Espanha viveu um pequeno terremoto este fim de semana, com a vitória de grupos que por anos ocuparam praças e protestaram contra a austeridade. Agora, eles chegaram ao poder, pelo menos nas eleições locais.
Um dos símbolos dessa luta é Ada Colau, de 41 anos. Sua "carreira” política se confunde com a crise espanhola desde 2008. Ela foi uma das pessoas que liderou o movimento social que tentava impedir que pessoas fossem desalojadas de suas casas por bancos, conhecida como PAH. Chegou a ser detida pela polícia e chamou políticos tradicionais de "criminosos”.
Agora, ela será a primeira prefeita da história da cidade catalã. E seu plano de governo, com claras tendências de esquerda, pode ser um terremoto para uma classe política acostumada a privilégios.
Entre as medidas sugeridas, ela propõe o fim dos carros oficiais para as autoridades. Quem quiser ir de carro ao trabalho, que use o seu. Ou ainda, que usem o transporte público.
Ela também estabeleceu um teto para seu próprio salário: 2,2 mil euros.
Outra medida será a de limitar os gastos públicos com viagens de funcionários da prefeitura, diárias e ainda publicar no site oficial todas as minutas de todas as reuniões do governo municipal.

Ah se a moda pega… 
JAMIL CHADE

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Prefeito de São Paulo quer reduzir lucro em licitação

VALOR ECONÔMICO -SP




O secretário de Transportes do município de São Paulo, Jilmar Tatto, defende taxa de retorno menor que 10% para o investidor na nova licitação do sistema de ônibus da cidade. A taxa histórica é de 14%. A concessão será por 20 anos e está estimada em R$ 140 bilhões, a maior licitação da cidade. O edital para consulta pública deve sair em junho e a expectativa da prefeitura é assinar contrato ainda este ano.

Tatto diz não temer o desinteresse do investidor, com a previsão de lucro menor. "O país é outro, apesar do ajuste fiscal e da grita. Não tem sentido ter taxa de retorno maior que a das concessões de rodovias, portos, de aeroportos".

Segundo o secretário, a prefeitura está fazendo o projeto básico de concessão. O edital está em fase de elaboração. "Vamos acabar com as cooperativas, as empresas vão se constituir na forma de SPEs [sociedades de propósito específico]", diz.

O modelo de SPEs, assim como a desapropriação de 51 garagens, deve diluir a operação do serviço, que está na mão principalmente de empresas familiares, que favorece a cartelização. "Quando transfere para SPE, a ideia é tirar a característica de famílias, para profissionalizar".

Nada impede, porém, que as atuais operadoras formem as SPEs para participar da licitação. " Estamos exigindo novos parâmetros de qualidade. Elas também serão obrigadas a mudar sua maneira de administrar".

Tatto diz que as cooperativas não poderão participar, mas as empresas que se originaram dessas antigas organizações estão aptas a se candidatar. Afirma que, como resultado da resolução da prefeitura de não contratar mais cooperativas, há uma tendência de concentração nas áreas que eram exploradas por elas.

"É um processo de concentração que acho bom", diz o secretário, apesar de defender, ao mesmo tempo, a "diluição" da operação do serviço e a entrada de novos operadores. "O importante do processo licitatório, além de segurança jurídica, é o acervo técnico, que garante a operação do dia. E o acervo eles têm: garagem, manutenção, garantia do ônibus, mão de obra, saber operar, conhecer a cidade, os locais onde vai operar".

Tatto afirma que a licitação será "internacional" e diz que o edital não deve ter limitação de participação do capital estrangeiro nas SPEs, permitindo a entrada de novos operadores. Ao mesmo tempo, porém, destaca que os operadores atuais possuem "acervo técnico" e que "não é fácil entrar gente de fora". "Quem vem de fora não precisa se preocupar com a garagem, porque isso vamos garantir. Mas precisa garantir o ônibus", diz. "É preciso investimento. Não é qualquer um que pode operar em São Paulo. Isso é bom porque dá segurança para a cidade.

O secretário chama a atenção para o porte da concessão. "Estamos organizando um sistema que exige investimento grande, estamos falando de ônibus superarticulados de quase R$ 1 milhão cada. Imagine um universo de 2 mil a 2,3 mil superarticulados, que devemos ter. Estamos criando as condições e dando as garantias para quem quiser disputar. Quem quiser que venha. É bom que tenhamos gente nova operando".

Os contratos de serviços de ônibus venceram em 2013, mas na época o prefeito da capital, Fernando Haddad (PT), em meio a protestos contra o aumento da tarifa, adiou a licitação. A prefeitura ampliou o prazo de concessão de 15 para 20 anos. "Sou favorável a contratos de longo prazo", diz Tatto.

Uma das mudanças, diz o secretário, será o centro de controle operacional único, no qual a SPTrans, a agência municipal de gestão do transporte coletivo, tomará parte em decisões como o tamanho da frota. "Hoje a empresa faz cálculos para colocar menos ônibus e ganhar mais. O pagamento será 50% por passageiro transportado e 50% por custo. Hoje a maioria é por custo".

O edital, diz Tatto, dará segurança ao investidor do que a prefeitura irá pagar, mas fará novas exigências. "As empresas precisarão ter capital social adequado e dar garantias. Os horários de partida e a pontualidade deverão ser cumpridos e os operadores serão remunerados em função disso". O peso na remuneração, diz Tatto, deve depender da área. Quesitos como passageiros transportados, pontualidade, horário e velocidade, diz, poderão ser monitorados via dados do Bilhete único ou por meio de GPS

terça-feira, 2 de junho de 2015

Subsídio à tarifa de São Paulo pode aumentar

VALOR ECONÔMICO -SP

Candidato à reeleição em 2016, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deve manter o preço da tarifa do ônibus, de R$ 3,50, no próximo ano e ampliar o número de "passe livre" para estudantes. Apesar de a prefeitura reclamar da falta de recursos para investimentos, Haddad planeja aumentar o subsídio ao Transporte Público, atualmente de cerca de R$ 1,8 bilhão, para evitar desgaste político em ano eleitoral.

Segundo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, "não há perspectiva de aumento da tarifa na cidade". "É possível aumentar o subsídio sem a elevação de tarifa", diz. "O ideal é que pudéssemos racionalizar o sistema e não precisássemos fazer isso", afirma, em relação à elevação do subsídio.

O secretário diz que a licitação do sistema de Transporte Público, com consulta pública a ser lançada em junho, pode trazer redução de custos. Os recursos "extras" poderão ser usados para o subsídio. Dos usuários de ônibus, quase um terço tem gratuidade, como idosos, deficientes e estudantes, diz Tatto. "Alguém tem que pagar a conta."

O secretário afirma que em 2016 a capital paulista terá fôlego financeiro para o aumento do subsídio. "A prefeitura enxugou vários contratos, renegociou a dívida [com a União] e a reduziu em 40%. Esse dinheiro começa a entrar no ano que vem. Aí é fazer conta até porque é um serviço essencial que tem que continuar", diz Tatto.

O discurso da gestão Haddad em relação ao aumento do subsídio ao Transporte Público mudou. Em 2013, no início do governo, o prefeito enfrentou uma onda de protestos quando tentou elevar a tarifa de R$ 3 para R$ 3,20 e relutou em revogar o aumento. Na época, Haddad dizia que não tinha como bancar subsídio maior porque faltariam recursos a áreas importantes, como saúde e educação.

Discurso semelhante foi retomado no início do ano quando a prefeitura elevou a tarifa de R$ 3 para R$ 3,50, mesmo após redução de despesas conseguida com a renegociação de contratos citada por Tatto. Para minimizar críticas e esvaziar os protestos, Haddad ampliou a "tarifa zero" para estudantes da rede pública, alunos de universidade pública com baixa renda e de universidade privada beneficiários do Prouni e Fies.

A prefeitura esperava a economia gerada com a troca do indexador da dívida a partir deste ano. Além de atrasar os recursos, o ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff, porém, também adiou o novo indexador para 2016. O assunto gerou embate. Haddad entrou na Justiça contra a União para garantir a troca do indexador.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

PLANEJAMENTO URBANO E MOBILIDADE

A política pública de mobilidade urbana em nosso país obedece a uma política não explícita, centrada na viabilização de um único modo de transporte que é o automóvel, com efeitos perversos para os seres humanos (segurança e a qualidade de vida).

O Futuro dessa POLÍTICA PÚBLICA se mantidas as estimativas de crescimento de 2,5% da população urbana brasileira e de 4% da frota de veículos, a frota atual de 29 milhões poderá chegar a 39 milhões em 2010, para uma população futura de 200 milhões de habitantes (contra os 170 milhões atuais).

Os congestionamentos nas duas maiores cidades brasileiras - São Paulo e Rio de Janeiro, se estenderá para outras grandes cidades brasileiras e já representam 506 milhões de horas gastas a mais por ano pelos usuários do transporte coletivo, 258 milhões de litros de combustível gastos a mais por ano e uma poluição ambiental que pode ser medida em 123 mil toneladas de monóxido de carbono e 11 mil toneladas de hidrocarbonetos, jogados na atmosfera.

Saúde pública e a qualidade de vida das cidades degradadas devido sobremaneira aos congestionamentos e a ocupação desordenada dos espaços verdes pelo automóvel, que polui o ar e provoca níveis insuportáveis de ruído. os catalisadores que reduzem em trinta vezes o nível de monóxido de carbono dos carros - que afetam principalmente os indivíduos com problemas cardíacos e respiratórios - equipam apenas 10% dos carros em circulação no mundo.

Apropriação desigual do sistema viário implantado: espaço ocupado pelo automóvel nas vias compartilhadas com os ônibus pode ir de 70 a 90%, ao tempo em que responde por 30% do total de viagens e até 50% das viagens motorizadas (na Região Metropolitana de São Paulo).  O espaço das vias ocupado pelos passageiros dos automóveis é de 6 até 24 vezes maior que o ocupado pelos passageiros de ônibus.

Domesticar as pessoas a serem motoristas e a viverem no trânsito sem atrapalhar a fluidez foi instalado um imenso aparato de normas e bases educacionais. Os espaços vivenciais de trânsito para crianças não ensinam o que é mobilidade de pessoas e sim como elas devem se proteger dos automóveis  e como se portar segundo os ditames da fluidez.

Para eficácia dessa fluidez, mais de 35 mil seres humanos são chacinados no momento do acidente; mais de 15 mil nos hospitais ou até um mês depois do acidente; outros 150 mil tornam-se portadores de deficiência de necessidades especiais devido aos traumatismos sofridos. Dentre essas vítimas, 60 a 80% são pedestres, a maioria das quais com sequelas permanentes, cujas repercussões econômicas e sociais atingem valores e extensão ainda não mensurados.

Cartilha do MDT