segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Com R$ 24 bilhões eu...

A Perkons convidou especialistas para responderem como aplicariam R$ 24 bilhões em ações de trânsito e de transporte e por quê. Esta é a quantidade que pode chegar os recursos do PAC-2 para mobilidade urbana. Confira nesta matéria a opinião de José Mario de Andrade, engenheiro especialista em trânsito.


Os problemas enfrentados no trânsito e transporte nas cidades brasileiras hoje são inúmeros. Mas mesmo levando em consideração todos eles – desperdício de tempo e dinheiro por conta de congestionamentos e deficiência no transporte público, questões de poluição ambiental, entre outros – ainda assim acredito que o combate aos acidentes de trânsito deve ser a prioridade nº 1.


Prevenção de acidentes e inteligência de tráfego

O Denatran até já declarou que o país gasta em torno de R$ 28 bilhões/ano com estes acidentes, mas a perda de uma vida, as sequelas físicas de um acidentado e o dano psicológico sofrido pelos familiares e amigos das vítimas e dos causadores dos acidentes, não cabem na matemática financeira. Além do mais, o combate aos acidentes já atuaria indiretamente nos outros problemas citados, pois indiscutivelmente precisa atuar na segurança veicular (o que envolve inspeção e atua na questão ambiental), programas de engenharia (que precisarão englobar a questão da mobilidade e, consequentemente, o congestionamento, planejamento viário e o estímulo do transporte público por meio de sua ampla melhoria de qualidade e atendimento) e a educação.

Assim sendo, eu investiria:

- R$ 10 bilhões em sistemas inteligentes de engenharia de tráfego, com ações desde fiscalização eletrônica de veículos - como medida para segurança viária, segurança pública e restrição veicular com prioridade ao transporte coletivo - até monitoramento e gestão de tráfego.

- R$ 10 bilhões em transporte público de massa, com a construção de redes de metrô e vias rápidas exclusivas de ônibus

- R$ 4 bilhões em educação, com campanhas, mas, principalmente, com a instituição e cobrança da educação de trânsito nas escolas públicas e particulares, do ensino básico ao superior.



José Mario de Andrade
Engenheiro especialista em trânsito e diretor de negócios internacionais da Perkons

postado por: Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT