quarta-feira, 4 de maio de 2016

Diante da crise, Marcopolo e Neobus estudam fechar fábricas no Brasil


ADAMO BAZANI
A maior encarroçadora de ônibus do Brasil tem sentido a crise no País e já admite que pode fechar unidades brasileiras.
De acordo com reportagem de Sérgio Ruck Bueno, do jornal Valor Econômico, nesta terça-feira 3 de maio de 2016, em teleconferência com analistas, a empresa  informou que pode fechar algumas plantas para reduzir custos, aumentar níveis de eficiência operacional e se adaptar à demanda mais baixa.
No entanto, a empresa não informou quais unidades podem ser desativadas. Ainda trata-se de um estudo.
A Marcopolo possui no Brasil duas fábricas em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, uma em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro e outra em São Mateus, no Espírito Santo.
O mercado, entretanto, acredita que a planta que pode ser afetada é a do Rio de Janeiro. Uma planta em Caxias do Sul faz os minionibus Volare, veículos considerados estratégicos para a marca, e outra reúne as principais operações da Marcopolo. A planta de São Mateus foi inaugurada recentemente e recebe a linha de produção do Volare Cinco, lançamento e aposta da Marcopolo neste ano para veículos leves. No Rio de Janeiro, são feitos ônibus urbanos. Em Caxias do Sul, são fabricados os mesmos modelos urbanos.
NEOBUS PODE TER UNIDADE FECHADA TAMBÉM:
A Marcopolo controla 45% da fabricante de carroceiras Neobus.
Nas próximas semanas, o Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica deve concluir a aquisição integral da empresa.
Segundo a reportagem, o diretor-presidente da Marcopolo, Francisco Gomes Neto, disse que uma das duas unidades da Neobus podem ser fechadas.
A fabricante possui uma planta em Caxias do Sul e outra em Três Rios, no Rio de Janeiro.
Segundo executivo, as chances são de que a planta de Três Rios seja fechada porque o volume de encomendas recebidas pela Neobus é insuficiente para manter as duas unidades em operação.
A Marcopolo desenvolve uma espécie de plano diretor para as unidades industriais que deve ser concluído em dois meses.
A estratégia vai levar em consideração a idade e a demanda atual de cada uma das plantas, além das projeções de demandas para cada.
O objetivo é ganhar eficiência.
OUTRAS FÁBRICAS FECHADAS:
Outras fabricantes de ônibus também encerraram as atividades de plantas fabris por causa da crise econômica brasileira.
No dia 28 de janeiro, a Comil anunciou o encerramento da produção de ônibus urbanos na fábrica de Lorena, no interior de São Paulo. Em torno de 200 trabalhadores foram demitidos.
A empresa concentra agora toda a produção na sede em Erechim, no Rio Grande do Sul.
No dia 5 de fevereiro foi a vez da Ibrava – Indústria Brasileira de Veículos Automotores anunciar o encerramento temporário das atividades na planta de Feliz, no Rio Grande do Sul. Foram demitidos inicialmente 70 funcionários. A empresa é especializada na fabricação de micro-ônibus, a maior parte deles para linhas urbanas.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes