terça-feira, 18 de outubro de 2016

Instituto MDT acompanhou o 1º Festival Brasileiro de Filmes sobre Mobilidade e Segurança Viária e participou do Seminário MOBIFILM


Em agosto passado, o Instituto MDT acompanhou a realização no Centro Cultural São Paulo, na cidade de São Paulo, do 1º Festival Brasileiro de Filmes sobre Mobilidade e Segurança Viária e do Seminário MOBIFILM, organizado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Nos debates do Seminário MOBIFILM intervieram o diretor nacional executivo do Instituto MDT, Nazareno Stanislau Affonso, e a conselheira Maria Ermelina Brosch Malatesta, que participava do encontro como presidente da Comissão Técnica de Mobilidade a Pé e Acessibilidade da ANTP.
Produções premiadas. Durante o 1º Festival, foram premiadas produções em 12 categorias, que originalmente eram oito: Vídeo Cidadão, Escolares, Universitários, Produção Independente, TV, Produção Institucional, Publicidade e Animação e Oficiais. A categoria Produção Independente foi desdobrada em três, incluindo Curtas, Médias e Longas; a categoria TV foi desdobrada em duas, TV propriamente dita e Web TV, e a categoria Oficiais teve desdobramento em outras duas, Oficiais, referente a governos, e Entidades, referentes a ONGs. Outras informações sobre os eventos podem ser vistos no web site do MOBIFILM a partir de link no final desta notícia.
O SEMINÁRIO
Realizado em agosto passado, o Seminário MOBIFILM foi aberto com rápidas colocações de Eduardo Abramovay, da direção do MOBIFILM, e Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTP. Luiz Carlos Mantovani Néspoli, superintendente da ANTP, explicou a estruturação do seminário. Houve também uma exposição de representante do BNDES, patrocinador do encontro ao lado do Ministério da Cultura. O Seminário MOBIFILM pode ser integralmente acompanhado por meio de arquivo de vídeo com link disponível ao final desta matéria.
Mobilidade Urbana. Na parte da manhã, foi desenvolvido o primeiro dos dois eixos temáticos de debates do Seminário MOBIFILM, intitulado Mobilidade Urbana, com participação do vereador paulistano, arquiteto e urbanista Nabil Bonduki (no vídeo, a partir de 0:32:45), do médico, professor e pesquisador Paulo Saldiva (no vídeo, a partir de 0:51:30) e da especialista em planejamento Rovena Negreiros (no vídeo, a partir de 1:11:00). A mediação foi feita pela arquiteta e urbanista Kelly Cristina Ferreira. Um dos aspectos centrais do debate nesse segmento do seminário foi a importância de se buscar a mudança de uma cultura fortemente arraigada de valorização do automóvel para que se possa ter mobilidade segura e sustentável nas cidades.
Em sua manifestação após a participação dos expositores, Maria Ermelina Brosch Malatesta  indagou, em tom de reflexão, por que tomadores de decisão, planejadores e a própria sociedade têm dificuldade em enxergar que andar a pé é uma forma de mobilidade.
Por sua vez, Nazareno Affonso destacou que a Lei de Mobilidade (Lei 12.587/12) estabelece que as vias devem ser democratizadas, com a divisão do espaço viário para os diferentes modos, de acordo com o percentual de pessoas transportadas, e que, não obstante, atualmente, automóvel desfruta de 80% ou mais das vias urbanas, embora seja responsável por apenas 30% dos deslocamentos das pessoas. Num tom irônico, sugeriu que, por ser minoritário, o automóvel fosse segregado nas cidades, ganhando seu quinhão de 30% do espaço viário; livres dos automóveis, os outros 70% de vias poderiam ser facilmente distribuído pelos outros modos de deslocamento, incluindo os pedestres, ciclistas e o transporte público.
O dirigente do Instituto MDT também perguntou por que a adoção de uma política de estacionamento é um tema interditado entre políticos e autoridades no País. Segundo Nazareno, uma política para esse segmento poderia ampliar o espaço viário disponível ao impedir que boa parte das ruas fosse ocupada por automóveis que pouco pagam para estacionar, e proibindo de estacionar nas vias em que circulam veículos de transporte público. Além disso, os estacionamentos seriam transformados em concessão pública, permitindo ao Poder Público atuar de modo estimular ou desestimular o uso de automóveis em diferentes áreas da cidade, de acordo com o que o que fosse melhor para o conjunto da sociedade, melhorando a qualidade da mobilidade urbana.
Segurança Viária. Para discutir a violência de trânsito, foram convidados a consultora internacional de mobilidade e segurança viária e pedagoga Anna Ferrer, de Barcelona, Espanha, o secretário paulistano de Transportes, Jilmar Tatto, e o vereador da cidade de São Paulo José Police Neto. Atuou como mediadora a arquiteta e urbanista Irene Quintáns.
Neste segmento Nazareno Affonso fez referência a dois pontos. Inicialmente, comentou que o Programa Paz No Trânsito – desenvolvido em Brasília, na segunda metade dos anos 1990, quando exerceu o cargo de secretário de Transporte do Distrito Federal – obteve, em três anos, redução de 50% no número de mortos e feridos no trânsito, utilizando recursos como os apontados por Anna Ferrer: fiscalização, educação , mas contando também com o apoio da imprensa. Nas palavras de Nazareno, ações efetivas na sociedade precisam contar com o apoio da “mídia cidadã”, ou seja, da imprensa que compreende “sua responsabilidade cívica diante da vida humana e da mobilidade sustentável”.
O dirigente do Instituto MDT fez também referência à questão das motociclistas, que considerou “o grande fator de violência no trânsito”, o que é acentuado pela má qualidade da formação dos condutores desse tipo de veículo: “Enquanto para dirigir um automóvel o candidato deve vivenciar 30 horas de treinamento no trânsito, para dirigir uma moto o interessado tem uma preparação muito menor e sem o concurso de simuladores”.

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