terça-feira, 27 de julho de 2010

Especialistas respondem como utilizariam a verba do PAC-2 para a mobilidade urbana

A Perkons convidou especialistas para responderem como aplicariam R$ 24 bilhões em ações de trânsito e de transporte e por quê. Esta é a quantidade que pode chegar os recursos do PAC-2 para mobilidade urbana. Ailton Brasiliense Pires - Presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos - ANTP disse:

O Brasil precisa ter planos de desenvolvimento urbano, regionais e nacionais. Isto vale para regiões urbanizadas - como as regiões metropolitanas (RM) onde as questões de trânsito e transportes públicos, relacionados aos planos diretores, precisam ser integrados para que os custos dos congestionamentos imponham menores custos aos mais pobres. Não só, pois a poluição resultante dos congestionamentos, hoje, matam só em São Paulo, capital, mais que o trânsito. Logo precisamos tratar as questões ambientais em destaque.


Trem de Alta Velocidade - Precisamos desenvolver planos que ultrapassam estas RM, como a macrometrópole de São Paulo, constituída por regiões compreendidas entre as cidades de São José dos Campos até a Baixada Santista, e entre Sorocaba e Campinas, entre outras. Neste sentido, o Trem de Alta Velocidade (TAV) cumpre este papel, ao ligar as regiões de Campinas, São Paulo e São José dos Campos. Aí, segundo estudos, é atendida 70% da demanda futura da ligação São Paulo-Rio.

Assim, o cronograma de implantação desta obra precisa considerar outras prioridades. Um plano que distribua estes recursos, dentro de um período razoável de implantação, pode dar respostas muito significativas para estas regiões, otimizando os recursos públicos. Isto tudo, no campo dos transportes.

Gestão e educação no trânsito - Há muito que fazer no trânsito. Projetos nacionais de educação de trânsito precisam ser implantados da melhor forma e o mais rápido possível. Investir na operação, fiscalização e policiamento é fundamental. Rever nossos processos de habilitação é igualmente urgente. Expandir a tecnologia para complementar as ações dos órgãos públicos trará, com certeza, a redução dos acidentes, que segundo estudos do DENATRAN/IPEA/ANTP, estimam em mais de R$ 30 bilhões/ano. Portanto, é muito importante investir nos projetos, cujo custo-benefício é altamente favorável à sociedade, assim como permitir a redução de custos, perfeitamente evitáveis, como os tais acidentes de trânsito.



Ailton Brasiliense Pires
Presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos - ANTP

postado por: Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT