sexta-feira, 14 de março de 2014

Mobilidade X Cidade



De acordo com o MDT, o setor de transporte é responsável por cerca de 1/4 das emissões dos chamados Gases do Efeito Estufa – GEE, na maior parte devido ao grande crescimento da frota de carros, motos e caminhões. Um crescimento de 45% de 1990 a 2007. Sabemos que a forma como transportamos mercadorias e a nós próprios tem um impacto considerável ao meio ambiente: quer seja na emissão dos GEE, na construção de rodovias e na urbanização não planejada que este processo acarreta.As condições de Mobilidade Urbana são precárias no país: recebem insuficiente atenção do Poder Público.

O Império do Automóvel


No Brasil: a malha rodoviária recebeu grandes incentivos a partir da década de 50, o que possibilitou o seu rápido crescimento, principalmente devido a inserção da indústria automobilística no país. Os recursos são conduzidos dentro de uma lógica perversa, centrada no favorecimento à fluidez do transporte individual motorizado, como fosse possível a todos os  cidadãos possuirem um veículo, e que todos esses automóveis e motos conseguissem trafegar livremente pelas vias urbanas sem gerar crises de falta de espaço e poluição nas cidades . Na última crise, o Governo Federal optou pela baixa nos preços dos automóveis para salvar a economia do país. O país possui uma frota de mais de 61 milhões de veículos e este número cresce a cada dia.
Quanto o automóvel custa para a cidade?


A falta de planejamento urbano é também um agravante à sustentabilidade urbana: há um crescimento que não considera condições básicas à vivência, e muito menos, a sustentabilidade. 80% da população brasileira vivem em áreas urbanas. Ou seja, é urgente criarmos condições para um equilíbrio entre moradia, transporte, circulação de carros e pedestres, manutenção de áreas verdes.
Prioridade ao uso das vias ao automóvel
A prioridade deve ser do coletivo

É necessário mudar esta realidade. A Mobilidade Urbana pode ser inclusiva, sustentável  social e ambientalmente. Sua gestão pode e deve ser compartilhada, participativa e democrática, integrada às demais políticas de desenvolvimento urbano.

Para isto é necessário ampliar atuação organizada da sociedade em torno da Mobilidade Urbana Sustentável e disseminar os conceitos bases e discutir soluções eficazes e duradouras de modo a contribuir para a construção de uma pauta unificada dos movimentos sociais e entidades que atuam nas políticas urbanas.

São muitos os desafios.

Ai vão algumas recomendações do MDT para a gestão urbana adequada:


Priorizar o andar a pé: é preciso garantir espaços seguros, desobstruídos e de qualidade aos pedestres;
Andar a pé

Incentivar a utilização dos modos não poluentes: deve-se criar condições ao uso de transportes não poluentes, como a criação de ciclovias e ciclofaixas;
Andar de Bicicleta

Priorizar o Transporte Público Coletivo: oferecer transporte público de qualidade, que supra as necessidades dos cidadãos;
Prioridade no uso de vias

Controle de tráfego: criar restrinções a carros e motos;
Dia sem Carro em BH

Integração: é preciso integrar pessoas e construções, possibilitando lazer, trabalho e outras atividades em espaços próximos;


Preencher espaços: com o preenchimento de espaços vazios, como terrenos baldios, possibilita essa integração, tornando as atividades possíveis a pé, por exemplo;

>Preservação dos bens: preservar a diversidade sociocultural, os ambientes e belezas naturais da cidade;

Diminuir distâncias: criar conexões entre lugares, possibilitando caminhos diretos e livres; Focar a Gestão na Paz no Trânsito; 

Segurança para as pessoas

Implantar a Inspeção Veicular obrigatória, ambiental e de segurança. 
Reduçao dos impactos ambientais

Fonte: Cartilha do MDT
Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT