segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Trânsito - mudança, já!

  Hugo Leal é deputado federal pelo PSC-RJ 

    A imprudência ao volante custa muito caro ao Brasil. Todos os anos, mais de 42 mil pessoas perdem a vida e outras 500 mil ficam feridas em acidentes em nossas vias públicas, que reforçam a cultura da violência no trânsito e deixam prejuízo de R$ 35 bilhões.

      A tragédia, no entanto, vai muito além das estatísticas, que colocam o país como um dos cinco recordistas de mortes no trânsito. O Brasil não pode tratar o problema viário de forma desvinculada das políticas de educação, mobilidade urbana e segurança. O trânsito hoje é uma questão de saúde pública e deve ser encarado como prioridade em todos os níveis de governo. É fundamental uma política integrada de prevenção, envolvendo os Ministérios dos Transportes, das Cidades, da Saúde e da Educação.

     Como autor da Lei Seca e vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito, não aceito essa visão superficial que transforma colisões e atropelamentos em mera fatalidade. Muitas vezes são crimes hediondos, homicídios dolosos, lesões corporais.

     E consciência é a palavra-chave neste processo. Recentemente, o nosso bicampeão de Fórmula-1 Emerson Fittipaldi, durante a comemoração da Semana Nacional do Trânsito, lembrou ter perdido 35 colegas de profissão em acidentes nas pistas, enquanto meio milhão de brasileiros morriam em ruas, estradas e avenidas do país. “Imprudência mata, bebida mata, celular mata. Consciência dos perigos é o que me trouxe até aqui”, disse Fittipaldi, que cobrou da presidenta Dilma Rousseff plano de ação para o trânsito. 

     E a mudança começa agora. O primeiro passo é a revisão do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) por meio de compromisso firmado com a ONU, ano passado. A Década de Ação pelo Trânsito Seguro 2011-2020, assinada por governos de todo o mundo, prevê uma redução de 50% nas mortes no trânsito. O tema precisa entrar já na pauta nacional. A vida, afinal, é nosso bem maior.

Jornal O Dia