segunda-feira, 3 de novembro de 2014

AEAMESP realizou sua 20ª Semana de Tecnologia, encontro consolidado como o mais significativo do setor metroferroviário

Entidade integrante do Secretariado do MDT, a Associação de Engenheiros Arquitetos de Metrô (AEAMESP) promoveu no período de 9 a 12 de setembro de 2014, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, a 20ª Semana de Tecnologia Metroferroviária e a exposição Metroferr 2014, eventos que reuniram mais de três mil participantes e visitantes provenientes de todas as regiões do Brasil e do Exterior. Além das conferências inaugural e de encerramento, foram desenvolvidos 11 painéis expositivos e de debates e 50 sessões de apresentações de trabalhos técnicos, as sessões de abertura e de encerramento e um ato de homenagem a diretores e ex-dirigentes do Metrô-SP, em comemoração aos 40 anos de operação na Companhia. Os arquivos com as apresentações feitas em todas as sessões estão disponíveis para livre consulta no website da AEAMESP
O primeiro dia. Como parte a sessão inaugural da 20ª Semana de Tecnologia e da Metroferr 2014, foi realizada a solenidade de premiação dos vencedores nas três categorias do Prêmio Tecnologia e Desenvolvimento Metroferroviários 2014, de âmbito nacional – uma iniciativa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), com o apoio da AEAMESP. Eis as categorias avaliadas:Categoria 1 – Políticas públicas, planejamento urbano, mobilidade sustentável, planejamento e concepção de sistemas de transporteCategoria 2 – Financiamento (funding) e gestão de empreendimentos de transporte, e Categoria 3 – Tecnologias de implantação, operação e manutenção de sistemas de transporte. Na conferência de abertura, com o tema Cenário macroeconômico do país e o setor metroferroviário, o engenheiro Amir Khair falou sobre macroeconomia, apontando obstáculos ao crescimento, e mostrou sua visão sobre como os problemas podem ser corrigidos.
Significado. Em seu pronunciamento na sessão inaugural, o presidente da AEAMESP e membro do Secretariado do MDT, engenheiro Emiliano Affonso, destacou o significado de vinte edições ininterruptas da Semana de Tecnologia Metroferroviária. Ele sublinhou a motivação para criar o encontro técnico em meados dos anos 1990 e o sucesso da empreitada: “Naqueles primeiros tempos, com poucos projetos de expansão, buscávamos um foro de discussão para que as equipes técnicas pudessem enriquecer e afiar sua expertise. Conseguimos êxito. A Semana de Tecnologiaprogrediu com o esforço das sucessivas gestões da AEAMESP. E vem sendo organizada para permitir o intercâmbio não apenas dentro da Companhia do Metropolitano de São Paulo, onde se originou, mas de todo o segmento metroferroviário, de modo a servir como uma alavanca de luta para a expansão do setor”.
Segundo dia. Os painéis de debate aconteceram do segundo ao último dia do encontro. O primeiro painel discutiu o uso racional dos automóveis, com duas apresentações sobre redução do uso de carros por funcionários de empresas privadas, o uso de informação para reorientar demanda em uma rua comercial de Londres, e aspectos essenciais da política de mobilidade na cidade de São Paulo. O segundo painel focalizou a necessidade de haver articulação entre planejamento urbano e transporte, com exemplos brasileiros e internacionais.
Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo. No segundo painel, o vereador paulistano Nabil Bonduki fez uma explanação sobre o processo de tramitação do projeto de lei, do qual foi relator, e os principais aspectos da configuração final do Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo (Lei nº 16.050/14). Entre outros aspectos, ele descreveu a cidade proposta pelo novo plano, afirmando que a intenção é que haja articulação entre mobilidade e uso do solo, com adensamento populacional ao longo dos sistemas de transporte coletivo de massa, prioridade para o transporte coletivo e não motorizado, contenção da expansão horizontal e criação de alternativas econômicas na zona rural, estimulo a moradias onde há muito emprego, criação de polos de desenvolvimento econômico nas regiões que concentram moradias, geração de oportunidades de trabalho, com a criação de polos de desenvolvimento e novas centralidades nas áreas periféricas. Ao final desta notícia, há o link para a apresentação que serviu de roteiro para a explanação de Bonduki, no qual são apresentados, de maneira didática, outros aspectos do Plano Diretor Estratégico.
Mais dois painéis no segundo dia. O terceiro painel mostrou atuação dos sistemas sobre trilhos de São Paulo e Rio de Janeiro em grandes eventos. Fechando os trabalhos do dia, o quarto painel tratou dos desafios da formação de um quadro de profissionais capacitados para atender às demandas do setor, cuidar da retenção e transmissão do conhecimento e trabalhar aspectos relacionados com inovação e desenvolvimento.
Terceiro dia. Na abertura do terceiro dia, desenvolveu-se o quinto painel da 20ª Semana de Tecnologia, que, essencialmente, discutiu o quanto o País já perdeu e quanto ainda poderá perder por não reconhecer a gestão como fator crítico em empreendimentos de infraestrutura. Na sequência, o sexto painel foi dedicado à necessidade e à oportunidade de implantação de trens regionais na macrometrópole paulista, com a apresentação de um primeiro projeto proposto pela iniciativa privada e, também com informações sobre êxitos e equívocos da experiência espanhola nesse campo. No início da tarde, desenvolveu-se o sétimo painel, sobre integração e racionalização para eficiência e melhoria do transporte público, com apresentações referentes ao Metrô-SP e ao sistema de ônibus da capital paulista, além de um debate sobre a urgência do estabelecimento de uma fonte sustentável para financiamento dos sistemas de transporte e redução das tarifas. No encerramento do dia, houve o oitavo painel, mostrando o sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) integrado ao projeto de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, o VLT da Baixada Santista, já em testes, e o monotrilho da Linha 17 – Prata, em o São Paulo, que está com o seu primeiro trecho em pré-operação, com visitas controladas.
Painéis finais. Na abertura do último dia dos trabalhos, desenvolveu-se o nono painel, versando sobre a implantação de parques de geração de energia com base em tecnologias para aproveitamento de energia solar, eólica e outras. No décimo painel, o destaque foi para a apresentação de estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mostrando que, além de dobrar o total dos investimentos feitos nestes últimos dez anos em mobilidade urbana, as quinze maiores metrópoles brasileiras precisarão de mais R$ 229 bilhões para aplicar em projetos de infraestrutura para o setor até 2027, o equivalente a 0,4% do PIB. No início da tarde, aconteceu o décimo primeiro painel, versando sobre projetos de ampliação e modernização do transporte sobre trilhos de passageiros em curso no Brasil. Foi apresentado um resumo das obras de sistemas metroferroviário já contratadas no País; elas permitem garantir que, em quatro anos, o número de operadoras do setor será ampliado de 15 para 22; o número de linhas saltará de 38 para 59, o total de estações terá acréscimo de 501 para 757 e a extensão da malha metroferroviária saltará de 970 km para 1253 km. Também houve exposições sobre a implantação do sistema metroferroviário de Salvador e a respeito da construção da Linha 4 do sistema metroferroviário carioca. A conferência final da 20ª Semana de Tecnologia Metroferroviária coube ao secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes. Apoiado por um pequeno roteiro ele falou de improviso, comentando diversos temas que foram objeto de debate no encontro organizado pela AEAMESP.

Informativo MDT