sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Em Salvador, MDT e Senge-BA promovem Seminário sobre a complexidade da implantação e operação de sistemas de metrô

Compreender as implicações da implantação de um sistema metroferroviário em uma grande metrópole mostra-se importante em razão da proposta do governo da Bahia de ter, em três anos, um sistema metroviário com duas linhas, servindo aos municípios de Salvador e Lauro de Freitas. `Por essa razão, o Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge-BA) e o MDT promoveram no dia 5 de julho de 2012, na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, o seminário Planejamento, Implantação e Operação do Transporte Metroviário.O Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge BA) e o MDT promoveram no dia 5 de julho de 2012, na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, o seminário Planejamento, Implantação e Operação do Transporte Metroviário.
 

Obter informações para melhor compreender as implicações da implantação de um sistema metroferroviário em uma grande metrópole mostra-se importante em razão da proposta do governo da Bahia de ter, em três anos, um sistema metroviário com duas linhas (uma delas com obras iniciada há mais de uma década), servindo aos municípios de Salvador e Lauro de Freitas.
Desde 21 de junho de 2012, está aberta a Consulta Pública do PPP (Parceria Público Privado) do Sistema Metroviário de Salvador a Lauro de Freitas. Durante 60 dias, as empresas interessadas em executar a obra poderão analisar o edital e em novembro deverá acontecer um pregão na Bovespa para definir o vencedor.
A previsão é de que as obras da segunda linha comecem no início de 2013 e sejam concluídas em 36 meses, sendo que com apenas 18 meses as linhas comecem a operar. Para os especialistas, a dimensão desse desafio está sendo bastante subestimada.
Opiniões. O expositor do seminário foi o engenheiro Cláudio de Senna Frederico, que atuou nos metrôs de São Paulo e do Rio de Janeiro, foi secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e integra o Conselho Diretor da Associação Nacional de Transportes Públicos. Como debatedores fizeram apresentações o presidente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), engenheiro José Geraldo Baião, e o engenheiro Emiliano Affonso, ex-presidente da AEAMESP e representante do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) (veja as três apresentações por meio de link ao final desta notícia). Nas exposições, foram destacadas as complexidades envolvidas na implantação, operação, manutenção e gestão de sistemas metroviários que devem ser levadas em conta para oferecer um serviço de qualidade aos usuários.
A deputada estadual, engenheira Maria Del Carmen, disse no seminário que a demonstração de vontade política do governo baiano em realizar a implantação das duas linhas de metrô não amenizou as suas preocupações quanto ao planejamento da implantação do sistema metroviário. O diretor da Escola Politécnica da UFBA, engenheiro Luiz Edmundo Prado, ressaltou o significado do debate, sobretudo em razão de Salvador ser apontada por recentes pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a terceira cidade mais congestionada do País, enquanto o governo federal estimula o crescimento da frota de automóveis com a redução de impostos.
Na opinião do presidente do Sindicato dos Engenheiros da Bahia (SENGE-BA), Ubiratan Félix, o evento revelou porque o metrô de São Paulo deu certo e esclareceu que conhecer a realidade do projeto em Salvador é de “suma importância” diante do descrédito da população sobre a gestão pública das obras de infraestrutura de transportes na cidade em particular da primeira linha do metrô de Salvador.
Importância do debate. O coordenador nacional do MDT, Nazareno Affonso enalteceu a parceria do MDT com o Sindicato dos Engenheiros da Bahia em promover um debate objetivo a respeito dos diferentes aspectos que cercam infraestruturas de transporte de implantação e operação complexas, como os sistemas de metrô, as quais que envolvem investimentos em volumes significativos, grande tempo de maturação dos projetos e de implantação. “Tais projetos demandam o desenvolvimento de expertise e aplicação de tecnologias não apenas na fase de obras, mas, sobretudo, a partir do momento em que entram em operação”, disse, ao avaliar o encontro.

Durante o seminário, Nazareno Affonso se referiu à vigência no País da Política Nacional de Mobilidade Urbana, instituída pela Lei nº 12.587/12, “Precisamos compreender essa nova lei e, sobretudo, trabalhar firme para torna-la efetiva. Essa lei vira o jogo da mobilidade no Brasil, já que que incentiva a priorização do transporte coletivo, público e não motorizado, em vez do individual, particular e motorizado”, concluiu.