terça-feira, 19 de julho de 2016

Guarulhos recebe em julho o I Seminário Metropolitano de Cidades Inteligentes. Encontro terá conferência de Nazareno Affonso


O diretor executivo nacional do Instituto MDT, Nazareno Affonso, participará em Guarulhos/SP, nos dias 28 e 29 de julho de 2016, do I Seminário Metropolitano de Cidades Inteligentes. O encontro acontecerá no Teatro Adamastor, na Avenida Monteiro Lobato, 734, Macedo, Guarulhos/SP e é organizado pela Prefeitura de Guarulhos, Fórum Paulista de Dirigentes e Gestores Públicos de Mobilidade Urbana e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS).
A iniciativa se propõe a apontar objetivos, metas e soluções para temas da mobilidade urbana e saúde no processo de estabelecimento de municípios sustentáveis. O encontro terá cerca de 350 participantes, dentre eles, dirigentes, gestores, pesquisadores, técnicos e profissionais relacionados ao tema, além de estudantes e imprensa. A inscrição é gratuita e o evento será transmitido ao vivo pela internet. A conferência do dirigente do Instituto MDT está programada para a tarde do primeiro dia do encontro, 28 de julho, às 17horas, após as conferencias Internacionais.
Programação. Na manhã do primeiro dia, após a solenidade de instalação dos trabalhos, será desenvolvida a sessão intitulada Sociodrama, com as conferencistas Marisa Greeb e Priscila Tamis. Elas informam que a ideia da sessão é provoca e sensibilizar os participantes, criando um tom de experiência e experimentação; o ‘sociodrama’ e reflexões a partir dele serão inspirados nos depoimentos da população paulistana inscritos no livro Saúde e subjetividade na mobilidade urbana: experiência cartográfica de uma cidade (im)possível.
No período da tarde, será realizado o debate Experiências Internacionais: mobilidade urbana e saúde, que terá como moderador o jornalista Heródoto Barbeiro e como conferencistas e debatedores especialistas dos Estados Unidos, Projjal K. Dutta - Diretor de Sustentabilidade da Metropolitan Transportation Authority (MTA), de – Nova Iorque, e mais três nomes em definição.
Após esse debate, será chamado pelo moderador o diretor nacional executivo do Instituto MDT, Nazareno Affonso, para proferir a palestra de encerramento dos trabalhos do dia com o titulo A política de mobilidade urbana: contextualização das mudanças nas últimas três décadas. A última atividade será uma apresentação de vídeo.
Os trabalhos do segundo dia serão abertos com apresentação do vídeo da Mostra. Em seguida, haverá mesa-redonda sobre o tema A construção de uma agenda coletiva da mobilidade urbana para Região Metropolitana de São Paulo, com mediação do sociólogo Vicente Trevas e participação Luiz Marinho, presidente do Conselho da Região Metropolitana de São Paulo; Jilmar Tatto, secretário municipal de Transporte de São Paulo; Alexandre Padilha, secretário municipal de Saúde de São Paulo; Nabuo Aoki Xiol, secretário municipal de Transporte de Mogi das Cruzes/SP e mais dois representantes da Região Metropolitana de São Paulo.
Violência no trânsito. O I Seminário Metropolitano de Cidades Inteligentes é um evento técnico e institucional que se propõe a promover dois dias de palestras e debates sintonizadas com as conclusões da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança Viária – Tempo de Resultados. Essa conferência foi realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em novembro de 2015, em Brasília, e teve por objetivo avaliar os resultados dos primeiros cinco anos da Década de Ação para a Segurança no Trânsito – 2011/2020, que tem como meta reduzir em 50% o número de mortos no trânsito durante os dez anos. Para o Brasil o balanço foi negativo: em vez de redução, houve aumento no já elevado número de mortes e sobreviventes com sequelas irreversíveis.
O diretor nacional executivo do Instituo MDT participou do encontro global em Brasília e fez uma avaliação positiva de seus resultados, com destaque ao conteúdo da Declaração de Brasília, documento de oito páginas, negociado previamente e lançado ao final do encontro, que apresenta em sua primeira parte um conjunto de 31 pontos que ratificam o desejo de fortalecimento daDécada de Ação para a Segurança no Trânsito – 2011/2020, considerando a opção pelo transporte público e a redução das velocidades urbanas como predicado novo e prioritário nas ações governamentais; e em seguida, recomenda o desenvolvimento de 30 ações para aumentar a segurança no trânsito.
Os organizadores do I Seminário Metropolitano de Cidades Inteligentes indagam: de que maneira é possível uma mobilidade saudável e segura? E respondem: diversas iniciativas nesse campo estão acontecendo no Brasil e no Exterior, e as melhores ações servirão de exemplo para os representantes técnicos debaterem e traçarem planos.
Tópicos para os debates. Os quatro tópicos a seguir darão base às discussões. São eles: 1) Entender o comportamento dos paulistas no seu modo de se relacionar com a mobilidade urbana, em especial: na utilização do cinto de segurança, rodízio, corredores e faixas exclusivas de ônibus, ciclovias, ruas de lazer, redução da velocidade nas vias e multas de trânsito; 2) Revelar experiências bem-sucedidas na priorização do transporte público e no incentivo ao uso do transporte não motorizado, como a bicicleta. Como garantir a segurança do pedestre e de cidadãos com deficiência de locomoção (cadeirantes, deficientes visuais); 3) Incorporar iniciativas nos programas de governo e nas políticas públicas municipais de mobilidade urbana e de saúde pública que atendam às definições estabelecidas pela ONU para toda a Região Metropolitana de São Paulo; 4) Ampliar canais para comunicar com transparência as informações, a participação social e a consolidação de parcerias. 

Movimentando - Informativo- número 120 - Junho 2016 -   Matéria 05/9

Seminário Cidade Expressa debateu em Campina Grande/PB a prioridade ao transporte coletivo. Representando o MDT, Nazareno Affonso foi palestrante e coordenador da mesa

No dia 3 de junho de 2016, no Teatro FACISA, em Campina Grande, Paraíba, foi realizado o Seminário Cidade Expressa – Plano de Mobilidade Urbana e Transporte Coletivo Urbano. O encontro que alcançou sua quarta edição anual é promovido pelo Comitê Técnico de Mobilidade Urbana (CTMU) de Campina Grande e Região Metropolitana, e, nesta ocasião, contou com o apoio da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (FETRONOR), da organização Com Trans Legal e do Jornal da Paraíba. O MDT participou da iniciativa, representado por seu coordenador nacional, Nazareno Affonso, que já havia participado da segunda edição do seminário, em 2014.
A primeira mesa do encontro teve como tema Plano de Mobilidade Urbana: Desafios para sua implementação e foi mediada pelo jornalista Marcos Sousa, do portal Mobilize Brasil. Atuaram como debatedores Valéria Barros, coordenadora do Plano de Mobilidade Urbana de Campina Grande; João Braga, secretário de Mobilidade Urbana de Recife, e André Dantas, diretor da NTU. Veja a íntegra dessa mesa em vídeo publicado pelos organizadores do encontro e disponível por meio de link no final desta notícia.
Prioridade para o transporte público. Nazareno Affonso coordenou a segunda mesa, que sobre o tema Prioridade ao transporte público, fazendo uma exposição com foco na bandeira do MDT de ocupar as ruas com transportes públicos. Ele argumentou que a parte das vias destinadas a faixas de rolamento ou liberada para estacionamento – porções hoje ocupadas majoritariamente por automóveis – devem ser destinadas à implantação de faixas e corredores exclusivos para ônibus ou VLT (Veículos Leves sobre Trilhos), como está acontecendo no centro do Rio de Janeiro, ou, ainda, para a ampliação das calçadas e implantação de ciclovias e ciclofaixas.
Os debatedores fizeram suas ponderações ao responderem a perguntas formuladas pelo dirigente do MDT. Carlos Batinga, superintendente de Mobilidade Urbana de João Pessoa/PB, e membro do Conselho Diretor do Instituto MDT, falou sobre os ganhos que haveria com a retirada do privilégio dos proprietários de automóveis de circularem e estacionarem nas vias públicas e falou da dificuldade de retirar estacionamentos nas vias e criticou mudanças que revertessem as conquistas da Lei de Mobilidade Urbana. André Dantas, diretor da NTU, fez considerações sobre e os avanços das experiências internacionais em priorizar o transporte público e de como o governo federal poderia atuar para favorecer a qualificação dos sistemas convencionais de ônibus. Eudo Laranjeira, presidente da FETRONOR, se posicionou favoravelmente à concessão de maior espaço na via para o transporte público, com ganhos de produtividade dos sistemas, que podem acarretar redução das tarifas, e redução do tempo de viagem para os usuários.
Exemplo. Após o encerramento dos trabalhos, Nazareno Affonso elogiou Campina Grande/PB pela realização anual do encontro. “Nós não temos no Brasil um monitoramento tão fino do plano de mobilidade. Espero que vocês influenciem o País com essa iniciativa”, disse, acrescentando que considerou muito boa a dinâmica dos trabalhos e a profundidade e atualidade dos debates, já que foram tratados temas como a retomada do espaço viário hoje praticamente monopolizado pelos automóveis e a qualificação dos sistemas de transporte público.
Respondendo a uma indagação sobre como poderá ser feita a qualificação do transporte público, Nazareno Affonso mencionou diferentes exemplos, entre os quais a oferta de informações aos usuários, a instalação de elementos de segurança e conforto nos pontos de parada, e, ainda, a implantação de faixas exclusivas para os ônibus. Quanto a este último fator, disse ter sido informado de que Campina Grande possui apenas 1,5 mil metros de faixa livre para os ônibus e fez um desafio à administração municipal, para que se disponha a multiplicar por dez essa extensão até o próximo seminário, em 2017. Ele defendeu também a mudança do Código de Trânsito Brasileiro de modo a que seja proibido o estacionamento de automóveis em todas as vias urbanas em que circulam o transporte público.
O dirigente do MDT sublinhou ainda ser necessário encontrar fontes de financiamento extra tarifários e extra orçamentários para subsidiar as tarifas, de maneira que estas se tornem mais baratas para os usuários, como ocorre na maioria dos países altamente desenvolvidos. Entre medidas que podem propiciar tais fontes mencionou a instituição de uma política de estacionamento coordenada pelo poder público e operada por meio de concessões capazes de trazer recursos para os sistemas de transporte público, a captura de parte do adicional de lucros imobiliários ocasionados pela implantação de sistemas estruturadores de transporte público e mesmo a taxação direta da gasolina.
Carlos Batinga também elogiou o seminário e disse ter sido um privilégio participar de todas as quatro edições desse encontro. Ele considera que o modelo participativo adotado em Campina Grande, que tem como centro o Comitê Técnico de Mobilidade Urbana (CTMU), reúne os principais atores envolvidos com o desenvolvimento da cidade e interessados em aprimorar a mobilidade urbana.

Movimentando
Informativo - Número 120 - Junho 2016 -   
Matéria 02/9