terça-feira, 7 de junho de 2011

Consórcio Intermunicipal do Grande ABC debateu ontem o "Projeto Travessia Segura" com Nazareno Affonso

De olho na redução de acidentes envolvendo veículos automotores e pedestres, o GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade Urbana do Consórcio Intermunicipal do ABC apresentou nesta segunda-feira (06/06), durante reunião dos sete prefeitos, o Projeto Travessia Segura. A ação, ainda em fase de elaboração, deverá ser lançada em setembro deste ano em forma de campanha de conscientização dos motoristas.
“A mobilidade urbana não se resume apenas em transporte público, mas também aos pedestres, que normalmente são esquecidos”, lamenta o presidente da entidade e prefeito de Diadema, Mário Reali. “Queremos conscientizar os motoristas e fazer com que a faixa de pedestre seja respeitada, assim como acontece em Brasília, onde o motorista para para o pedestre atravessar a rua independentemente do farol estar ou não aberto”, lembra. Apesar da comparação, Reali admite que o modelo implantado no Distrito Federal deverá sofrer reformulações. “A campanha terá de ser adequada para a realidade do ABC”, diz.
De acordo com levantamento realizado pelo Corpo de Bombeiros do ABC, os casos de atropelamentos no primeiro semestre desde ano devem registrar alta na comparação com o mesmo período do ano passado. Isso porque entre 3 de março e 1° de junho foram registradas 503 ocorrências na região, contra 1.207 em todo o ano de 2010.
Aproximadamente 6% dos casos foram registrados na avenida Barão de Mauá (15 casos), em Mauá, 4% na avenida Oratório (10), em Santo André, e 3,2% na avenida Brigadeiro Faria Lima (9), em São Bernardo. O restante ocorreu em diversos pontos do ABC. A explicação do tenente Vagner Martins, chefe do Setor de Operações do 8° Grupamento de Bombeiros do ABCDMRR, é que estas vias são muito movimentadas.

Região precisa de vontade política avalia especialista

Nas ruas de Brasília os carros devem parar imediatamente ao perceber que pedestres querem atravessar. Isso acontece desde 1997, quando o arquiteto e urbanista Nazareno Affonso, da Associação Nacional dos Transportes Públicos, iniciou campanha educativa e fiscalizadora na capital brasileira.
O trabalho de Affonso ñão se resumiu à fixação de placas e faixas informativas. Na época, mais de 500 fiscais do Departamento de Trânsito foram para as vias públicas orientar condutores e pedestres.
Para ele, que explanou a idéia ontem para o Consórcio Intermunicipal, o projeto pode ser adotado no Grande ABC. "Tem de ter vontade política, caso contrário não sai do papel", afirmou o especialista.
Affonso argumentou ainda que o projeto pode ser integrado com os sete municípios. "Em Brasília foram feitas blitz para expandir a idéia para as cidades satélites. Aqui, os prefeitos têm de estudar a melhor forma", opinou.

Cristina Baddini Lucas  - Assessora do MDT