terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2012 e a mobilidade urbana

 
Houve uma queda de cerca de 30% na utilização 
do transporte público no Brasil nos últimos dez anos, 
segundo estudo divulgado pelo Instituto  
de Política Econômica Aplicada – IPEA.  

Na questão dos investimentos no transporte coletivo 
houve  avanços em 2011, mas é preciso caminhar 
mais ainda.  

A mobilidade urbana teve positivos desafios. 

O PAC da Copa teve disponível R$ 11 bilhões para utilização em sistemas de transportes estruturais nas cidades-sedes 
e seu legado mais significativo será fazer com que 
esses meios de transportes estejam em operação 
em 2014 para dar qualidade à mobilidade dos cidadãos. 

Mas, o Governo  também incentivoumais a utilização 
do transporte individual. 
Um dado da pesquisa mostra que 90% dos 
subsídios federais para transporte de passageiros 
são destinados à aquisição e operação de 
carros e motocicletas. 

Como conseqüência, o uso de automóveis nas 
grandes cidades cresce 9% ao ano, enquanto 
o de motocicleta á saltos de 19%.
Em alguns lugares, dependendo do trajeto que se faça, 
sai mais barato usar moto ou até mesmo carro do 
que o ônibus, metrô 
A renda da população está aumentando e, se não 
houver políticas no sentido de melhorar e incrementar 
o transporte público, essa situação vai se deteriorar ao 
ponto em que teremos cidades inviáveis.

A política de combustíveis também contribuiu 

para o encarecimento do transporte público, pois, 
segundo o estudo, os ônibus movidos a 
diesel estão presentes em 85% dos municípios 
do país e representam o principal meio de 
transporte de massas nas grandes cidades. 
Segundo o IBGE, o preço do óleo diesel subiu 50% a 
mais que o da gasolina nos últimos 10 anos.

Somente cerca de 8% do diesel consumido no Brasil 

vai para o transporte público, e isso nos permite 
afirmar que é bem possível subsidiar a compra de 
diesel para o setor do transporte público e, assim, 
baratear as passagens.

Sem maiores investimentos e sem políticas públicas de mobilidade urbana por parte do governo federal, será muito difícil atender à demanda que não para de crescer.


Os dados da mortalidade no trânsito, divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde, mostram que, infelizmente, nossos números continuam acima do aceitável.

O MDT espera que em 2012 o Brasil definitivamente eleja 
a mobilidade urbana como o grande tema de utilidade 
pública e que se mantenham  constantes os
investimentos para solucionar a questão da circulação 
nas cidades. 

Essa é a nossa grande esperança.

Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT