quarta-feira, 11 de novembro de 2015

MDT participou da 21ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, da AEAMESP, em painel sobre a urgência do avanço das redes


A urgência do avanço das redes metroferroviárias, com a necessidade de garantir a conclusão, no prazo, dos projetos já definidos e contratados, e a busca de condições para viabilizar novos projetos nos maiores centros urbanos do País. Esse foi o tema principal da 21ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, realizada de 8 a 11 de setembro de 2015, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, paralelamente à exposição de produtos e serviços METROFERR EXPO 2015.
O encontro teve uma conferência inaugural sobre a conjuntura econômica a cargo do economista e professor Manuel Enriquez Garcia, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP); a conferência final foi proferida pelo secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni. Houve ainda a solenidade de entrega do 2º Prêmio Tecnologia e Desenvolvimento Metroferroviários, promovido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTRILHOS), em parceria com a AEAMESP.
O programa incluiu 72 sessões de apresentação de trabalhos técnicos e 11 painéis que debateram intermodalidade, planejamento urbano e transporte, avanços do setor metroferroviário no Brasil e na América Latina, mobilidade urbana e suas relações com o uso do solo e o desenvolvimento e o papel dos governos nesse processo. Os painéis focalizaram ainda transporte de cargas e de passageiros sobre trilhos, capacitação profissional, o diálogo do setor de mobilidade urbana com o Legislativo, Judiciário e Ministério Público, e o tema central do encontro: a urgência e haver a ampliação das redes metroferroviárias. Os arquivos com as apresentações feitas em todas as sessões estão disponíveis para livre consulta no website da AEAMESP (acesse o link no final desta matéria)
Promovido pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP), entidade fundadora e integrante do Secretariado do MDT, a Semana de Tecnologia Metroferroviária é reconhecida como o mais significativo congresso do segmento no Brasil, com trabalhos técnicos e amplo debate a respeito de políticas públicas centradas na cidade, na mobilidade e na qualidade de vida urbana. Um dos pré-lançamentos do MDT aconteceu em uma das sessões da 9ª Semana de Tecnologia Metroferroviária, realizada em setembro de 2003.
A edição deste ano atraiu quase dois mil participantes e visitantes provenientes de 72 cidades de 12 estados e atuantes em mais de duzentas empresas, e também convidados da Argentina, Chile, Áustria e Portugal – um grupo constituído de engenheiros, arquitetos, técnicos, executivos, agentes públicos, jornalistas, consultores e outros profissionais especializados.
Documento. O MDT foi convidado a participar do último painel do 21ª Semana de Tecnologia Metroferroviária e esteve representado por seu coordenador nacional, Nazareno Affonso. Nesse painel, o presidente da AEAMESP e membro do Secretariado do MDT, engenheiro Emiliano Affonso, propôs a elaboração de um documento com dados que mostrem a importância do transporte público – em especial do transporte público sobre trilhos – para o desenvolvimento econômico e social do País e para a garantia da sustentabilidade ambiental nas cidades. A ideia é que o documento seja levado a governantes, parlamentares e lideranças civis de outras áreas da sociedade e embasar a defesa da continuidade de investimentos em transportes públicos sobre trilhos, que servem como estruturadores dos sistemas nas maiores metrópoles e também em grandes e médias cidades.
Também participaram da mesa Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER); Harald Peter Zwetkoff, presidente da ViaQuatro e representante da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos); Ailton Brasiliense Pires, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP); José Roberto Bernasconi, presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (SINAENCO), e Luiz Antônio Cortez Ferreira, conselheiro titular do CAU/SP, representando o arquiteto e urbanista Haroldo Pinheiro, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR).
Difusão da Lei de Mobilidade. Ao se manifestar nesse último painel, Nazareno Affonso destacou a importância da implantação e integração das redes de transporte para melhorar a qualidade e a eficiência da mobilidade nos centros urbanos, e assinalou que esse aspecto é um dos principais pontos da Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12). Ele assinalou que, apesar de estar em vigor há três anos, essa lei ainda não se encontra devidamente difundida e conhecida pela população e mesmo por uma parcela dos dirigentes políticos, gestores e técnicos do setor.
O dirigente do MDT comentou que o Pacto Nacional da Mobilidade Urbana, formulado logo após as manifestações de junho de 2013 pelo Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana do Conselho Nacional das Cidades, a pedido da Presidência da República – e que foi aprovado como uma resolução do Conselho Nacional das Cidades, referendada pela 5ª Conferencia Nacional das Cidades – defende a difusão da Lei de Mobilidade Urbana e constitui uma ‘carta de navegação’ com orientações para o setor.
Nazareno também frisou que a ampla divulgação e, como consequência, o conhecimento e a aplicação dos dispositivos da Lei de Mobilidade Urbana – e em especial o conhecimento pela população dos direitos que ela consagra – passam pelo fortalecimento do Ministério das Cidades, com equipes e recursos para promover a capacitação de técnicos nas administrações municipais e estaduais.
O MDT tem se esforçado para divulgar de modo claro os termos e o alcance da Lei de Mobilidade Urbana. Um exemplo consistente disso é o livro intitulado Mobilidade, Inclusão e Direito à Cidade – Novas Conquistas, com 120 páginas, colorido, com um belo projeto gráfico, elaborado por uma equipe editorial reunida pelo próprio MDT e cooperação com o Fórum Nacional da Reforma Urbana, com retaguarda técnica do Instituto de Brasileiro de Direito Urbano (IBDU) e financiamento da Fundação Ford. Esse livro é a atualização e a ampliação de publicação produzida em 2009, intitulada Mobilidade e Inclusão Social. “A atualização e a ampliação mostrou-se necessária justamente para que pudéssemos mostrar os avanços colhidos nestes seis últimos anos. Em especial, a Lei de Mobilidade Urbana”, concluiu Nazareno.

Informativo MDT
Movimentando 111
setembro 2015