quarta-feira, 11 de maio de 2011

Hoje é o Dia do Lançamento da Campanha da ONU para a redução de Acidentes de Trânsito nesta década


Há um carro para cada seis habitantes no Brasil, paridade que vem diminuindo a cada ano. O fenômeno do crescimento econômico, do crédito farto e da ascensão da classe média levou a frota brasileira a registrar aumento de 61,3% em uma década, atingindo 32,4 milhões de veículos em 2010. No mesmo período, a população aumentou 12,3%, para 190,7 milhões de pessoas.
As cidades do Século 20 foram projetadas para o automóvel e a grande quantidade desses veículos em circulação mostra que essa é uma realidade que deve permanecer por muitos anos ainda. Por conta disso, na formulação de políticas públicas de mobilidade urbana, é preciso que se tenha em conta formas de tornar o automóvel individual menos agressivo. Uma maneira tentada ainda timidamente está nos projetos de moderação de tráfego, que propõem intervenções físicas no viário de modo a modificar o comportamento do motorista, induzindo-o a reduzir a velocidade e agir com segurança ao volante.

Sedimentado culturalmente por anos e anos de intensos esforços de marketing das grandes montadoras, o carro individual acha-se arraigado culturalmente e é, há algum tempo, um instrumento real de reprodução econômica e social para vastos segmentos dos estratos médios da sociedade – uma população inteira que desaprendeu a viver sem ser sobre quatro rodas. Mesmo sabendo disso, é preciso restabelecer o controle do uso do veiculo individual e a segurança na mobilidade urbana.

Paz no trânsito
Para cada morte no trânsito, 11 pessoas ficam com sequelas, 38 são internadas e 380 precisam ser atendidas em Pronto Socorros. O levantamento estatístico é da Organização Mundial da Saúde, que alerta igualmente para a causa da maioria das mortes no trânsito, motoristas alcoolizados ou drogados, seguida por ordem de importância pela falta do cinto de segurança e em terceiro lugar o excesso de velocidade aparece como razão de mortes no trânsito.
É por isso que precisamos trabalhar tanto com a prevenção, pois as mortes no trânsito são evitáveis. Precisamos  assumir a responsabilidade social e endossar a ambiciosa proposta de reduzir pela metade o número de acidentes com mortes até 2020, por meio de reforma da legislação e fiscalização dos investimentos públicos no setor.
No ano passado, a Polícia Rodoviária Federal computou 40 mil mortes no trânsito brasileiro, e um objetivo importante para a sociedade  é conseguir que o Governo Federal invista efetivamente os R$ 500 milhões orçamentários para a redução dos acidentes de trânsito.
A verba, se aplicada integralmente, provocará uma redução dos gastos da União, que hoje despende 60 vezes mais, isto é, R$ 30 bilhões no tratamento dos feridos no trânsito, segundo estimativa da Associação Nacional dos Transportes Públicos - ANTP e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA.
Década de Ação pela Segurança no Trânsito
A preocupação com o número de mortes no trânsito é tanta que a OMS lança hoje, 11 de maio, uma campanha para reduzir as mortes no trânsito, 1.260.000 por ano, o que significa uma morte a cada 30 segundos no mundo.
O lema da Campanha é: “Acreditar, Ousar e Agir” numa adaptação feita para o português pelo Gabinete do Deputado Hugo Leal, Presidente da FRENTE PARLAMENTAR pelo Trânsito Seguro. O slogan original em inglês é WEAR, BELIEVE and ACT que em tradução livre significa use, acredite e faça. 
Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT