Mais de 80% da população brasileira está concentrada nas
cidades que crescem 2,5% ao ano. As cidades concentram pessoas, aglutinam
problemas, pesadelos, sonhos e soluções dentro de uma frenética rede de
relações sociais, econômicas, culturais e políticas, estabelecendo uma grande troca de
conhecimento, informação e sentimentos. Essa
grande união de pessoas e as inter-relações dentro de um determinado espaço exige
de imediato que se faça o equilíbrio entre o homem e a natureza. Os espaços das cidades devem ser compartilhados
coletivamente também na medida das necessidades de deslocamento de seus
cidadãos. O transporte coletivo deve permitir que as pessoas tenham mobilidade
para acessar o trabalho, a escola, o hospital, o parque, as lojas e outros
serviços, em segurança, conforto, com dignidade e com mínima agressão ao meio ambiente.
O Brasil parece estar na contramão da tendência mundial entupindo
suas cidades com carros enquanto O restante do mundo desenvolvido está
investindo em transporte público urbano de massa. É visivelmente grave a situação Na Região
Metropolitana de São Paulo onde vivem 19 milhões de pessoas, com cerca de 1000
carros novos em circulação a cada dia e oferta de financiamento em até 60 meses
o que contribui ainda mais para os congestionamentos na cidade com aumento da poluição e dos acidentes de
trânsito . E assim a vida urbana vem
perdendo qualidade.
TRANSPORTE BOM E BARATO
É preciso ter vontade política para carregar a bandeira de
um transporte público de boa qualidade e também barato. É preciso buscar organizar o uso dos espaços urbanos em prol da
qualidade de vida da população. A cidade
necessita de um serviço de transporte coletivo em toda a sua extensão. A periferia também deve ser atendida com o
mesmo padrão de transporte público existente nos centros urbanos mais ricos o
que também significa que a cidade deverá ser desenhada para facilitar a vida de
pedestres, ciclistas e usuários de transporte público.
O maior desafio hoje
é fazer a cidade acreditar em si mesma, em sua força. Não pode haver divergências entre política e
sustentabilidade. Com interesses específicos e visão limitada ao aqui e agora,
as decisões na esfera do poder não podem deixar de cumprir os princípios do bem
comum e universal. Neste momento os
cidadãos estão se dando conta da sua força e importância sendo capazes de provocar
as mudanças necessárias para traçar o
destino que poderá mudar a história da qualidade de vida urbana.