quinta-feira, 8 de outubro de 2015

SP tem semestre com o menor número de mortes no trânsito em uma década


30/09/20
Folha de SP

A queda de 19% nas mortes em acidentes de trânsito nos primeiros seis meses deste ano foi a maior da cidade de São Paulo em ao menos uma década.
A quantidade absoluta de vítimas fatais também foi a menor já registrada em um semestre ao menos desde 2005 – ano em que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) retomou os registros de mortes no trânsito com os critérios atuais.
O balanço divulgado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) apontou uma diminuição de 637 para 519 mortes –na comparação de 2014 e 2015, entre janeiro e junho.
Especialistas apontam uma combinação de fatores que podem ter contribuído para que houvesse menos vítimas tanto entre motoristas e passageiros como de pedestres, motociclistas e ciclistas.
Para Haddad, a queda é reflexo de ações de sua gestão, como implantação de faixas de pedestres, lombadas eletrônicas, áreas com limite de 40 km/h e a rede de ciclovias -que se expandiu de 65 km para 303 km em um ano, a partir de junho de 2014. "O ciclista está mais seguro. Isso é malha cicloviária", afirmou.
Apesar da redução, a taxa de mortes no trânsito da capital paulista –que caiu de 10,5 para 9,5 por 100 mil habitantes– ainda está muito acima da de cidades desenvolvidas como Londres (1,5) ou Nova York (2,9) e longe da meta (6) fixada por SP para 2020.
RADARES
A redução das vítimas no trânsito ocorreu em um semestre marcado pelo aperto de fiscalização de agentes da prefeitura e de policiais, além do aumento dos radares –que quase dobraram. Com isso, as multas subiram 22%.
O engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-ombudsman da CET, avalia que as reduções dos limites de velocidade em algumas vias podem ter contribuído com os resultados, assim como a crise econômica.
Apesar das mudanças das velocidades máximas terem sido intensificadas só a partir de julho, a gestão Haddad já havia adotado a medida em mais de 90 km de vias.
"Menos viagens quer dizer menos gente exposta ao risco de acidentes. E, de tanto se falar no assunto, com campanhas educativas e na imprensa, acho que as pessoas devem estar tentando evitar os excessos", afirma Bottura.
O prefeito disse não ver relação entre a crise econômica e a redução de acidentes. "Só tem crise no Estado de São Paulo? O problema econômico é no Brasil inteiro", afirmou Haddad, que disse ter consultado outras cidades onde a tendência é diferente.
Horário Figueira, mestre em engenharia de transportes pela USP, afirma que, além do aumento de radares, a diminuição de acidentes pode ser resultado de aumento nas blitze da Lei Seca.
Ele é autor de estudo que apontou que a madrugada concentrava só 3,5% das viagens em São Paulo, mas respondia por 18% das mortes.
Esta foi a primeira vez que Haddad fez a divulgação destes dados. Até então, eles eram informados pela CET ou Secretaria de Transportes e na forma de balanço anual, não semestral. Em 2014 houve aumento de 14% no número de mortes no primeiro semestre, mas os dados só foram incluídos em estudo divulgado em abril deste ano. 

O Estado de SP 

Mortes no trânsito caem 18,5% em São Paulo no primeiro semestre 

Estudo da Companhia de Engenharia de Tráfego mostra que mortes no trânsito caíram de 637 para 519 no primeiro semestre deste ano 

O número de mortes no trânsito em São Paulo caiu 18,5% no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 29, pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Nos primeiros seis meses de 2015 foram registradas 519 mortes e, no mesmo período de 2014, foram 637. O prefeito Fernando Haddad (PT) atribuiu a redução a um conjunto de ações da companhia para dar mais segurança ao trânsito, como a implantação de faixas e semáforos para pedestres e lombadas eletrônicas.
Em todas as categorias houve redução das mortes. A principal queda foi no número de ciclistas mortos, que caiu de 28 para 15 neste ano - redução de 46,3%. A segunda maior queda foi a de morte de motoristas e passageiros, que caiu de 115 para 85 no período - 26%. A morte de pedestres e motociclistas também teve redução de 16% e 14,1%, respectivamente.
"(A redução) é fruto do trabalho da CET, que tem atuado fortemente nos bairros. Com o programa CET nos Bairros, os agentes ficam uma semana em cada local para ouvir a população, que é quem orienta e indica os locais que estão perigosos. A gente pode dizer que esse é um trabalho que foi feito pela população que orientou os técnicos, que depois julgaram qual era a tecnologia mais adequada para cada problema", disse Haddad.
Ainda de acordo com o levantamento da CET, o índice anual de mortes no trânsito a cada cem mil habitantes passou de 10,35 para 9,45 no período. O prefeito disse que a meta da cidade é reduzir para seis mortes a cada cem mil habitantes até 2020, de acordo com o compromisso firmado com a Organização das Nações Unidas (ONU).
"Todas as iniciativas se traduzem nesses números. O ciclista está mais seguro na cidade, isso se deve à malha cicloviária. Houve redução de mortes de pedestres, isso é reflexo de mais faixas e semáforos de pedestres. Temos um programa de proteção à vida que está em curso. Os números são bons, mas temos um longo caminho pela frente", disse o prefeito.
De acordo com o secretário de Transportes, Jilmar Tatto, as vias que concentraram o maior número de acidentes no primeiro semestre foram justamente as marginais e as avenidas que tiveram redução de velocidade a partir de junho, como por exemplo as avenidas Jacu-Pêssego, Aricanduva, Teotônio Vilela e a estrada M'Boi Mirim.