segunda-feira, 7 de março de 2011


Posted: 07 Mar 2011 
Quem mora ou você que foi viajar nesse carnaval e passou pela capital paulista, com certeza ficou parado nas marginais. A gente já sabe que só construir pontes e mais pontes não dá muito certo. 
Então que tal parar de pensar nos rios só como um enfeite para as marginais? 
É isso que propõe o arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov.
Professor da USP, Alexandre pesquisou a origem das propostas de transportes fluvial na capital e criou um projeto que conta com 600 quilômetros de canais navegáveis, passando pelos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e pelas represas Billings, Guarapiranga e Taiaçupeba.
O arquiteto ainda lembra que “Onde hoje fica São Paulo, os portugueses encontraram aldeias indígenas interligadas pelos rios” então isso seria como voltar ao passado paulista.
O trânsito começou a dar errado com o prefeito Prestes Maia que governou de 1938 a 1945 e transformou canais em avenidas, como a 9 de julho e a 23 de maio. Com isso foram eliminados 4 mil quilômetros de riachos e córregos e o dobro de margens para o lazer. Se ele tivesse pensado (e já naquela época pesquisado em outras grandes capitais do mundo) poderia ter feito parques fluviais, como os de Paris, Londres e Amsterdã.
Delijaicov ainda diz que o investimento de 1 bilhão de reais já seria compensado pelo uso do sistema fluvial para transporte de entulho e lixo e que a coisa toda ficaria pronta em cerca de 20 anos. Prazo completamente aceitável para soluções urbanas, mas que no Brasil parece ser sempre mal visto pelos políticos.

Cristina Baddini  Lucas- Assessora  do MDT