quinta-feira, 7 de julho de 2016

O seu carro suja a água que você bebe

Editorial nº 135 do Mobilize Brasil



Veículos motorizados geram uma poluição que fica sobre o solo e depois passa para a água. 


FonteMobilize Brasil  |  AutorMarcos de Sousa  |  Postado em03 de novembro de 2014
Represa Atibainha (SP): cemitério de automóveis
Represa Atibainha (SP): cemitério de automóveis
créditos: Robson Ventura/FolhaPress


O professor Alexandre Delijaicov (ciclista convicto, ops!) é o autor da proposta para o Anel Hidroviário de São Paulo
ideia que busca substituir parte do transporte de cargas e de passageiros - hoje feita por carros, caminhões e ônibus -
 por barcaças elétricas que trafegariam pelos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí e pelas represas localizadas ao sul 
da capital paulista.
O projeto pretende que esse tráfego pela "hidrovia" paulistana seja iniciado desde já, apesar das águas poluídas 
que correm pelos canais desses rios. O tráfego de embarcações - defende Delijaicov - propiciaria alguma aeração 
pela movimentação das águas e chamaria atenção da comunidade para esses mananciais tão maltratados ao longo 
do século 20.
Em algumas entrevistas, o arquiteto e urbanista lembra que boa parte da poluição que matou os rios nasce nos motores, freios, pneus e escapamentos dos veículos motorizados. Esse material particulado formado de metais pesados, resíduos de óleos, borrachas, plásticos e amiantos fica sobre o pavimento até ser lavado para o riacho mais próximo e dali para os rios da cidade. É um caldo escuro, pegajoso, visível nos primeiros minutos de chuva, que se junta aos resíduos mais variados e cai nos rios, em todas as cidades brasileiras. Nas últimas semanas, enquanto as torneiras secavam em várias localidades do Sudeste, a imprensa publicava fotos dos reservatórios vazios, em alguns casos repletos de pneus, restos de motores e carcaças de veículos que jaziam sob as águas.




Rio Cheonggyecheon, em Seul, Coreia: um canal poluído sob uma via elevada se tornou um parque urbano



Como medida de emergência, evite lavar o carro e se puder não o use. Experimente o transporte público e
prefira os modos movidos a eletricidade. Ou, então, vá a pé ou de bicicleta (ops!)