quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Fiesp discute Mobilidade Urbana

61 milhões de automóveis no Brasil
O MDT defende aumentar a qualidade do serviço de transporte público e o estimulo a redução do uso de carros e da poluição. Dentro desta linha especialistas em mobilidade urbana reuniram-se ontem na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Vejam as propostas para melhoria do trânsito nas grandes cidades que estiveram presentes no evento que fez parte da 4ª Mostra de Responsabilidade Socioambiental da Fiesp.
Apocalipse Motorizado

Brian Lagerberg, diretor do Departamento de Transportes do estado de Washington, no Estados Unidos, apresentou resultados de um programa para redução do número de viagens em automóveis. Implantada em 1991, a iniciativa faz parcerias com empresas para que elas incentivem o uso do transporte público e da carona (transporte solidário) entre funcionários. Até 2007, o programa já tinha reduzido 2,6 mil viagens de automóveis diárias no estado. Após ajustes, reduziu em mais 16% o número de viagens que motoristas faziam sozinhos.

“O comprometimento de empresas e pessoas é fundamental”, afirmou Lagerberg. “Para cada dólar que o governo investe no programa, as empresas investem US$ 18. Isso mostra que elas estão comprometidas e interessadas com o sucesso da ideia.”

"As coisas estão mudando nos Estados Unidos em relação a sua política de Mobilidade, mas o consumo e o desperdício de energia estão extremamente enraizados na cultura americana. Por isso, acho que ainda vai demorar muito tempo para mudar a cultura da população. No entanto, a Califórnia tem mostrado que isso é possível", afirmou Brian.

Martin Lutz, diretor de Saúde e Meio Ambiente de Berlim, na Alemanha, explicou o funcionamento do projeto que baniu de certas vias da cidade o tráfego de veículos mais poluentes. As chamadas zonas de Baixa Emissão de CO2 (LEZ, na sigla em inglês) reduziram em 35% as emissões de gases de efeito estufa em dois anos e já estão sendo copiadas em pelo menos nove países.

“Esta não é a solução para os problemas de congestionamento, porém ajudou a reduzi-los”, afirmou ele, que também é favorável a medidas como o pedágio urbano.

"Tivemos sucesso desde o início da implantação da zona de baixa emissão em Berlim, e ele pode ser medido claramente pela quantidade de veículos mais limpos circulando nas ruas da cidade e com essa medida podemos reduzir as emissões poluentes e ter melhor qualidade de vida e ar mais puro na cidade de Berlin. O fluxo de tráfego não mudou com o LEZ, pois os motoristas tiveram tempo suficiente para mudar de carro ou adaptar seus os filtros. Mas o volume da frota de veículos mais limpos cresceu consideravelmente, resultando logo em seu primeiro ano em algo em torno de 21% de redução das emissões de Materiais Particulados, 15% de redução de NOx. A concentração de fumaça preta também diminuiu em relação a 2008 em cerca de 15%. As concentrações de NO2, foram reduzidas de 7-10%, depois de vários anos de crescimento contínuo. Com o recente lançamento da fase 2 do LEZ, esperamos reduzir as concentrações de Materiais Particulados (PM10) em até 10%", diz Martin.



Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT