quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Opções viáveis incentivam deixar o carro em casa

Sucesso do Dia Mundial sem Carro depende de melhorias no transporte coletivo


Crédito: Shutterstock
"Em um mundo que sofre a pressão do relógio, as pessoas tendem a escolher o que é mais conveniente", diz Simões.
No dia 22 de setembro, todo o planeta movimentou-se para refletir a real necessidade dos automóveis em nossa vida. Criada em 1998, na França, a campanha do Dia Mundial sem Carro surgiu com a participação de 35 cidades. Com o passar dos anos, outros países europeus aderiram à data. O movimento chegou ao Brasil em 2001 e boa parte das grandes cidades participa da iniciativa com baixa adesão. A aderência dos motoristas depende de investimentos no transporte coletivo e de uma participação maior do poder público.
O presidente do Instituto Rua Viva, Nazareno Affonso, destaca que o engajamento das pessoas depende das prefeituras. “Na cidade de Palermo, na Itália, a prefeitura fechou todo o centro da cidade durante a data. Em alguns municípios brasileiros já fecharam cruzamentos importantes ou vias em frente à praia. Ainda é pouco se pensarmos que para eventos esportivos ou festas as cidades conseguem fechar uma área muito maior. Ainda existe medo por parte de muitos secretários para as repercussões negativas da jornada. O peso da cultura automobilística ainda é muito forte”, afirma.
Para Ricardo Simões, gerente de produtos da Perkons, a participação depende muito da boa vontade do indivíduo. “Muitas pessoas não aderem, pois não enxergam alternativas viáveis para seu trajeto ao ocupar outros tipos de veículos ou adotar o transporte coletivo de sua cidade, pois tais possibilidades não satisfazem suas necessidades de locomoção de maneira adequada, confortável e, sobretudo, rápida. Em um mundo que sofre a pressão do relógio, as pessoas tendem a escolher o que é mais conveniente”, lembra.
Iniciativas punitivas para tirar os veículos das ruas são adotadas em diversas cidades, porém uma política incentivadora poderia gerar resultados mais tangíveis não só na data, mas durante todo o ano. “Essas ações tendem a ser encaradas mais como um problema do que uma alternativa que vá provocar a aderência. Por isso, creio que há uma necessidade de propor soluções que caminhem na contramão da punição ou restrição. Políticas de incentivo que permitam ao usuário ser beneficiado, um ganho real ao escolher, por exemplo, dar carona poderia gerar descontos no IPVA ou licenciamento. Disponibilizar livros nos ônibus também é uma opção de cultura e lazer para o cidadão  que alcança outros aspectos de sua vida”, explica Simões.

Site da Perkons

Frente Nacional de Prefeitos propõe medidas para incidir na agenda programática dos candidatos à Presidência da República com o tema da mobilidade urbana


À partir dos encaminhamentos da 65ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizada em São Paulo/SP, foi entregue uma carta endereçada a todos os candidatos à presidência da República.
Clique aqui para acessar a carta.
A carta, elaborada democraticamente pela Diretoria Executiva, reflete as discussões acumuladas entre prefeitos e prefeitas das capitais, das médias e grandes cidades, dos municípios das regiões metropolitanas, dentre outros, e contempla os principais desafios das gestões municipais.
O objetivo da FNP com esta iniciativa é incidir na agenda programática dos candidatos à Presidência da República.
Por meio desta carta, também já convidamos os candidatos à Presidência da República para participar da 66ª Reunião Geral da FNP, que a por iniciativa do prefeito Jonas Donizette, será realizada em Campinas/SP nos dias 10 e 11 de novembro próximo.