quarta-feira, 15 de julho de 2015

Revisão de dados afasta país de meta de morte no trânsito

Revisão de dados afasta país de meta de morte no trânsito
O Brasil está mais longe de cumprir sua meta de redução de mortes em acidentes de trânsito. Uma revisão de dados do governo federal aponta que a queda em 2013 –último ano disponível– não foi tão grande quanto estatísticas preliminares apontavam.
Os primeiros dados coletados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) indicavam uma redução de 10% nas mortes em um ano, mas a revisão mostrou um recuo menor, de 6%.
Foram incluídas na nova conta oficial quase 2.000 vítimas que antes não estavam no banco de dados ou que tinham causa de morte diferente ou desconhecida. Essa revisão é praxe no SUS.
Com a mudança, 2013 fechou com 42,3 mil mortes, ante 44,8 mil no ano anterior –a conta inclui mortes em vias urbanas e nas estradas.
A meta do país, assumida perante à ONU, é chegar a número próximo de 29,4 mil até 2020, último ano da Década de Ação para a Segurança.
Especialistas consideram a queda de 2013 importante por interromper uma sequência de aumento da violência no trânsito, que ocorreu nos três anos anteriores. Avaliam, porém, que o avanço é tímido.
"Não significa que estamos entrando nos trilhos em relação à meta proposta, pois precisamos de uma série com pelo menos três anos para confirmar a tendência", diz José Aurelio Ramalho, diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária.
Os dados preliminares de 2014 devem ser divulgados apenas no fim do ano. Informações já fechadas sobre o número de feridos em acidentes, entretanto, apontam que houve aumento de 3% no ano passado. Foram 175,7 mil internações hospitalares no país, média de 481 por dia.
A redução das mortes em 2013 coincide com o primeiro ano de vigência da Lei Seca mais rigorosa, que dobrou o valor das multas e ampliou os meios de provar a ingestão de álcool pelos motoristas.
Especialistas citam que outras ações também podem ter contribuído para a queda, como a redução de velocidade em vias urbanas e a maior presença de itens de segurança, como airbag e freio ABS.
META
Especialistas calculam que, ao chegar à metade da década sem um plano efetivo, o país não conseguirá mudar o quadro a tempo de atingir a meta da ONU em 2020.
"Deveríamos ter aprovado e implementado um plano desde o começo. Até agora estamos sem isso, foi uma meia década perdida", diz Paulo Cesar da Silva, da UnB (Universidade de Brasília).
A crítica é que o governo federal se limita a realizar campanhas sem definir uma política nacional específica.
"Vemos ações isoladas, mas não existe uma gestão nacional, algum órgão que reúna as iniciativas", afirma Luiz Carlos Néspoli, da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).
O governo afirma que faz ações como o Vida no Trânsito, projeto que capacita e transfere recursos para Estados e municípios melhorarem seus dados e atuarem nos fatores de risco de acidentes.
Deborah Malta, diretora do Ministério da Saúde, diz que a meta da ONU está sendo revista. "Da forma como foi projetado, o objetivo é bastante distante da realidade. O desempenho no conjunto dos países está bastante preocupante."
Deborah afirma que uma nova meta deve ser definida em setembro e fará parte dos novos Objetivos do Milênio, com data para 2030.
Em novembro, o Brasil sediará conferência mundial sobre o tema que deverá reunir autoridades de 150 países.
O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) diz que vem aprimorando a legislação de segurança para os veículos, "além de maior rigidez contra o consumo de álcool e de multas mais pesadas para as infrações de trânsito".

Prefeitura decide fechar Minhocão aos sábados


Veículo: O ESTADO DE S. PAULO - SP
Editoria: ESPORTES
Autor: Juliana Diógenes
Tipo: Matéria
Data: 07/07/2015
Página: A14
Assunto: SUSTENTABILIDADE
Horário de abertura do Elevado a pedestres será antecipado das 21h30 para as 15 horas
Juliana Diógenes Pedestres, ciclistas e skatistas ganharam mais uma área de lazer para circular nas tardes de sábado na capital. A Prefeitura anunciou ontem o fechamento definitivo para automóveis do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, na região central, aos sábados. A abertura da via para a população, que ocorria a partir das 21h30 de sábado, será antecipada para 15 horas.
A reabertura ao trânsito de veículos continuará sendo feita às 6h30 das segundas-feiras. A mudança começa a valer no dia 11.

Após fazer dois testes - durante a Virada Cultural, no dia 20, e no fim de semana passado -, a Companhia de Engenharia do Tráfego(CET)publicou nota ontem informando que estudos técnicos "indicaram que o trânsito na região transcorreu dentro da normalidade, bem como o serviço de transporte coletivo".

O engenheiro de Transportes Horácio Augusto Figueira comemorou a decisão e sugere que a Prefeitura realize novos testes também durante a semana.

"Precisamos quebrar paradigmas.

Agora é o sábado, depois fazemos testes em dias úteis. Fecha por 24 horas e vê como reage o trânsito. O motorista pode ir de metrô, pegar carona, mudar o caminho." Favorável à demolição do Elevado, o especialista afirma que o reflexo para o trânsito da região será pequeno e que há rotas alternativa sao Minhocão para o motorista, como a Marginal do Tietê e a Avenida Marquês de São Vicente. "O impacto será maior no primeiro sábado.

No segundo, o motorista já seguirá por caminhos alternativos.

Daqui a três meses ninguém estará mais falando nisso", afirmou Figueira.

O diretor do movimento Desmonte Minhocão, Francisco Gomes Machado, que também é a favor da demolição do Elevado, acredita que o fechamento para automóveis aos sábados pode provocar engarrafamentos na região e se transformar em mais uma fonte de poluição.

"Os motoristas necessariamente vão se aglomerar um pouco embaixo e vai aumentar o efeito tampa de panela, que impede a dispersão pelo ar dos gases poluentes." Mesmo assim, Machado, que é morador da região, diz que a decisão da Prefeitura será um teste positivo, ainda mais se a CET concluir que o Minhocão não é mais necessário para São Paulo.

Regras. Um dos idealizadores da Associação Parque Minhocão, o empresário Athos Com o latti elogia a decisão da Prefeitura e defende que seja criado um regulamento para orientar os frequentadores sobre os usos e as restrições do Minhocão. "Precisaremos de regras. Tenho a impressão de que o número de usuários no Minhocão aumentou, assim como o de eventos.

Não faz sentido todo fim de semana ter eventos. É questão de bom senso. O ponto fundamental é usar a área como lazer." Nos primeiros meses, período de adaptação, agentes da CET estarão na região do Elevado para orientar os motoristas sobre rotas alternativas. O monitoramento da CET pode resultar em ajustes nas sinalizações vertical e horizontal e também nos semáforos.

Moradores 230 mil é o número de pessoas que residem ao longo dos 3,5 km do Minhocão e nas quadras imediatamente vizinhas
Urbanista Nazareno Stanislau Affonso
Coordenador do Escritório da ANTP em Brasília/Coordenador Nacional MDT/ Presidente Instituto RUAVIVA 
http://www.mdt.org.brwww.antp.org.brwww.ruaviva.org.brwww.nazarenoafffonso.com.br