segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Emoção e novas experiências em relatos da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança Viária



Um dos momentos mais emocionantes da 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança Viária – Tempo de Resultados, foi o depoimento na neta de Nelson Mandela, Zoleka Mandela, que perdeu a filha de 13 anos em m acidente em 2010 e engajou-se na luta pela segurança viária, tornando-se embaixadora da campanha Makue Roads Safe, instituída pela FIA Foundation, vinculada à Federação Internacional de Automobilismo.

Ela disse: “Estou aqui como mãe e representante daqueles que perderam pessoas queridas para o trânsito. Sonhos e vidas são destruídos e isso não é justo. Pedimos apenas uma coisa: que os governos mundiais e as organizações ajam”. E acrescentou: “Estou aqui pela minha filha, pelos filhos de todos. Para que outras famílias não precisem sofrer o que sofri. Nas últimas 24 horas, pelo menos 500 famílias já sentiram isso. Não é justo”.

Mais adiante, assinalou: “Não há mais desculpas, precisamos diminuir os limites de velocidade e tornar nossas ruas mais seguras. Podemos prevenir milhões de mortes e para fazer isso precisamos de financiamento, de compromisso político, de ação imediata. Vocês sabem exatamente como acabar com essa epidemia. Então, eu peço, em nome das vitimas e como mãe: basta de comprometimentos vazios e amanhãs”, reiterando a célebre frase do avô: “Parece impossível até que seja feito” .

INICIATIVAS DE MUDANÇAS

Em uma das sessões 2ª Conferência Global de Alto Nível , acompanhada pelo coordenador nacional do MDT, Nazareno Affonso, o diretor geral da Agência de Segurança nos Transportes da Finlândia, Marko Sillanpää, informou que no país a velocidade urbana foi reduzida para a faixa entre 40 e 30 km/h; ele assinalou que o transporte público é o modal mais seguro para deslocamentos e se for mais utilizado o número de acidentes se reduzirá.

Em Luxemburgo, o ministro de Desenvolvimento Sustentável e Infraestrutura de Luxemburgo, François Bausch, declarou que vai trabalhar de bicicleta; o pequeno país chegará a 2016 com cerca de 700 km de ciclovias e desenvolve uma política que privilegia pedestres e ciclistas.

Cidade de São Paulo. O secretário paulistano de Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que a cidade de São Paulo vem adotando uma política que combina o favorecimento do transporte público com a redução da velocidade máxima do trânsito urbano – de 70 km/h para 50 km/h. Ele sublinhou que foram implantados 500 km de faixas exclusivas para ônibus e 400 km de ciclovias, assinalando que, anteriormente, “os ciclistas eram invisíveis”.Tatto criticou o excesso de espaço para os carros particulares nas vias, assinalando que o automóvel é “maquina mortífera” e que a velocidade não é um direito, sendo, sim um real direito do cidadão, poder locomover-se livremente . Ele também assegurou que a cidade de São Paulo vai cumprir a meta de reduzir em 50% dos mortos até 2020 e voltou a defender a taxação dos automóveis para financiar o transporte público, em especial com a redução do custo da tarifa para o usuário.O secretário disse ainda ser necessário pensar em uma cidade aberta, com parques sem grades, incentivo a artistas de rua, praças com cadeiras de praia e ‘wi-fi’, calçadas qualificadas, e investimento em transporte público e ciclovias, assinalando que tais medidas também ajudam a combater a violência, pois passa a haver mais gente nas ruas. Sobre as críticas que sofre com as ações restritivas, afirmou que o “conflito é essencial para mudar mentalidade e implantar uma cidade para todos” e que a cidade de São Paulo está demonstrando que se pode mudar a cidade com baixos recursos.

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