segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Mulher e Moto: a invasão do sexo feminino num universo que era só dos homens


10/12/2015
por Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior*

A mulher sempre foi tímida, temerosa, caseira, ligada ao trabalho doméstico e, num piscar de olhos, a partir da década de sessenta passa a invadir espaços nunca dantes navegados. Lança-se no mercado multidisciplinar, avança em todas as direções, passando a concorrer sistematicamente com o homem. De pouco tempo para cá invade o espaço das motocicletas, até então domínio absoluto do sexo masculino. Começa como carona e logo assume o guidom.
Discretas, sem exibicionismo, cautelosas, preocupadas com a segurança, conquistam o mercado de motocicletas. Hoje, estima-se que 25% da frota brasileira de motos sejam de domínio das mulheres.
E porque será que esse mercado cresce tanto? Vários são os fatores: prazer de pilotar; baixo custo; baixo consumo; manutenção de baixo custo; fácil estacionamento; proporciona lazer e trabalho; fácil mobilidade.
Mas a mulher não ficou só na utilização convencional da moto. Partiu para motoboy, mototaxi, moto velocidade, MotoCross, rali, moto aventura, invadindo áreas que jamais entrou.
Curiosamente temos observado que os acidentes envolvendo o sexo feminino têm sido baixo e quase sempre sem muita gravidade. A gravidade torna-se predominante quando a mulher é passageira, sempre conduzida por homem, principalmente jovem. Daí surgiu também novo mercado de moda. Roupas, capacetes, luvas, macacões, botas e todo um aparato sofisticado e específico para atender uma nova vaidade feminina. A demanda cresce, o mercado se agiganta. Tudo é usado de conformidade com a legislação.  Cuidados na utilização dos equipamentos de segurança, na manutenção dos mesmos e do veículo.
Fatalidades são raras quando pilotando e se justifica tendo em vista comportamento totalmente diferenciado em relação ao homem.

Principais diferenças na utilização da moto
Entre outros múltiplos fatores diferenciais estão presentes:

Homem                                                      Mulher
Status, poder, conquista                      Necessidade
Exibicionista                                     Humilde
Negligente, imprudente                      Prudente, segura
Sem medo                                      Medo
Não cauteloso                                   Cautelosa
Esquece a segurança                          Segura
Acidentes médios e graves                   Acidentes leves
Compulsão para velocidade                  Sem compulsão
Impaciente                                       Paciente
Chega ao estresse rápido                     Estresse em longo prazo
Agride                                             Não agride
Intolerante                                       Tolerante
Não usa a direção defensiva                 Usa direção defensiva
Veloz                                              Sem velocidade
Usa direção ofensiva                           Não usa direção ofensiva
Faz uso de álcool e drogas                   Raramente usa

Como explicar tudo isso?
O homem difere em muito da mulher desde o metabolismo, as alterações hormonais, agilidade, agitação, desequilíbrio comportamental, atos impensados, compulsividade, pressa, melhor orientação espacial, necessidade constante de impor condições e de se julgar o dono do mundo.
As diferenças estudadas por pesquisadores americanos foram justificadas por condições genéticas e a ação de estrogênios na mulher.
No sexo feminino há uma integração dos hemisférios cerebrais fazendo com que o hemisfério emotivo se conecte com o hemisfério analítico levando a atitudes mais elaboradas, mais seguras, conscientes e bem conduzidas, diferentemente do homem que tem como característica rapidez no raciocínio matemático e espacial.
As mulheres são melhores nas condutas, nas palavras, nas relações humanas, mais tranqüilas e analíticas.
Estou convicto que por todos os motivos e justificativas apresentadas, entendo que sobre duas rodas, seja no lazer ou no trabalho, a mulher é mais consciente, segura, cônsul dos riscos, responsável e tem melhor desempenho.

*Dr. Dirceu Rodrigues Alves Júnior
 Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da ABRAMET
www.abramet.com.br
dirceurodrigues@abramet.com.br

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