domingo, 29 de abril de 2012

Censo do IBGE divulga dados de mobilidade

O Censo do IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, realizado em 2010, teve mais resultados divulgados na última semana de abril.
Os números em relação ao tempo de deslocamento dos cidadãos da casa para o trabalho são sentidos na pele dos brasileiros todos os dias, mas quando colocados no papel, impressionam ainda mais.
As três piores cidades brasileiras em relação ao quanto a população demora para ir e vir são nesta ordem: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Na Capital Paulista, 25,1% dos moradores necessitam diariamente de um prazo de uma a duas horas para saírem de um ponto e irem para outro. Ainda em São Paulo, 5,87% das pessoas demoram mais de duas horas.
No Rio de Janeiro, o número da população que demora entre uma e duas horas para se deslocar é de 21,34% e acima de duas horas, mais de 4%.
Já em Salvador, o trânsito e a falta de investimentos em transportes coletivos consomem entre uma e duas horas por descolamento diário de 19,46% das pessoas e de 2,57% acima de duas horas.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

II Seminário Nacional de Mobilidade Urbana - prazo para inscrição prorrogado até o dia 30/04


O seminário é um evento destinado ao debate dos principais aspectos relacionados a mobilidade urbana, entendida como fator essencial para a promoção do desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras.
Ailton Brasiliense, presidente da ANTP, aponta que este debate se dará nos primeiros dias de vigência da Lei Federal nº 12.587 que instituiu as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana e discutirá a importância do transporte público e uso do solo para termos cidades com qualidade de vida. 

O evento também pretende destacar os objetivos propostos pela ONU para a “Década de Ação para a Segurança de Trânsito”. 

Finalmente o Seminário ocorrerá há 5 semanas da abertura a Conferencia de Meio Ambiente da ONU - Rio + 20 cuja pauta inclui entre outros temas, a cidade sustentável e inclusiva 

Com recursos do PAC 2 da Mobilidade Urbana, Recife terá transporte urbano fluvial

Prefeito João da Costa (PT/PE) participou do anúncio de investimentos do Programa


O rio Capibaribe, que corta a cidade de Recife, terá 10 km de vias navegáveis. O uso de vias fluviais para o transporte urbano é uma novidade no Brasil. A obra faz parte do PAC 2 da Mobilidade Urbana para Grandes Cidades, com investimentos de R$ 32 bilhões em recursos do governo federal, estados e municípios.
“Vamos integrar vários modais de transporte”, adiantou o prefeito de Recife, João da Costa (PT/PE), que participou do anúncio dos projetos escolhidos para a nova etapa do PAC2. Recife também terá três corredores de ônibus com faixa exclusiva, ligando zonas importantes da cidade. “Isso vai permitir que o deslocamento seja mais rápido e melhora a qualidade de vida”, ressaltou o prefeito.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Comissão aprova incentivo ao uso de bicicletas como meio de transporte


Projeto cria o Estatuto dos Sistemas Cicloviários

Agência Câmara de Notícias
    A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou nesta quarta-feira (25) o Projeto de Lei 1346/11, do deputado Lucio Vieira Lima (PMDB–BA), que cria o Estatuto dos Sistemas Cicloviários, com o objetivo de incentivar o uso de bicicletas no transporte urbano. O projeto obriga a União, os estados e os municípios a criar sistemas cicloviários nacional, estaduais e municipais.
    O relator, deputado Valadares Filho (PSB-SE), afirmou que qualquer medida que se proponha a contribuir para melhoria dos meios de mobilidade, especialmente nos grandes centros urbanos, merece toda atenção, tendo em vista os graves problemas que a população brasileira vem enfrentando nas grandes cidades. ''O atual modelo, fundado basicamente no transporte de veículos particulares de passeio e ônibus coletivos, tem se revelado inadequado, deixando a população sem alternativas para a mobilidade urbana'', assinalou.
    Valadares destacou ainda que o transporte feito por meio de bicicletas é uma alternativa não poluente e que traz benefícios para a saúde. ''Além disso, é também uma alternativa mais barata e com implementação mais rápida, que contribuirá para a melhoria do transporte, especialmente nos grandes centros urbanos'', disse.
    Os sistemas propostos pelo projeto devem ser formados por uma rede viária para o transporte por bicicletas, constituídas por ciclovias (pista própria para a circulação de bicicletas, separada fisicamente do tráfego geral); ciclofaixas (faixa exclusiva para a circulação de bicicletas em vias de circulação de veículos, utilizando parte da pista); e faixas compartilhadas para circulação de bicicletas com o trânsito de carros.
    Além disso, os sistemas cicloviários deverão conter locais específicos para estacionamento, chamados de bicicletários (locais para estacionamento de longa duração, públicos ou privados) e paraciclos (locais para estacionamento de curta e média duração em espaço público).

    Tramitação
    A proposta, que tramita em caráter conclusivo, já foi aprovada pela Comissão de Viação e Transportes, em dezembro do ano passado. Agora será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
    Íntegra da proposta:
    PL-1346/2011

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Nem metrô, nem trem e nem ônibus: todos

Nem metrô, nem trem e nem ônibus: todos
Depois da situação de panes e superlotação nos modais ferroviários ter se tornado insustentável, o óbvio vem à tona: não dá pra pensar em ferrovia sem ônibus e vice e versa

ADAMO BAZANI – CBN
Lembra da época que nossas mães achavam que uma pomadinha muito famosa no mercado era a solução para tudo? Frieira, dor de cabeça, depressão, machucado depois de uma pancada.     “Pega a pomadinha, meu filho!!!!!”.
Com os transportes coletivos, os discursos de candidatos, pré-candidatos eram parecidos.
Quer melhorar a mobilidade? Metrô, metrô, metrô, metrô, metrô e só metrô.
Os ônibus e as melhorias nos trens suburbanos???? Ganhavam uma linha só. Não davam tanto Ibope.
Realmente, metrô, metrô e metrô é solução para os problemas de trânsito e transportes em São Paulo ou em outros grandes e médios centros urbanos. Mas ele é só parte desta solução.
A demanda por transportes é tão reprimida e cresce a cada dia que pensar que sozinhos o metrô, o ônibus, o trem, o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), o monotrilho ou o teletransporte atenderiam às necessidades de transportes é uma ingenuidade ou simplificação do problema.
É óbvio?
Aparentemente sim!
Mas parece que só agora as autoridades de transportes se deram contam disso.
A expansão do metrô é algo que São Paulo precisa. Mas expandir metrô sem oferecer um serviço que o complete ou que alivie sua lotação parece não ser o mais razoável.
E aí, os críticos de plantão, usam palavras chaves, como as pomadinhas de nossas mães, que acham que explicam tudo.
Uma delas é a tal da “sobreposição”. É uma palavra bonita de ser repetida.  Dá impressão de que a pessoa que fala entende do assunto.
Realmente, a sobreposição é algo que deve ser evitado, pois concentra custos e oferta de transportes em um só lugar, sendo que outras áreas ficam carentes. Mas oferecer ônibus e metrô ao mesmo tempo em determinadas rotas de São Paulo e cidades vizinhas não é sobreposição, é necessidade.
Agora, o novo presidente do Metrô, Peter Walker, num ato de lucidez, mostra que o metrô não dispensa a necessidade de corredores de ônibus e deixa implícito que só ônibus também não atendem a tudo.
A ideia da criação de corredores expressos de ônibus ligando estações da CPTM e do Metrô com maior demanda vai no sentido de que a mobilidade precisa: diversos tipos de transportes se complementando e não um disputando contra o outro.
Os ônibus serviriam parte da demanda do metrô, evitariam trajetos negativos, nos quais os passageiros precisam ir até um ponto para fazerem baldeação e voltarem boa parte do destino em outra linha e agilizariam os deslocamentos, que hoje fazem o cidadão perder parte de suas vidas dentro de carros, vagões ou ônibus.
Os estudos já mostram outro fator positivo: vão se unir CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, Metrô, SPTrans (que gerencia os ônibus municipais) e EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (que cuida dos ônibus intermunicipais).
Por outras vezes, estes órgãos deveriam sentar juntos para coordenar os esforços.
Os ônibus não fariam paradas seguiram de uma estação a outra diretamente.
Algumas ideias de corredores de ônibus são:
- Estação Vila Matilde e Estação Sé: A linha 3 vermelha do Metrô é a mais lotada. O total é de quase um milhão e meio de passageiros.
- Estação da CPTM, Santo Amaro, na zona Sul de São Paulo, e Estação Pinheiros, zona Oeste para aliviar a demanda da Linha 9 Esmeralda.
- Cidade de Caieiras e Lapa, na zona Oeste de São Paulo: O objetivo é diminuir o excesso de lotação na linha 07 Rubi.

Os estudos atendem a um pedido da Secretaria de Transportes Metropolitanos e devem ser apresentados ao Conselho Diretor de Transportes.
SPTrans e Metrô já estudam as alternativas aos pontos mais críticos da linha 3.
Peter Walker admitiu que uma parte dos problemas operacionais no metrô ocorre por causa da alta demanda, acima muitas vezes do que o modal deveria atender.
O fato de o metrô contar com o reforço de ônibus e linhas expressas como alternativas não significa demonstrar fraqueza ou que o sistema não funciona ou é insuficiente.
Outros críticos de plantão bradam dizendo que o metrô está apelando para o ônibus porque não consegue atender aos seus passageiros. Ônibus não é apelar!
O que para muitos pode ser uma fraqueza, na verdade é um gesto lúcido que demonstra que o metrô sozinho não resolve todos os problemas de mobilidade.
È uma das raras vezes que o presidente da companhia de um modal não fica ferrenhamente defendendo seu meio de transporte e olha para outras opções.
É uma lição aprendida às duras penas que os corredores de ônibus não podem ser colocados em segundo plano, como ocorrem nos discursos políticos.
A única coisa que a população espera é que os corredores e os ônibus tenham de fato uma qualidade e uma eficiência que realmente convençam as pessoas a tê-los como alternativas ao metrô.
O único fato negativo em relação a isso é que em vez de a cidade de São Paulo discutir formas de convencer os motoristas de carro a deixar seus veículos particulares em casa, tem pensado em como alocar a demanda de um transporte público para outro. Sinal que muito tem de ser feito no setor de mobilidade ainda e não é só um BRT, só um metrô, só um VLT, só um monotrilho que serão as soluções.


Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

COMENTÁRIO DO COORDENADOR DO MDT
Materia simples e direta contra a briga "BURRA" entre modais, principalmente os que defendem metrô chamado até de carroça as soluções de sistemas estruturais de ônibus. É momento de implatarmos a mobilidade sustentável e como disse a Presidenta Dilma no lançamento do PAC "...eu acredito que nós temos de olhar pelo lado da mobilidade sustentável, que é garantir primeiro menor tempo de viagens para das pessoas perdido no transporte;segundo menor custo;terceiro menor adequação ao meio ambiente"abcs Urbanista Nazareno Stanislau Affonso
Coordenador Nacional MDT

terça-feira, 24 de abril de 2012

O coordenador do MDT e responsável pela regional da ANTP em Brasília, Nazareno Affonso, acompanhou o lançamento do PAC da Mobilidade


A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (24) investimentos de R$ 32 bilhões para projetos de infraestrutura em 51 municípios do País e disse que os recursos serão direcionados a obras que combinem mobilidade urbana e sustentabilidade.

— Eu acredito que temos que olhar a mobilidade sustentável, com menor tempo de vida das pessoas perdidas no transporte, menor custo e melhor adequação ao meio ambiente.

O dinheiro será liberado por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Grandes Cidades. O anúncio foi feito no Palácio do Planalto, em Brasília.


A presidente destacou a parceria com administrações municipais e disse que esse relacionamento não passa por questões partidárias.

Segundo ela, o diálogo se dá com “os grandes líderes que foram escolhidos pelo povo brasileiro”.

— Estamos fazendo com quem sabe melhor a realidade local: os prefeitos e governadores.

O PAC Mobilidade inclui obras em 18 Estados, em cidades com população acima de 700 mil habitantes.

São 600 km de vias exclusivas para ônibus, 200 km de linhas de metrô, 381 estações e terminais e 1.060 veículos para sistemas sobre trilhos (VLTs).

Os Estados e municípios escolhidos terão um ano e meio para entregar os projetos finalizados. Do total de investimentos, R$ 22 bilhões sairão dos cofres do governo federal. Outros R$ 10 bilhões entram como contrapartida dos municípios e Estados.

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, afirmou que as obras vão “revolucionar a mobilidade nas grandes cidades e áreas metropolitanas”, proporcionando transporte com conforto e segurança.

— Os brasileiros gastam quase quatro horas por dia no trajeto casa-trabalho. Com as obras, em vez de quatro horas, será possível fazer esse trajeto em até uma hora. Serão três horas a menos por dia, 15 por semana, quase três dias a menos de trânsito por mês. Isso significa que vamos devolver quase um mês de vida para as pessoas usarem o tempo melhor, como quiserem.

Participaram do lançamento, além da presidente, o vice-presidente, Michel Temer, a presidente em exercício do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e os ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam Belchior (Planejamento).

O programa PAC da Mobilidade Urbana foi lançado em 16 de fevereiro de 2011 com o objetivo de melhorar e implantar sistemas de transporte público coletivo mais eficientes nas grandes cidades brasileiras. O governo já anunciou recursos para obras de mobilidade em capitais como Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Rio de Janeiro.

Planejamento do MDT ocorreu ontem


O Secretariado do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT) se reuniu hoje em São Paulo no Sindicato dos Engenheiros.

Nazareno Affonso, Coordenador do MDT, presidiu a reunião onde foi discutido os seguintes temas: 

a) Balanço Financeiro de 2011 e Planejamento Financeiro para 2012; 
b) Ações realizadas pelo MDT em 2011, em relação ao previsto no planejamento de 2010; 
c) Ações realizadas com base no planejamento de 2010 e ações desenvolvidas em 2011 não previstas anteriormente; 
d) Planejamento das ações para 2012 na conjuntura da existência da Lei da Mobilidade Urbana e da implantação dos PAC da Copa e do PAC Mobilidade – Grandes Cidades.

O que ficou encaminhado como eixo de atuação do MDT em 2012 é a Lei da Mobilidade que entrou em vigor de abril. Nosso foco é mostrar que hoje temos aqui no Brasil uma nova ordem social que é a prioridade ao transporte público, a bicicleta e o pedestre.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Entrevista de Jurandir Fernandes: Em conforto, eu daria nota de 6 a 8 para o sistema

Pressionado pelo crescimento no fluxo de passageiros de Metrô e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, critica a falta de construção de corredores por prefeituras da Região Metropolitana, inclusive de São Paulo. Para ele, além do impacto do bilhete único e do crescimento da economia, houve "seccionamento do sistema de linhas de ônibus" e atraso de três anos no projeto da Linha 5 do Metrô. "Quando estiver operando, vai aliviar."

O sr. poderia fazer a previsão para os próximos cinco anos?

Estamos fazendo planejamento, na verdade, para três anos. Porque temos um programa já bem acertado de três anos de construção de 30 km de metrô - já entregamos 9 km na Linha 4. E em torno de 40 km na CPTM. Então vamos atingir, em agosto de 2014, a meta de 9,2 milhões de passageiros por dia, ou seja, 2 milhões a mais em três anos. E por que houve esse represamento? Como crescemos 1,2 milhão em um ano e nos próximos vamos crescer 2 milhões? É porque houve inauguração da Linha 4. Agora só haverá inaugurações importantes a partir de 2013/ 2014. Daqui até lá, temos volume importante de obras.

Que nota que o senhor dá para o serviço?

Pelo que temos visto, como na quarta-feira por exemplo, em que houve recorde de congestionamento e 49 pontos de alagamento, o sistema metroferroviário cumpre um papel bastante importante. E, como é importante para a cidade, eu daria de 9 a 10 de nota. No conforto, nota de 6 a 8. Tenho linhas com mais conforto e outras com menos. Na questão da confiabilidade, a gente daria, na comparação com outros sistemas do mundo, nota entre 8 e 9. Em um momento em que se fala em panes, temos indicadores quantitativos que mostram bastante confiança no sistema.



Qual a linha mais afetada?

A linha na CPTM que mais nos dá preocupação é a 9. Com a inauguração da Linha 4-Amarela, a Linha 9 da CPTM serviu de canalização para todo mundo que vinha da região sul, de Grajaú, Capão Redondo, para todos que tinham como alternativa descer no Largo 13 e pegar ônibus. Todos migraram e a Linha 9 deu um salto forte. A capacidade de transporte ficou comprometida. Resolvemos fechar aos domingos para acelerar os investimentos.

No horário de pico, há um forte desconforto dos passageiros.

Sim. É desconfortável. O que eu tenho criticado. Houve seccionamento de linhas de ônibus. Você repara na Radial Leste. Quase não tem mais ônibus na rua. Houve seccionamento em Guaianases e Itaquera e descarregou-se tudo no trem. Acho que se perde uma oportunidade de ouro. Quando você tira caminhões de circulação na cidade, seria importante ter preenchido com ônibus.



Fonte: O Estado de S. Paulo
Publicada em:: 14/04/2012

Marta Suplicy elogia política nacional de mobilidade urbana



A senadora Marta Suplicy (PT-SP) elogiou a legislação que institui as diretrizes da política nacional de mobilidade urbana (Lei 12.587/2012), que entrou em vigor na última sexta-feira (13). Na visão da parlamentar, a norma acerta ao valorizar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e rever o transporte de cargas nos municípios, além de integrar os diferentes modos de transporte do país e de prever investimentos de R$ 32 bilhões no setor. Ela também criticou o que classificou de ausência de uma política de transportes em São Paulo, responsabilizando tanto o governo do estado quanto a prefeitura pela omissão.

- A lei dá prioridade para os meios de transportes não motorizados e ao serviço público coletivo. Quer dizer, valoriza a calçada, a ciclovia, a integração do automóvel ao sistema de mobilidade sustentável – afirmou, destacando que os estados que se preparam para a Copa do Mundo de 2014 contarão com recursos para investir em mobilidade urbana.

A nova legislação prevê mudanças para melhorar a mobilidade urbana e obriga os municípios com mais de 20 mil habitantes a elaborar planos para a circulação dos habitantes no prazo máximo de três anos – antes a exigência era apenas para as cidades com mais de 500 mil habitantes. Marta Suplicy disse que a população precisa pressionar as prefeituras para que elaborem os planos de mobilidade urbana exigidos pela lei e assim tenham direitos aos repasses da União também previstos na norma.

A senadora também lembrou o Seminário Internacional “Mobilidade na Metrópole: planejamento e gestão democráticos”, realizado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pelo Observatório das Metrópoles na segunda-feira (16). No encontro, estudiosos debateram a escolha da classe média de não usar ônibus porque o custo de tempo e de dinheiro acaba igual ou até maior que o do transporte privado.
- É necessário mudar os paradigmas e a competição econômica. Precisamos pensar em termos de rede, flexibilidade e complementariedade – sugeriu.

São Paulo
Marta Suplicy criticou duramente o sistema de mobilidade de São Paulo. Para a senadora, o metrô e o monotrilho – soluções apresentadas pelo governo estadual e a prefeitura – são ineficientes porque o primeiro não possui investimentos suficientes e o segundo tem capacidade pequena.
- O metrô de São Paulo tem batido recorde histórico de superlotação, 4.150.000 passageiros em um único dia, em todas as linhas do metrô. Trens da CPTM batem recordes de passageiros. O sistema atingiu a marca de 2,5 milhões de pessoas em um único dia da semana passada. E as linhas estão sofrendo com superlotação. A principal solução para os congestionamentos continua sendo a construção dos corredores de ônibus – disse Marta Suplicy.

Para ela, tanto a prefeitura quanto o governo do estado mantém o discurso “agradável à classe média”, mas não dispõem de uma política de transportes públicos. Além disso, criticou o preço dos transportes.

- A tarifa de R$ 3 é a maior do país e uma das mais altas do mundo – declarou, salientando que, pelo tempo perdido no transporte e pelo desconforto de viajar com superlotação, a classe média prefere usar carros, o que só piora o trânsito de São Paulo.
Agência Senado