quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Você trocaria o automóvel pelo transporte coletivo?


Por ocasião do evento realizado em nível mundial, denominado Dia Mundial sem Carro, a organização Rede Nossa São Paulo realizou uma pesquisa com habitantes da capital paulista. A pesquisa foi conduzida pelo Ibope e, basicamente, tinha como objetivo saber a resposta para a questão: “Você deixaria de usar o carro se houvesse boa alternativa de transporte público”?
Dentre uma série de dados obtidos pela pesquisa, registrou-se que 79% dos paulistanos que fazem uso do automóvel particular todos os dias ou quase todos os dias disseram sim. Outro dado importante revelado foi que 93% dos entrevistados se manifestaram favoráveis à ampliação das faixas exclusivas para ônibus, que é uma das principais ações da atual administração municipal no setor de transporte. Apenas 5% dos entrevistados responderam que são contrários à medida.
Por outro lado, 69% dos paulistanos apontaram que o trânsito da cidade é ruim ou péssimo. Uma das justificativas para esta avaliação é que, em média, o tempo médio gasto pelas pessoas para seus deslocamentos cotidianos pela cidade é de 2 horas e 15 minutos.
O uso do automóvel, disseminado pelo mundo inteiro e, nos dias atuais, em franco crescimento em países emergentes, como são os casos de Brasil, China, México, Índia, África do Sul, dentre outros, pressupõe todo um prazer de dirigir. Este bem estar está associado, obviamente, a um conforto inerente ao automóvel, uma vez que ele permite realizar, em tese, viagens porta a porta. Adicionalmente, pode-se desfrutar de benefícios como ar condicionado, som ambiente, abrigo das condições climáticas desfavoráveis, etc.
Acontece que isto efetivamente não está ocorrendo, principalmente nas metrópoles e cidades de médio e grande portes. O que se constata são congestionamentos crônicos, assaltos, acidentes, altos preços de estacionamento, etc. Enfim, todas as condições inicialmente favoráveis aos usuários dos veículos individuais estão sendo paulatinamente substituídas por um caos generalizado, com a consequente perda de qualidade de vida. Esta mesma qualidade que, por pressuposto, o “senhor” automóvel seria capaz de proporcionar ao seu proprietário.
Diante deste fracasso da opção preferencial pelo automóvel, os paulistanos começam a mudar de ideia. Mas, não precisariam chegar a esta condição crítica para começar a se conscientizar que se todo mundo fizesse a opção pelo automóvel, não haveria espaço no sistema viário para acomodar a todos. É uma questão de física. Até hoje não se conseguiu a proeza de colocar dois ou mais corpos ocupando simultaneamente o mesmo espaço.
Condições extremamente desfavoráveis ao uso maciço do automóvel já foram relatadas, por exemplo, por Wilfred Owen, nos anos 1960, para as condições americanas. “... a substituição da ferrovia pela rodovia e do transporte público pelo particular acrescenta enormes encargos às autoestradas e à condução urbana, criando o aparentemente insolúvel problema de estacionamento e dos terminais”. “É baixíssima a velocidade do tráfego nas áreas comerciais do centro durante as chamadas horas do rush, caindo muitas vezes para dez ou quinze km horários; o problema não é apenas achar espaço para onde se mover, mas também um local para estacionar”.
Enfim, a falta de visão e de planejamento das autoridades brasileiras – e as de vários outros países – conduziram a esta situação caótica das cidades nacionais e do exterior. A correção de rota, se iniciada neste momento, só chegará a bom termo daqui a muitas décadas.
No entanto, não parece ser, em geral, este o caminho escolhido pelos gestores urbanos, apesar da existência do Plano Nacional de Mobilidade Sustentável que, ao que parece, ficou quase que restrito ao papel. Os custos sociais proporcionados por esta situação alarmante são enormes e os recursos desperdiçados poderiam ser mais bem aplicados em áreas essenciais à qualidade de vida, tais como: saúde, educação, saneamento básico, habitação, segurança, etc. Tudo isto, claro, acompanhado de investimentos adequados em transporte coletivo.
Metrópoles mundiais, tais como Londres, Nova York, Tóquio, dentre outras, possuem redes metroviárias variando de 300 a 400 km de metrô, além de modais complementares, que garantem acessibilidade e mobilidade adequadas aos seus moradores. São Paulo tem pouco mais de 70 km de trilhos metroviários. Parece, no entanto, que a gestão municipal paulistana está acordando, ao ampliar a rede de corredores exclusivos para ônibus. Esta situação é desejável e salutar, porém não suficiente.
Espera-se que, não só em São Paulo, como nas demais cidades brasileiras, os políticos passem a pensar efetivamente naqueles que seriam a razão de ser de seus mandatos: o povo. Só assim poderemos ter um futuro melhor para nossos bisnetos, tataranetos...


*Prof. Dr. Archimedes Azevedo Raia Jr.
Site da Perkons




Por ocasião do evento realizado em nível mundial, denominado Dia Mundial sem Carro, a organização Rede Nossa São Paulo realizou uma pesquisa com habitantes da capital paulista. A pesquisa foi conduzida pelo Ibope e, basicamente, tinha como objetivo saber a resposta para a questão: “Você deixaria de usar o carro se houvesse boa alternativa de transporte público”?
Dentre uma série de dados obtidos pela pesquisa, registrou-se que 79% dos paulistanos que fazem uso do automóvel particular todos os dias ou quase todos os dias disseram sim. Outro dado importante revelado foi que 93% dos entrevistados se manifestaram favoráveis à ampliação das faixas exclusivas para ônibus, que é uma das principais ações da atual administração municipal no setor de transporte. Apenas 5% dos entrevistados responderam que são contrários à medida.
Por outro lado, 69% dos paulistanos apontaram que o trânsito da cidade é ruim ou péssimo. Uma das justificativas para esta avaliação é que, em média, o tempo médio gasto pelas pessoas para seus deslocamentos cotidianos pela cidade é de 2 horas e 15 minutos.
O uso do automóvel, disseminado pelo mundo inteiro e, nos dias atuais, em franco crescimento em países emergentes, como são os casos de Brasil, China, México, Índia, África do Sul, dentre outros, pressupõe todo um prazer de dirigir. Este bem estar está associado, obviamente, a um conforto inerente ao automóvel, uma vez que ele permite realizar, em tese, viagens porta a porta. Adicionalmente, pode-se desfrutar de benefícios como ar condicionado, som ambiente, abrigo das condições climáticas desfavoráveis, etc.
Acontece que isto efetivamente não está ocorrendo, principalmente nas metrópoles e cidades de médio e grande portes. O que se constata são congestionamentos crônicos, assaltos, acidentes, altos preços de estacionamento, etc. Enfim, todas as condições inicialmente favoráveis aos usuários dos veículos individuais estão sendo paulatinamente substituídas por um caos generalizado, com a consequente perda de qualidade de vida. Esta mesma qualidade que, por pressuposto, o “senhor” automóvel seria capaz de proporcionar ao seu proprietário.
Diante deste fracasso da opção preferencial pelo automóvel, os paulistanos começam a mudar de ideia. Mas, não precisariam chegar a esta condição crítica para começar a se conscientizar que se todo mundo fizesse a opção pelo automóvel, não haveria espaço no sistema viário para acomodar a todos. É uma questão de física. Até hoje não se conseguiu a proeza de colocar dois ou mais corpos ocupando simultaneamente o mesmo espaço.
Condições extremamente desfavoráveis ao uso maciço do automóvel já foram relatadas, por exemplo, por Wilfred Owen, nos anos 1960, para as condições americanas. “... a substituição da ferrovia pela rodovia e do transporte público pelo particular acrescenta enormes encargos às autoestradas e à condução urbana, criando o aparentemente insolúvel problema de estacionamento e dos terminais”. “É baixíssima a velocidade do tráfego nas áreas comerciais do centro durante as chamadas horas do rush, caindo muitas vezes para dez ou quinze km horários; o problema não é apenas achar espaço para onde se mover, mas também um local para estacionar”.
Enfim, a falta de visão e de planejamento das autoridades brasileiras – e as de vários outros países – conduziram a esta situação caótica das cidades nacionais e do exterior. A correção de rota, se iniciada neste momento, só chegará a bom termo daqui a muitas décadas.
No entanto, não parece ser, em geral, este o caminho escolhido pelos gestores urbanos, apesar da existência do Plano Nacional de Mobilidade Sustentável que, ao que parece, ficou quase que restrito ao papel. Os custos sociais proporcionados por esta situação alarmante são enormes e os recursos desperdiçados poderiam ser mais bem aplicados em áreas essenciais à qualidade de vida, tais como: saúde, educação, saneamento básico, habitação, segurança, etc. Tudo isto, claro, acompanhado de investimentos adequados em transporte coletivo.
Metrópoles mundiais, tais como Londres, Nova York, Tóquio, dentre outras, possuem redes metroviárias variando de 300 a 400 km de metrô, além de modais complementares, que garantem acessibilidade e mobilidade adequadas aos seus moradores. São Paulo tem pouco mais de 70 km de trilhos metroviários. Parece, no entanto, que a gestão municipal paulistana está acordando, ao ampliar a rede de corredores exclusivos para ônibus. Esta situação é desejável e salutar, porém não suficiente.
Espera-se que, não só em São Paulo, como nas demais cidades brasileiras, os políticos passem a pensar efetivamente naqueles que seriam a razão de ser de seus mandatos: o povo. Só assim poderemos ter um futuro melhor para nossos bisnetos, tataranetos...


*Prof. Dr. Archimedes Azevedo Raia Jr.
Engenheiro, Mestre e Doutor em Engenharia de Transportes pela USP, professor e coordenador do Núcleo de Estudos em Engenharia e Segurança de Tráfego Sustentável da UFSCar e co-autor do livro "Segurança no Trânsito", Ed. São Francisco. E-mail: raiajr@ufscar.br
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Por ocasião do evento realizado em nível mundial, denominado Dia Mundial sem Carro, a organização Rede Nossa São Paulo realizou uma pesquisa com habitantes da capital paulista. A pesquisa foi conduzida pelo Ibope e, basicamente, tinha como objetivo saber a resposta para a questão: “Você deixaria de usar o carro se houvesse boa alternativa de transporte público”?
Dentre uma série de dados obtidos pela pesquisa, registrou-se que 79% dos paulistanos que fazem uso do automóvel particular todos os dias ou quase todos os dias disseram sim. Outro dado importante revelado foi que 93% dos entrevistados se manifestaram favoráveis à ampliação das faixas exclusivas para ônibus, que é uma das principais ações da atual administração municipal no setor de transporte. Apenas 5% dos entrevistados responderam que são contrários à medida.
Por outro lado, 69% dos paulistanos apontaram que o trânsito da cidade é ruim ou péssimo. Uma das justificativas para esta avaliação é que, em média, o tempo médio gasto pelas pessoas para seus deslocamentos cotidianos pela cidade é de 2 horas e 15 minutos.
O uso do automóvel, disseminado pelo mundo inteiro e, nos dias atuais, em franco crescimento em países emergentes, como são os casos de Brasil, China, México, Índia, África do Sul, dentre outros, pressupõe todo um prazer de dirigir. Este bem estar está associado, obviamente, a um conforto inerente ao automóvel, uma vez que ele permite realizar, em tese, viagens porta a porta. Adicionalmente, pode-se desfrutar de benefícios como ar condicionado, som ambiente, abrigo das condições climáticas desfavoráveis, etc.
Acontece que isto efetivamente não está ocorrendo, principalmente nas metrópoles e cidades de médio e grande portes. O que se constata são congestionamentos crônicos, assaltos, acidentes, altos preços de estacionamento, etc. Enfim, todas as condições inicialmente favoráveis aos usuários dos veículos individuais estão sendo paulatinamente substituídas por um caos generalizado, com a consequente perda de qualidade de vida. Esta mesma qualidade que, por pressuposto, o “senhor” automóvel seria capaz de proporcionar ao seu proprietário.
Diante deste fracasso da opção preferencial pelo automóvel, os paulistanos começam a mudar de ideia. Mas, não precisariam chegar a esta condição crítica para começar a se conscientizar que se todo mundo fizesse a opção pelo automóvel, não haveria espaço no sistema viário para acomodar a todos. É uma questão de física. Até hoje não se conseguiu a proeza de colocar dois ou mais corpos ocupando simultaneamente o mesmo espaço.
Condições extremamente desfavoráveis ao uso maciço do automóvel já foram relatadas, por exemplo, por Wilfred Owen, nos anos 1960, para as condições americanas. “... a substituição da ferrovia pela rodovia e do transporte público pelo particular acrescenta enormes encargos às autoestradas e à condução urbana, criando o aparentemente insolúvel problema de estacionamento e dos terminais”. “É baixíssima a velocidade do tráfego nas áreas comerciais do centro durante as chamadas horas do rush, caindo muitas vezes para dez ou quinze km horários; o problema não é apenas achar espaço para onde se mover, mas também um local para estacionar”.
Enfim, a falta de visão e de planejamento das autoridades brasileiras – e as de vários outros países – conduziram a esta situação caótica das cidades nacionais e do exterior. A correção de rota, se iniciada neste momento, só chegará a bom termo daqui a muitas décadas.
No entanto, não parece ser, em geral, este o caminho escolhido pelos gestores urbanos, apesar da existência do Plano Nacional de Mobilidade Sustentável que, ao que parece, ficou quase que restrito ao papel. Os custos sociais proporcionados por esta situação alarmante são enormes e os recursos desperdiçados poderiam ser mais bem aplicados em áreas essenciais à qualidade de vida, tais como: saúde, educação, saneamento básico, habitação, segurança, etc. Tudo isto, claro, acompanhado de investimentos adequados em transporte coletivo.
Metrópoles mundiais, tais como Londres, Nova York, Tóquio, dentre outras, possuem redes metroviárias variando de 300 a 400 km de metrô, além de modais complementares, que garantem acessibilidade e mobilidade adequadas aos seus moradores. São Paulo tem pouco mais de 70 km de trilhos metroviários. Parece, no entanto, que a gestão municipal paulistana está acordando, ao ampliar a rede de corredores exclusivos para ônibus. Esta situação é desejável e salutar, porém não suficiente.
Espera-se que, não só em São Paulo, como nas demais cidades brasileiras, os políticos passem a pensar efetivamente naqueles que seriam a razão de ser de seus mandatos: o povo. Só assim poderemos ter um futuro melhor para nossos bisnetos, tataranetos...


*Prof. Dr. Archimedes Azevedo Raia Jr.
Engenheiro, Mestre e Doutor em Engenharia de Transportes pela USP, professor e coordenador do Núcleo de Estudos em Engenharia e Segurança de Tráfego Sustentável da UFSCar e co-autor do livro "Segurança no Trânsito", Ed. São Francisco. E-mail: raiajr@ufscar.br
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Dentre uma série de dados obtidos pela pesquisa, registrou-se que 79% dos paulistanos que fazem uso do automóvel particular todos os dias ou quase todos os dias disseram sim. Outro dado importante revelado foi que 93% dos entrevistados se manifestaram favoráveis à ampliação das faixas exclusivas para ônibus, que é uma das principais ações da atual administração municipal no setor de transporte. Apenas 5% dos entrevistados responderam que são contrários à medida.
Por outro lado, 69% dos paulistanos apontaram que o trânsito da cidade é ruim ou péssimo. Uma das justificativas para esta avaliação é que, em média, o tempo médio gasto pelas pessoas para seus deslocamentos cotidianos pela cidade é de 2 horas e 15 minutos.
O uso do automóvel, disseminado pelo mundo inteiro e, nos dias atuais, em franco crescimento em países emergentes, como são os casos de Brasil, China, México, Índia, África do Sul, dentre outros, pressupõe todo um prazer de dirigir. Este bem estar está associado, obviamente, a um conforto inerente ao automóvel, uma vez que ele permite realizar, em tese, viagens porta a porta. Adicionalmente, pode-se desfrutar de benefícios como ar condicionado, som ambiente, abrigo das condições climáticas desfavoráveis, etc.
Acontece que isto efetivamente não está ocorrendo, principalmente nas metrópoles e cidades de médio e grande portes. O que se constata são congestionamentos crônicos, assaltos, acidentes, altos preços de estacionamento, etc. Enfim, todas as condições inicialmente favoráveis aos usuários dos veículos individuais estão sendo paulatinamente substituídas por um caos generalizado, com a consequente perda de qualidade de vida. Esta mesma qualidade que, por pressuposto, o “senhor” automóvel seria capaz de proporcionar ao seu proprietário.
Diante deste fracasso da opção preferencial pelo automóvel, os paulistanos começam a mudar de ideia. Mas, não precisariam chegar a esta condição crítica para começar a se conscientizar que se todo mundo fizesse a opção pelo automóvel, não haveria espaço no sistema viário para acomodar a todos. É uma questão de física. Até hoje não se conseguiu a proeza de colocar dois ou mais corpos ocupando simultaneamente o mesmo espaço.
Condições extremamente desfavoráveis ao uso maciço do automóvel já foram relatadas, por exemplo, por Wilfred Owen, nos anos 1960, para as condições americanas. “... a substituição da ferrovia pela rodovia e do transporte público pelo particular acrescenta enormes encargos às autoestradas e à condução urbana, criando o aparentemente insolúvel problema de estacionamento e dos terminais”. “É baixíssima a velocidade do tráfego nas áreas comerciais do centro durante as chamadas horas do rush, caindo muitas vezes para dez ou quinze km horários; o problema não é apenas achar espaço para onde se mover, mas também um local para estacionar”.
Enfim, a falta de visão e de planejamento das autoridades brasileiras – e as de vários outros países – conduziram a esta situação caótica das cidades nacionais e do exterior. A correção de rota, se iniciada neste momento, só chegará a bom termo daqui a muitas décadas.
No entanto, não parece ser, em geral, este o caminho escolhido pelos gestores urbanos, apesar da existência do Plano Nacional de Mobilidade Sustentável que, ao que parece, ficou quase que restrito ao papel. Os custos sociais proporcionados por esta situação alarmante são enormes e os recursos desperdiçados poderiam ser mais bem aplicados em áreas essenciais à qualidade de vida, tais como: saúde, educação, saneamento básico, habitação, segurança, etc. Tudo isto, claro, acompanhado de investimentos adequados em transporte coletivo.
Metrópoles mundiais, tais como Londres, Nova York, Tóquio, dentre outras, possuem redes metroviárias variando de 300 a 400 km de metrô, além de modais complementares, que garantem acessibilidade e mobilidade adequadas aos seus moradores. São Paulo tem pouco mais de 70 km de trilhos metroviários. Parece, no entanto, que a gestão municipal paulistana está acordando, ao ampliar a rede de corredores exclusivos para ônibus. Esta situação é desejável e salutar, porém não suficiente.
Espera-se que, não só em São Paulo, como nas demais cidades brasileiras, os políticos passem a pensar efetivamente naqueles que seriam a razão de ser de seus mandatos: o povo. Só assim poderemos ter um futuro melhor para nossos bisnetos, tataranetos...


*Prof. Dr. Archimedes Azevedo Raia Jr.
Engenheiro, Mestre e Doutor em Engenharia de Transportes pela USP, professor e coordenador do Núcleo de Estudos em Engenharia e Segurança de Tráfego Sustentável da UFSCar e co-autor do livro "Segurança no Trânsito", Ed. São Francisco. E-mail: raiajr@ufscar.br
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