segunda-feira, 18 de março de 2013

Prefeitura de São Paulo estuda solução para circulação de ciclistas na av. Paulista


A prefeitura está em busca de uma solução para o trânsito de bicicletas na avenida Paulista, centro paulistano. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a via consta dos estudos realizados para criar uma rede cicloviária na cidade.

A circulação de bikes na via voltou a ser discutida neste mês, com o atropelamento do limpador de vidros David Santos Sousa, 21. Ele teve o braço decepado ao ser atingido pelo Honda Fit dirigido pelo estudante de psicologia Alex Siwek, 21. O motorista (que dirigia alcoolizado) foi preso.

Três dias após o acidente, foi divulgado que o número de mortes de ciclistas na cidade cresceu 6% no ano passado. Morreram 51 homens e 1 mulher. Em 2011, o total chegou a 49 e, em 2010, era o mesmo.

O diretor de Planejamento da CET, Tadeu Leite Duarte, afirmou que a companhia planeja tomar medidas para oferecer mais segurança aos ciclistas na capital.

Braço de plástico é colocado em poste da av. Paulista em protesto de ciclistas



Entrevista - 

Quais medidas a CET pretende tomar para oferecer mais segurança aos ciclistas?

Tadeu Leite Duarte
 - Estabelecer uma rede cicloviária na cidade. Confinar, onde for possível, a circulação [dos ciclistas] para garantir a segurança onde também passam ônibus e caminhão. E, onde não for possível isso [ter um espaço reservado], estabelecer condições de segurança, como, por exemplo, definir uma velocidade segura para que todos possam ocupar o mesmo espaço. Fazer também programas de treinamento para os ciclistas para ensiná-los como circular com segurança.

A partir de quando será oferecido esse curso?

Estamos preparando os nossos instrutores para acompanhar isso. O local já existe [Centro de Treinamento e Educação de Trânsito, na Barra Funda], o treinamento dos instrutores está em andamento e em breve soltaremos uma data.

Qual foi a principal causa para o aumento da morte de ciclistas em 2012?

Aumentou um pouco, mas não deveria ter aumentado nada. Deveria estar caindo mais. Provavelmente, são fatores humanos, como o acidente da avenida Paulista. Há indícios de que o ciclista trafegava na direção errada e de que o motorista não estaria em plenas condições.

Há alguma medida específica para a Paulista?

O prefeito Fernando Haddad (PT) pediu que mergulhássemos na questão de segurança de uma forma geral e a avenida Paulista faz parte dos nossos estudos para a rede cicloviária. Estamos definindo se coloca uma faixa confinada lá, não confinada ou um sistema de moderação [redução do limite de velocidade] que permita a permanência dos ciclistas.

Há demanda na Paulista?

Nos nossos estudos há indícios que possa haver.

Os cicloativistas contribuem ou atrapalham o processo de inclusão das bicicletas na cidade?
Todos nós estamos convergindo para o mesmo caminho. Queremos evitar mortes. Qualquer que seja a contribuição, mesmo que crítica, será bem-vinda. Não temos medo de crítica. Queremos ouvi-la, sim. Eu, particularmente, enxergo como algo positivo.

Mesmo quando eles fecham a Paulista e outras vias importantes?

A questão da desordem, não. Aí eu não concordo. Existe lei para todos. Todo mundo tem o direito de ir e vir. Fechar a via? Há outras formas de manifestação. Contribuição, para mim, é vir aqui e falar: vocês estão errados nisso e naquilo. Agora, demonstrações que causam transtornos para as pessoas, não pode.

Folha de São Paulo