terça-feira, 2 de junho de 2015

Subsídio à tarifa de São Paulo pode aumentar

VALOR ECONÔMICO -SP

Candidato à reeleição em 2016, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, deve manter o preço da tarifa do ônibus, de R$ 3,50, no próximo ano e ampliar o número de "passe livre" para estudantes. Apesar de a prefeitura reclamar da falta de recursos para investimentos, Haddad planeja aumentar o subsídio ao Transporte Público, atualmente de cerca de R$ 1,8 bilhão, para evitar desgaste político em ano eleitoral.

Segundo o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, "não há perspectiva de aumento da tarifa na cidade". "É possível aumentar o subsídio sem a elevação de tarifa", diz. "O ideal é que pudéssemos racionalizar o sistema e não precisássemos fazer isso", afirma, em relação à elevação do subsídio.

O secretário diz que a licitação do sistema de Transporte Público, com consulta pública a ser lançada em junho, pode trazer redução de custos. Os recursos "extras" poderão ser usados para o subsídio. Dos usuários de ônibus, quase um terço tem gratuidade, como idosos, deficientes e estudantes, diz Tatto. "Alguém tem que pagar a conta."

O secretário afirma que em 2016 a capital paulista terá fôlego financeiro para o aumento do subsídio. "A prefeitura enxugou vários contratos, renegociou a dívida [com a União] e a reduziu em 40%. Esse dinheiro começa a entrar no ano que vem. Aí é fazer conta até porque é um serviço essencial que tem que continuar", diz Tatto.

O discurso da gestão Haddad em relação ao aumento do subsídio ao Transporte Público mudou. Em 2013, no início do governo, o prefeito enfrentou uma onda de protestos quando tentou elevar a tarifa de R$ 3 para R$ 3,20 e relutou em revogar o aumento. Na época, Haddad dizia que não tinha como bancar subsídio maior porque faltariam recursos a áreas importantes, como saúde e educação.

Discurso semelhante foi retomado no início do ano quando a prefeitura elevou a tarifa de R$ 3 para R$ 3,50, mesmo após redução de despesas conseguida com a renegociação de contratos citada por Tatto. Para minimizar críticas e esvaziar os protestos, Haddad ampliou a "tarifa zero" para estudantes da rede pública, alunos de universidade pública com baixa renda e de universidade privada beneficiários do Prouni e Fies.

A prefeitura esperava a economia gerada com a troca do indexador da dívida a partir deste ano. Além de atrasar os recursos, o ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff, porém, também adiou o novo indexador para 2016. O assunto gerou embate. Haddad entrou na Justiça contra a União para garantir a troca do indexador.