sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Mobilidade Urbana e a Copa de 2014


Nova linha de trem construída por Johannesburgo (África do Sul),  para a Copa de 2010, para ligar o centro da cidade ao Aeroporto

Eco Desenvolvimento
As próximas edições dos dois principais eventos esportivos
do planeta serão realizadas no Brasil.
O fato de que o país abrigará a Copa do Mundo
de 2014 e as Olimpíadas de 2016 faz com que os
transportes públicos das grandes cidades brasileiras
alimentem momentos de grande expectativa,
uma vez que a mobilidade urbana nacional carece, e muito,
uma infraestrutura capaz de atender as necessidades
da população.
Mas o que está sendo articulado a respeito?
Quais são as alternativas ao uso dos carros que deverão ser implementadas no Brasil nos próximos anos?
Para responder a estas perguntas,
vamos aos principais  pontos das discussões
sobre o futuro da mobilidade urbana brasileira.

PAC da Copa
Em 13 de janeiro deste ano, o governo federal divulgou os
projetos referentes ao chamado PAC (Programa de Aceleração
Crescimento) da Mobilidade Urbana. Na ocasião, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, a então ministra-chefe da Casa Civil,
Dilma Roussef, o ministro das Cidades, Marcio Fortes, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, apresentaram 47 iniciativas que
pretendem melhorar o trânsito das 12 cidades-sede da
Copa do Mundo de 2014: Belo Horizonte, Rio de Janeiro,
Porto Alegre, Curitiba, Natal, Fortaleza, Recife, Salvador,
Cuiabá, Brasília, São Paulo e Manaus.
Esse programa de investimentos elaborado pelo governo
federal junto aos municípios participantes, pautou-se nos
limites de prazo e de recursos disponíveis para selecionar
os projetos viáveis que deverão ser concluídos e entrar em
Copa das Confederações, que será realizada no Brasil
em meados de 2013, e servirá como uma espécie de
aquecimento" para o Mundial do ano seguinte.
Dos 47 projetos previstos na primeira versão do PAC da
Mobilidade Urbana, 34 se referem a obras de implantação de sistemas BRTs e de corredores de ônibus. Foram selecionadas medidas que buscam facilitar a mobilidade entre aeroportos, redes hoteleiras e estádios das cidades-sede, desde que pudessem ser concluídas de acordo com os cronogramas estabelecidos pela Fifa (Federação Internacional de Futebol). Também foram considerados os benefícios que essas iniciativas trarão para os municípios após a realização do mundial.

 planilha oficial
Planilha mostra o resumo de intervenções do PAC da Mobilidade Urbana/Reprodução Ministério das Cidades
Listamos para você os principais projetos de mobilidade urbana voltados para a Copa de 2014, distribuídos pelas cinco regiões do Brasil:
Sudeste
Para financiar a Linha Ouro do monotrilho de São Paulo,
que ligará o aeroporto de Congonhas ao futuro estádio do Corinthians, em Itaquera, o governo Federal disponibilizará
R$ 1,08 bilhão.
Em Belo Horizonte, seis linhas de BRT serão construídas,
com investimentos federais de R$ 783,3 milhões. Outros
R$ 210 milhões do governo federal são destinados a obras
e R$ 30 milhões à ampliação da central de controle de tráfego, totalizando investimentos de R$ 1,02 bilhão na capital mineira.
No Rio de Janeiro, que além da Copa do Mundo de 2014
sediará os Jogos Olímpicos de 2016, a implantação do BRT
ligará o bairro da Penha à Barra da Tijuca, passando pelo
aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. O governo
Federal financia o projeto com R$ 1,19 bilhão.
Sul
Dos R$ 440,6 milhões financiados pelo governo Federal para os projetos de Curitiba, R$ 265,5 milhões são destinados à
implantação de corredores expressos. Os demais recursos
financiarão a construção de linha de BRT, terminal, sistema de monitoramento e obras viárias.
Porto Alegre contará com corredores exclusivos para ônibus, nos quais o governo Federal investe R$ 273,9 milhões. Outros R$ 81 milhões financiarão duas linhas de BRT. Com os R$ 13,7 milhões destinados ao sistema de monitoramento de tráfego, o total do financiamento federal para a a cidade gaúcha é de R$ 368,6 milhões.
Norte
Para Manaus, que contará com trem suspenso do Norte ao Centro da cidade, os investimentos federais são de R$ 600 milhões.
A ligação entre o Leste e Centro será viabilizada pela construção do BRT, que conta com investimentos federais de R$ 200 milhões.
O total investido na cidade é de R$ 800 milhões.
Nordeste
Em Recife, R$ 402 milhões financiarão a implantação de corredores expressos. A capital pernambucana terá duas linhas de BRT, que contam com investimentos federais de R$ 231 milhões. Para a construção do terminal Cosme Damião são destinados
R$ 15 milhões, totalizando de R$ 648 milhões do governo federal em Recife.
O novo aeroporto de Natal será integrado à Arena das Dunas
e ao setor hoteleiro da cidade com a implantação de corredor e com obras viárias, que contam com financiamento de R$ 350,4 milhões.
A Avenida Prudente de Moraes será prolongada, com financiamento de R$ 10,58 milhões, somando o valor de R$ 360,98 milhões do governo federal.
Em Fortaleza, o VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) foi escolhido como o principal modal. O governo federal financiará o projeto com R$ 170 milhões. A capital cearense contará com investimentos federais para implantação de quatro linhas de BRT, que somam investimentos de R$ 113,5 milhões. O projeto contempla ainda a construção de corredor expresso (R$ 97,7 milhões) e das
estações de metrô Padre Cícero e Montese (33,2 milhões).
O total de investimentos do governo federal em Fortaleza é de R$ 414,4 milhões.
Para a implantação do sistema de BRT de Salvador,
o financiamento é de R$ 541,8 milhões. O metrô da capital baiana está em fase de conclusão. Além dele, novas avenidas e
requalificação urbana da Cidade Baixa também estão previstas.
Centro Oeste
A linha de VLT que ligará o aeroporto de Brasília ao terminal
Asa Sul, receberá R$ 263 milhões. O governo do Distrito Federal contará com financiamento para ampliações viárias que facilitam o acesso ao aeroporto, no valor de R$ 98 milhões, totalizando investimentos de R$ 361 milhões na capital federal.
Ao todo, R$ 423,7 milhões é o valor destinado pelo governo
federal para a implantação de duas linhas de BRT em  
Cuiabá. Outros R$ 31 milhões financiarão a construção
do corredor Mario Andreazza. No total, a capital matogrossense contará com financiamento de R$ 454,7 milhões.
O ministro Marcio Fortes destacou que cerca de 30% serão investidos em sistemas de transporte sobre trilhos. Trata-se de projetos de monotrilhos (trens suspensos), que serão implantados em São Paulo e Manaus, e de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), em Brasília e Fortaleza. Os demais recursos financiados pelo governo Federal serão investidos na implantação de corredores exclusivos de ônibus, estações de transferência, terminais e sistemas de monitoramento e BRT’s.
Nos pactos federativos são definidos os valores, prazos e responsabilidades do governo Federal, de governos estaduais e prefeituras. “O documento é um compromisso dos entes
federados com a sociedade”, explicou Fortes. O ministro
lembra que todo cidadão pode acompanhar as ações e gastos que envolvem o mundial de 2014 por meio do
Portal da Transparência, de acordo com o Decreto
nº 7.034, assinado pelo presidente da República.

Foto: Marcelo Casal
Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT