quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Aplicativo ‘Laví’, desenvolvido por estudantes da Fucapi, ajuda portadores de paralisia cerebral

As ações são ativadas pelo simples toque, com a emissão do áudio indicando o que o usuário precisa ou deseja fazer. Além disso, o aplicativo também oferece opções da demonstração de sentimentos Um aplicativo desenvolvido por estudantes da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) pretende inovar na comunicação de pessoas portadoras de paralisia cerebral. O aplicativo “Laví”, que significa vida em esperanto (um idioma universal), facilita a comunicação dos usuários com a família e cuidadores. A ideia e o desenvolvimento partiu de alunos do projeto BEPiD (Brazilian Education Program for IOS Development), da Fucapi. De acordo com Kevin Oliveira, estudante de engenharia da computação e um dos criadores do Laví, o aplicativo foi desenvolvido para ser usado no smartphone e no tablet e é bem fácil de ser operado, o que permite ao portador de necessidades especiais que tenha dificuldades na fala, por exemplo, expresse, por meio de ilustrações, o que quer fazer e ou o que precisa. “Nós queríamos criar algo que fosse a voz delas, e trazer mais vida ao seu cotidiano”, disse Kevin. Segundo o estudante, o desafio de desenvolver aplicativos para ajudar as pessoas o levou a pesquisar sobre a paralisia cerebral. Foi quando surgiu o interesse de ajudar pacientes com paralisia cerebral a se comunicar com a família e os médicos. “Foi um assunto que me chamou muito a atenção. Nas nossas pesquisas encontramos uma espécie de livro, onde a pessoa com paralisia aponta o que ela deseja. Nossa ideia era levar aquele livro para a era tecnológica” explicou. Para isso, ele contou com a ajuda da estudante de do curso de design Valéria Romano, que desenvolveu a interface do aplicativo. Para o professor orientador do projeto, Antônio de Carvalho Júnior, o aplicativo é muito útil, tanto para as pessoas que possuem a paralisia quanto para os familiares e cuidadores, porque ele “fala” as necessidades do usuário. Outro “ganho”, diz Antônio, é o fato de os alunos se dedicarem a resolver um problema alheio. “Quando o aluno sai da sua zona de conforto e começa a pensar fora da ‘caixa’, ele entra em um mundo novo e passa a se preocupar com o próximo, e isso muda o cenário das pessoas que tem dificuldades. Assim, eles utilizam a tecnologia para gerar a solução” frisou. Testes Depois de desenvolver uma versão prévia do aplicativo de acordo com as pesquisas, os estudantes foram testar, na prática, o experimento. Kevin relatou que o aplicativo já foi testado por uma portadora de paralisia cerebral, que aprovou a ferramenta. O teste serviu também para apontar ajustes, que estão sendo feitos ao aplicativo. “Foi sensacional vê-la usando aplicativo, mas alguns botões ela não conseguia identificar, então fizemos os ajustes necessários”, relatou. A meta, agora, é ampliar as funções do aplicativo para que ele possa atender a pacientes com todos os níveis de paralisia, conta Kevin. “Para mim, é uma realização pessoal poder ver algo que é fruto do meu trabalho sendo útil para ajudar as pessoas”, disse. Nos smartphones e tablets Nos smartphones, o aplicativo é direcionado para cuidadores e familiares de pessoas com paralisia, que podem monitorar os pacientes ou usuários de maneira personalizada e simplificada. No tablet, a pessoa com paralisia cerebral também pode acessar o aplicativo para indicar aos cuidadores e familiares em qual atividade ou qual necessidade ele gostaria que o ajudassem. As ações são ativadas pelo simples toque, com a emissão do áudio indicando o que o usuário precisa ou deseja fazer, como tomar banho, ir ao banheiro, dormir, beber água, ler, brincar, comer, assistir TV, abraçar, escutar música. Além disso, o aplicativo também oferece opções da demonstração de sentimentos, como se está feliz, triste, doente ou cansado. O aplicativo já está disponível gratuitamente para download. Segundo Kevin, a intenção é que, em breve, o App esteja disponível em seis idiomas: português, inglês, espanhol, japonês, russo e chinês, para atingir o maior número possível de pessoas no mundo todo. Blog Valéria Romano estudante de Design “Tenho muito orgulho em fazer parte desse projeto, é uma grande satisfação ajudar essas pessoas e fazer uma pequena diferença no mundo delas. Achei a ideia do Kevin incrível, pois a paralisia cerebral era algo sobre a qual eu não tinha tanto conhecimento. Fiz muitas pesquisas, eu li bastante para me aprofundar no assunto. No início foi um pouco complicado porque nunca tinha tido contato com nenhum portador. Li muitos depoimentos de amigos e famílias de portadores da paralisia, mas foi apenas quando testamos a primeira versão do Laví, que percebi a dimensão do aplicativo. A emoção de ajudar alguém a se comunicar e a felicidade dela quando era emitido o som foi única”.

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