terça-feira, 28 de outubro de 2014

MDT realiza seu primeiro curso a distância em Brasília em parceria com a Prefeitura de Macapá, Empresa Urbi e NTU

Marcando o 11º aniversário do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade para Todos (MDT), realizou-se no dia 25 de setembro de 2014, na sede da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), em Brasília, a 1ª Oficina a Distância de Capacitação do MDT: Mobilidade Urbana e Inclusão Social.
 

O conteúdo em vídeo-aula apresenta exposições gravadas em vídeo do 4º Curso de Mobilidade Urbana e Inclusão Social, de caráter presencial, realizado em Macapá, capital do Amapá, no dia 19 de fevereiro de 2014. Naquela data, um grupo de 30 delegados do Plano Plurianual Participativo (PPA) da Prefeitura de Macapá e funcionários da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac) participaram do curso que teve como objetivo capacitar e formar multiplicadores dentro dos bairros e de comunidades da capital amapaense.
 
O conteúdo do curso – apresentado presencialmente ou por vídeo-aula – tem como base didática e de discussão a publicação do MDT intitulada Mobilidade Urbana e Inclusão Social, atualmente em fase final de atualização.
 
Parcerias relevantes. “A parceria do MDT com a Prefeitura de Macapá foi crucial para viabilizara filmagem e edição das aulas proferidas em fevereiro pelo coordenador do MDT, Nazareno Affonso, e por Cristina Baddini, presidente da CTMac e responsável pela produção do Blog do MDT e das inserções sobre o Movimento no Facebook”, disse o secretário executivo do MDT e coordenador da 1ª Oficina a Distância, Raphael Barros Dorneles.
 
Ele acrescentou que outras duas parcerias também foram relevantes. Uma delas, com a empresa URBI Mobilidade Urbana, que se responsabilizou pela seleção dos alunos e pela viabilização dos dois coffee breaks e do almoço. Por sua vez, a NTU, entidade integrante do Secretariado do MDT, disponibilizou o local para a realização das vídeo-aulas, os trabalhos em grupo e outras atividades e inscreveu três funcionários como alunos do curso.
 
Participaram das atividades da 1ª Oficina a Distância 25 alunos com o perfis diversos, incluindo profissionais das áreas operacional (motoristas e cobradores), administrativa (monitores de desempenho e coordenadores) e de comunicação (jornalistas e relações públicas).
 
Estrutura. O curso foi iniciado às 8h30. Na rápida sessão de abertura, houve uma explicação sobre o conteúdo do vídeo e sobre os professores, colocações de dirigentes da URBI e a entrega, para cada participante, de uma ficha de avaliação a ser utilizada na parte final da atividade.
 
Em seguida, iniciou-se a exibição da primeira parte do vídeo, com 90 minutos de duração, compreendendo o temas: Conflitos na Mobilidade Urbana, O que é mobilidade urbana, O Império dos automóveis, Direito ao transporte público, Promovendo a Mobilidade não motorizada, Mobilidade Urbana e Economia e Estatuto das Cidades.
 
Após o intervalo, houve a exibição da segunda parte, também com 90 minutos de duração, com os temas: Mobilidade e Participação Popular, Barateamento das tarifas, Lei da Mobilidade Urbana, Direito dos usuários, Política de Estacionamento Investimento em Sistemas Estruturais de Transporte, Pacto Nacional da Mobilidade Urbana, Qualificação do Transporte Urbano Convencional, Imagens da Mobilidade Sustentável. Concluída a exibição do vídeo, houve uma explanação sobre os Planos de Mobilidade e abertura de espaço para esclarecimento de dúvidas.
 
Atividades em grupo. A retomada do curso no início da tarde deu-se com as atividades em grupo. Foi concedida uma hora para que os participantes traçassem um diagnóstico de uma situação problemática e escolhessem o candidato a prefeito. Os participantes formaram quatro grupos e escolheram duas cidades fictícias e duas cidades reais, todas acima de 100 mil habitantes. As cidades reais foram Riacho Fundo II e Ceilândia, no Distrito Federal
 
Após o intervalo vespertino, os participantes permaneceram reunidos em grupos por mais uma hora, ocasião em que elaboraram as propostas de governo com base no diagnóstico traçado. Para isso, tinham de definir o nome de uma cidade e escolher, entre eles, quem seria o candidato a prefeito e quem faria o discurso, apresentando os problemas e soluções para suas cidades. As propostas recorrentes nos grupos foram sobre corredores exclusivos para ônibus, implantação de sistemas de BRT, propostas de ciclovias, ciclofaixas e infraestrutura necessária, melhoria nos abrigos em pontos de parada, integração entre modais, requalificação das calçadas e acessibilidade. Poucas propostas de financiamento foram apresentadas – somente um grupo as elencou. Não houve propostas de participação popular, no máximo propostas de pesquisas de opinião.
 
Na etapa final, cada grupo apresentou a todos os participantes o seu conjunto de propostas; depois, houve a escolha do melhor projeto por meio de votação secreta. Cada participante foi convidado a preencher a ficha de avaliação e recebeu o seu certificado.
 
Material didático. Como material didático, cada participante recebeu um CD, contendo vídeos, apresentações e documentos que complementam a aprendizagem e servem para que os participantes possam se aprofundar nos conteúdos apresentados. O CD distribuído reúne: 1) Arquivo PowerPoint com a apresentação mostrada no DVD; 2) Estrutura do PowerPoint a ser preenchido pelos grupos (diagnósticos e propostas); 3) Vídeos feitos em parceria com a NTU; 4) Vídeo institucional do MDT; 5) Vídeo do RUAVIVA – Instituto de Mobilidade Sustentável versando sobre a Jornada Brasileira “Na Cidade Sem Meu Carro”; 6) Manifesto da Jornada Brasileira “Na Cidade Sem Meu Carro” de 2014; 7) Vídeos sobre a campanha nacional de barateamento elaborada pelo MDT em 2005, intitulada Tarifa Cidadã; 8) Vídeo “Luta pelo Transporte em São Paulo”; 9) Lei de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12), comentada pelo MDT; 10) O texto do Pacto da Mobilidade e a Resolução que o oficializa; 11) Manifesto da Jornada Brasileira “Na Cidade Sem Meu Carro” de 2014; 12) Cartilha da Frente Nacional de Prefeitos sobre a Lei da Mobilidade; 13) Publicação “Mobilidade Urbana e Inclusão Social” do MDT; 14) Documento de 10 anos do MDT; 15) Documento Base do MDT.
 
Os participantes receberam ainda uma pasta especialmente confeccionada para a 1ª Oficina a Distância de Capacitação do MDT: Mobilidade Urbana e Inclusão Social, contendo: além do CD, a programação, o conteúdo impresso do arquivo PowerPoint apresentado no vídeo (para que os participantes pudessem acompanhar), um exemplar da publicação “Mobilidade Urbana e Inclusão Social” do MDT, bloco de notas, caneta e a folha de avaliação.
 
Avaliação. O curso foi avaliado por 25 participantes das empresas Urbi, HP-ITA e NTU. Muitos ressaltaram a importância do crescimento da mobilidade urbana como tema conjuntural. Havia um desconhecimento sobre a abrangência da questão da mobilidade urbana e sobre as leis que embasam mudanças nesse campo. A experiência dos casos de sucesso e as informações técnicas repassadas pelo vídeo também foram consideradas importantes; apesar de algumas avaliações terem considerado que alguns dados estavam defasados, ficou evidenciado que a atividade serviu para nivelar o conhecimento dentro do corpo técnico das empresas.
 
O conteúdo tratado no vídeo foi bastante elogiado. Apontado como de fácil entendimento, o conteúdo foi visto como abrangente demais para a quantidade de horas que tem o curso. O vídeo foi considerado interessante, mas a visualização dos slides ficou prejudicada pelo contraste das cores. Também houve avaliações segundo as quais o tempo reservado as palestras foi longo, deixando pouco espaço para interação e perguntas dos participantes.
 
A dinâmica foi muito bem avaliada, deixando a maioria dos participantes bem impressionados com o resultado. O local do evento e a recepção das pessoas foram elogiados. Ocorreram alguns problemas técnicos na reprodução do vídeo, mas nada que impedisse o êxito do evento. Foi sugerida uma apostila com os slides e maior utilização de imagens, além da presença do palestrante invés do uso de vídeo, claro desentendimento que não era um curso presencial, e sim à distância, apesar de insistentemente explicitado.
 
Temas trabalhados pelo curso. Dos temas trabalhados no curso, a Lei da Mobilidade Urbana foi o mais surpreendente para os participantes, realçando a relevância da questão da mobilidade urbana como um todo e, de modo especial, os aspectos referentes ao financiamento desse serviço, o que tem impacto sobre o valor da tarifa. Outro tema citados como destaque foi a questão acessibilidade.
 
Observações dos organizadores. Tendo observado os pontos citados nas avaliações, os organizadores pretendem na medida do possível promover as seguintes mudanças: 1) Deixar bem claro no convite aos alunos que se trata um curso a distância e não presencial; 2) Entregar a programação com antecedência e explicar de forma mais clara cada etapa do curso; 3) Incluir na pasta as imagens do PowerPoint impressas e com as informações atualizadas para melhor facilitar o acompanhamento do vídeo; 4) Caso se apresente nova oportunidade de refilmar a aula presencial, será conveniente mudar a coloração dos slides, permitindo melhor visualização; 5) Avaliar a possibilidade de incluir uma fala ao vivo sobre a realidade local ou sobre um meio de transporte mais regional, ou mesmo algum tema político de mobilidade relevante – sempre após as apresentações dos DVDs e restrito a 20 minutos.

Informativo MDT

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