segunda-feira, 17 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES: Além de tarifas de ônibus

Os organizadores do Movimento Passe Livre disseram na noite desta segunda-feira que as manifestações abordam as tarifas de ônibus, metrô e trem, mas não se restringiram a este tema.
Em São Paulo, onde a estimativa foi de cerca de 65 mil participantes, o grupo pede ainda a redução de R$ 3,20 para R$ 3,00 e melhoria nos serviço de mobilidade urbana, mas outras reivindicações puderam ser percebidas. Os manifestantes se dividiram em três grupos que seguiram pelos eixos Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, Marginal Pinheiros e Ponte Estaiada, Avenida Paulista e Palácio dos Bandeirantes.
O movimento se negou a informar o trajeto para a Polícia Militar de São Paulo em encontro na manhã desta segunda-feira. A SPTrans – São Paulo Transportes -, gerenciadora do sistema municipal, organizou desvios de linhas de ônibus na região do Largo da Batata, na zona Oeste de São Paulo, ponto de partida das passeatas. Mas à medida que os manifestantes foram se deslocando, a gerenciadora de transportes não pode fazer nada e muitos ônibus ficaram presos no meio das passeatas. Mas até o momento, nenhum veículo de transporte coletivo havia sido danificado. O balanço ainda vai ser divulgado pela SPTrans e empresas de ônibus.
Os responsáveis pelo “Movimento Passe Livre” dizem que boa parte das capitais foi tomada pelos manifestantes não apenas pela insatisfação sobre a falta de transporte público de qualidade e com prioridade, mas também em relação a corrupção, a postura política no País e também ao que consideram erros de prioridades para os gastos do dinheiro público, como os grandes recursos gastos para a preparação de estádios para a Copa do Mundo, em 2014. O fim da violência, reforma política e da previdência também fazem parte das queixas dos grupos de manifestantes. A PEC 37, do Governo Federal, que tenta tirar a liberdade do Ministério Público de investigar, também foi criticada.
Ao menos 11 capitais e diversas cidades de regiões metropolitanas foram tomadas pela insatisfação popular. Entre os municípios estão: São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Vitória, Maceió, Belém, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Indaiatuba (SP), Juiz de Fora (MG), Santos (SP) e Campinas (SP). Integrantes de movimentos do ABC Paulista, como de Santo André e Mauá, foram até São Paulo em apoio aos protestos.
Em boa parte das cidades, a situação foi pacífica, até o fechamento deste texto (22h03), mas em diversas regiões, como no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, houve violência. No Rio de Janeiro, onde se estima o maior público, cerca de 100 mil pessoas, a região da Assembleia Legislativa registrou confrontos e depredações. Houve tumultos em Belo Horizonte e em Porto Alegre, com vandalismo contra ônibus. Em Brasília, a área superior do Congresso Nacional foi tomada pelos manifestantes. Já em São Paulo, a situação ficou tensa quando os manifestantes chegaram ao Palácio do Governo Estado. Uma bomba foi o estopim para que os ânimos se exaltassem. De acordo com os organizadores, tumultos foram criados por minorias.
ESTIMATIVAS DE MANIFESTANTES NAS PRINCIPAIS CIDADES (22h00):
Alagoas
- Maceió (2 mil pessoas)

Bahia
- Salvador (5 mil pessoas)
Ceará
- Fortaleza (1 mil pessoas)
Distrito Federal
- Brasília (5,2 mil pessoas)
Espírito Santo
- Vitória (5 mil pessoas)
São Paulo
- Bauru (Cerca de 600 pessoas)- Guarujá (Cerca de mil pessoas)- São Paulo (65 mil pessoas)- Santos (Cerca de mil pessoas)- Pindamonhangaba (Cerca de 200 pessoas)
Paraná
- Curitiba (Cerca de 10 mil pessoas)- Foz do Iguaçu (Cerca de 2 mil pessoas)- Londrina- Ponta Grossa
Minas Gerais
- Belo Horizonte (Mais de 20 mil pessoas)- Poços de Caldas (Cerca de 500 pessoas)
Pará
- Belém (Mais de 5 mil pessoas)
Rio de Janeiro
- Campos dos Goytacazes (Cerca de 2 mil pessoas)- Rio de Janeiro (100 mil pessoas)- Três Rios (Cerca de 500 pessoas)
Rio Grande do Sul
- Novo Hamburgo (4 mil pessoas)- Porto Alegre (Cerca de 10 mil pessoas)
ALTERNATIVAS PARA VOLTA PARA A CASA EM SÃO PAULO:
Enquanto as principais ruas e avenidas de São Paulo estão paradas por causa das manifestações na Capital Paulista, mais de duzentas linhas de ônibus entre municipais e intermunicipais não conseguem cumprir os itinerários.
É o caso dos serviços que atendem a Avenida Morumbi, Marginal Pinheiros e Avenida Paulista.
Mas há alguns caminhos alternativos que podem ajudar as pessoas a chegarem em casa. As viagens serão maiores, mas sem grandes transtornos.
Na região da Paulista e da Avenida 23 de maio, no extremo do Paraíso, a partir da Bernardino de Campos, Rua Vergueiro e Domingos de Moraes, existem linhas de ônibus para terminais como Sacomã e Parque Dom Pedro II. Destes terminais, partem outras linhas para diversos bairros da Capital Paulista e outros municípios, como da região do ABC Paulista. No extremo da Ra da Consolação, também há linhas de ônibus para a região Central de São Paulo, de onde também pelos terminais Princesa Isabel e Amaral Gurgel seguem ônibus para diversas regiões da cidade de São Paulo.
A linha 9 da CPTM, Osasco – Grajaú, permite conexão com a linha 8 Diamante, que por sua vez dá acesso às linhas de trens que vão para a região central e fazem conexões com trechos do metrô em operação. Há diversos pontos finais de ônibus municipais e intermunicipais nas estações de metrô, de onde o passageiro pode pegar linhas locais. No Terminal do Metrô Jabaquara, há possibilidade de transferência, com pagamento de passagem, para os ônibus e trólebus da Metra, que vão até São Mateus, passando por Santo André, Mauá São Bernardo do Campo e Diadema.
Da estação Brás, por exemplo, seguem ônibus para zona Leste e região de Guarulhos.
São trajetos mais longos, mas opções para quem quer voltar para a casa e se livrar dos pontos de bloqueio.
DILMA CONSIDERA LEGÍTIMAS AS MANIFESTAÇÕES:
A presidente Dilma Rousseff qualificou como "legítimas" as manifestações que reuniram milhares de pessoas em diferentes cidades do país para protestar contra o aumento das tarifas de transporte público e os investimentos feitos pelo governo para organizar grandes eventos esportivos.
"A presidente Dilma Rousseff considera que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia", afirmou a ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas.
Adamo Bazani,

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