segunda-feira, 24 de junho de 2013

Dilma antecipa medidas para tentar conter protestos nas ruas

Em uma sequência de reuniões no fim de semana, o Palácio do Planalto preparou um conjunto de medidas para dar resposta às manifestações de protesto por melhores serviços públicos – sobretudo nas áreas de mobilidade urbana e saúde.
 
 
A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) convocou, ontem, uma reunião prévia em Brasília, entre os prefeitos das capitais e de cidades médias. O encontro deve ocorrer pela manhã. O presidente da Frente, José Fortunati, prefeito de Porto Alegre, adiantou em nota oficial que a FNP vai liderar algumas propostas como a atração de médicos estrangeiros, a aprovação do Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros e a cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina e o álcool para a constituição de um fundo destinado a financiar o transporte público coletivo, reduzindo mais as tarifas.
 
Em pronunciamento à nação na sexta feira – o primeiro desde o início das manifestações de rua, no dia 6 de junho – a presidente da República anunciou a intenção do governo de criar um programa de mobilidade urbana. Tal programa já existe, no âmbito do PAC, com previsão de R$ 60 bilhões em investimentos ao longo de toda a sua execução. São 167 empreendimentos e destes, 63 são para as cidades médias, com previsão de R$ 8 bilhões. Desses, duas obras já foram concluídas: o trecho relativo ao trem de subúrbio de Salvador e a linha oeste do trem metropolitano de Fortaleza.
Dilma disse, também, que pretende contribuir para a construção de “uma ampla e profunda reforma política”, com ampliação da participação popular. “Precisamos oxigenar o nosso velho sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis à influência da sociedade. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvida em primeiro lugar”, falou.
 
Em resposta aos protestos, que pedem o fim da corrupção, a presidente admitiu que o país precisa “muito, mas muito mesmo” de formas mais eficazes de combate à corrupção.
 
Nos 10 minutos em que falou em cadeia de rádio e TV, a presidente assegurou que vai ouvir as ruas e foi firme quando disse que não vai transigir com a violência. Sobre mudanças na sua administração, nada disse. Mas há, tanto no governo quanto no PT, a demanda para que ela faça modificações mais amplas do que pretendia fazer em abril de 2014, quando vários ministros se desincompatilizarão para concorrer às eleições.
 
O Valor

Nenhum comentário:

Postar um comentário