O Brasil apresentou um resultado sofrível quanto ao
combate a violência no trânsito devido a inúmeros fatores. Mas destaco aqui os
principais. A fuga de recursos alocados legalmente – estimado de 2011 a 20120
em cerca de R$ 60 bilhões em multas e taxas dos órgãos de trânsito e aplicados
em outras finalidades. A ação do judiciário é complacente com os delinqüentes
do trânsito. Os veículos sem freio ABS, carroceria preparada para menor impacto
com pedestre e principalmente sem bloqueador nos limites da velocidade máxima
exigidas no país.
A fiscalização também é falha. São poucos os
controles eletrônicos de velocidade frente a quantidade de rodovias e vias de
alta velocidade; utilização de velocidades altas no meio urbano com exceção
recente de São Paulo. Péssima formação de condutores de motos, sem uso de
simulador. Esse conjunto de proposições e outras estão contidas na proposta de
Plano Nacional de Redução de Acidentes para a Década 2011 - 2020, elaborado
pelo Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito.
Esse Plano apresenta objetivos, ações com metas,
tudo organizado segundo seis pilares estratégicos: gestão, fiscalização,
educação, saúde, segurança viária e segurança veicular. Caso o governo
brasileiro tivesse assumido esse plano, o quadro de mortos e sequelados no
Brasil seria outro, favorável à Paz no Transito.
* Nazareno Stanislau Affonso é urbanista,
coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de
Qualidade e membro do Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e
Paz no Trânsito.
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