segunda-feira, 13 de maio de 2013

Artigo, Caminhar Seguro



Na edição deste ano da  2ª Semana Mundial de Segurança no Trânsito, ampliam-se as discussões sobre o espaço e sobre o pedestres, onde o foco maior é a segurança dos pedestres. Sob a bandeira "Make Walking Safe" (Torne o Caminhar Seguro), o evento é realizado em 70 países, com o objetivo de chamar a atenção para a segurança dos pedestres, gerar ações e medidas para protegê-los e assim contribuir para a meta da Década de Ação pela Segurança no Trânsito: salvar cinco milhões de vidas até 2020.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, (OMS), mais de 270 mil pedestres perdem a vida por ano no mundo, isso representa 22% do total de 1,24 milhão de mortes no trânsito.

Devemos ter sempre em mente que somos todos pedestres e que os governos devem por em prática medidas para nos proteger. Além de salvar vidas, é preciso criar condições que incentivem as pessoas a caminharem mais, melhorando a saúde e protegendo o meio ambiente.

Calçadas para todos

A lei que anistia multas e dá maior prazo para que donos de imóveis consertam as suas calçadas irregulares foi sancionada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A regulamentação foi publicada No Diário Oficial da cidade, no sábado (4).

Segundo o texto, quem for notificado terá 60 dias para regularizar a calçada. A lei prevê também a anistia para quem foi multado desde setembro de 2011. ESSA medida pode beneficiar mais de 15 mil imóveis. O dono do imóvel terá a multa cancelada e 60 dias para efetuar o conserto. O projeto já  havia sido aprovado no início de abril na Câmara Municipal de São Paulo.

Caso os problemas apontados pelas subprefeituras não sejam sanados, a multa será de R$ 300 por metro linear e a penalidade será renovada a cada 60 dias. A Prefeitura de São Paulo poderá, a seu critério, executar as obras na calçada irregular cobrando do proprietário pelos serviços realizados.

Além do incremento das calçadas, limitar a velocidade do tráfego, garantir travessias seguras e instalar redutores de velocidade também fazem parte das medidas que algumas cidades estão utilizando para  tornar as cidades mais amigáveis.

A velocidade

 Um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o corpo humano tem alguma resistência a choques contra veículos que andam a até 30 km/h. Depois, a chance de morte aumenta progressivamente CHEGANDO até quase 100% a partir dos 60 km/h. Isto é, a segurança do pedestre depende diretamente do limite de velocidade IMPOSTO AOS VEÍCULOS.

Portanto, a saída para reduzir o número de mortos e feridos no trânsito das grandes cidades está na redução drástica da velocidade permitida nas áreas residenciais. Reduzir 10 km/h no limite da velocidade permitida, já fará uma  grande diferença para o pedestre. Quem crítica a redução do limite argumentando que isso só aumentaria os congestionamentos, não sabe que a velocidade média nas cidades fica em torno de 20 km/h. Quer dizer, se acelera para chegar mais rápido ao congestionamento. Na Europa esta tendência está se mostrando como uma boa medida é chamada de  traffic calming (moderação do tráfego).

Acidentes

Nos próximos quatro anos, o trânsito no Brasil vai deixar 150 mil mortos e 500 mil feridos graves, segundo indica projeção do movimento Chega de Acidentes, que tem como um de seus objetivos sensibilizar a população sobre a redução dos acidentes.  ATÉ 2014, Os acidentes devem gerar ao país UM custo de R$ 140 bilhões em resgates, tratamentos e as perdas de produção das vítimas. Se nada for feito, os números podem ser ainda piores.

Esses números podem ser revertidos, se o poder público investir nos eixos de ação apontados pela ONU (Organização das Nações Unidas) quais sejam: a melhoria dos veículos e das vias; a educação para o trânsito; o atendimento às vítimas e o fortalecimento institucional (legislação, fiscalização, troca de informações entre os entes públicos).


Cristina Baddini Lucas
Coluna "De Olho no Trânsito"
Diário do Grande ABC

Nenhum comentário:

Postar um comentário