sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Consenge em Rondônia trouxe debate sobre mobilidade urbana sustentável

A professora Ermínia Maricato foi uma das
palestrantes no  9º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros

Um processo histórico de falta de planejamento
urbano e de desigualdade social
pauta a organização das cidades. Enquanto
isso, o direito à cidade é cada
vez mais bombardeado pelos interesses
do capital. Diante de um quadro tão desigual,
é possível construir e promover
cidades sustentáveis?
Não basta construir prédios e casas populares,
se não há estrutura ambiental
adequada; não bastam as rodovias e as
pontes, se não se repensar a matriz de
transporte. E é nesse ponto que a engenharia
é estratégica: pensando, planejando
e construindo cidades mais democráticas,
questão discuida no 9º
Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros
(Consenge). O congresso aconteceu
entre os dias 7 e 10 de setembro,
em Porto Velho, Rondônia, e debateu em
uma das palestras o tema Cidades Sustentáveis,
que foi ministrada pela arquiteta
e professora titular da Universidade
de São Paulo (USP), Ermínia
Maricato.
“A cidade é um grande negócio, território
essencialmente em disputa, que é
expressão da sociedade ”, disse
Ermínia, que também  coordenou
a elaboração da tese discutida entre
os profissionais.
O modelo de mobilidade baseado na matriz rodoviarista,
especialmente no automóvel,
por exemplo, e o relativo desprezo pelo
transporte coletivo são, talvez, os de maior
impacto”, apontou Ermínia Maricato.
Dados da Associação Nacional de Transportes
Públicos (ANTP) apontam que,
quando comparados ao transporte coletivo,
os automóveis são responsáveis por
83% dos acidentes e 76% da poluição. O
custo das horas de trabalhadores parados
em trânsito congestionado pode atingir
10% do Produto Interno Bruto de uma metrópole,
segundo pesquisa desenvolvida
em 2008 pela Fundação Getúlio Vargas
para São Paulo. “O automóvel é o fator urbano
de maior impacto no aquecimento
global, idem na qualidade do ar nas cidades,
induz à ocupação espraiada do solo,
é um dos maiores responsáveis pela impermebilização
do solo – causa principal
de enchentes–, atua como oposição ao
transporte coletivo de massa, ao pedestre
e à mobilidade baseada em veículos não
motori zados, além de ser uma das maiores
causas de morte ou incapacitação
para o trabalho devido ao número de acidentes”,
explanou Ermínia no congresso.
Precisamos romper a ditadura do automóvel,
finaliza Ermínia!

Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT

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