Na edição deste ano da 2ª Semana Mundial de Segurança no Trânsito,
ampliam-se as discussões sobre o espaço e sobre o pedestres, onde o foco maior é
a segurança dos pedestres. Sob a bandeira "Make Walking Safe" (Torne
o Caminhar Seguro), o evento é realizado em 70 países, com o objetivo de chamar
a atenção para a segurança dos pedestres, gerar ações e medidas para
protegê-los e assim contribuir para a meta da Década de Ação pela Segurança no
Trânsito: salvar cinco milhões de vidas até 2020.
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde, (OMS), mais de 270 mil pedestres perdem a vida por ano no
mundo, isso representa 22% do total de 1,24 milhão de mortes no trânsito.
Devemos ter sempre em mente que
somos todos pedestres e que os governos devem por em prática medidas para nos
proteger. Além de salvar vidas, é preciso criar condições que incentivem as
pessoas a caminharem mais, melhorando a saúde e protegendo o meio ambiente.
Calçadas para todos
A lei que anistia multas e dá
maior prazo para que donos de imóveis consertam as suas calçadas irregulares
foi sancionada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A regulamentação
foi publicada No Diário Oficial da cidade, no sábado (4).
Segundo o texto, quem for
notificado terá 60 dias para regularizar a calçada. A lei prevê também a
anistia para quem foi multado desde setembro de 2011. ESSA medida pode
beneficiar mais de 15 mil imóveis. O dono do imóvel terá a multa cancelada e 60
dias para efetuar o conserto. O projeto já havia sido aprovado no início de abril na
Câmara Municipal de São Paulo.
Caso os problemas apontados pelas subprefeituras não sejam sanados, a multa será de R$ 300 por metro linear e a penalidade será renovada a cada 60 dias. A Prefeitura de São Paulo poderá, a
seu critério, executar as obras na calçada irregular cobrando do proprietário
pelos serviços realizados.
Além do incremento das calçadas,
limitar a velocidade do tráfego, garantir travessias seguras e instalar
redutores de velocidade também fazem parte das medidas que algumas cidades
estão utilizando para tornar as cidades
mais amigáveis.
A velocidade
Um estudo da Organização Mundial de
Saúde (OMS) aponta que o corpo humano tem alguma resistência a choques
contra veículos que andam a até 30 km/h. Depois, a chance de morte aumenta
progressivamente CHEGANDO até quase 100% a partir dos 60 km/h. Isto é, a
segurança do pedestre depende diretamente do limite de velocidade IMPOSTO AOS
VEÍCULOS.
Portanto, a saída para reduzir o
número de mortos e feridos no trânsito das grandes cidades está na redução
drástica da velocidade permitida nas áreas residenciais. Reduzir 10 km/h no limite da velocidade permitida, já fará uma grande diferença para o pedestre. Quem
crítica a redução do limite argumentando que isso só aumentaria os congestionamentos,
não sabe que a velocidade média nas cidades fica em torno de 20 km/h. Quer
dizer, se acelera para chegar mais rápido ao congestionamento. Na Europa esta tendência
está se mostrando como uma boa medida é chamada de traffic calming (moderação
do tráfego).
Acidentes
Nos próximos quatro anos, o
trânsito no Brasil vai deixar 150 mil mortos e 500 mil feridos graves, segundo
indica projeção do movimento Chega de
Acidentes, que tem como um de seus objetivos sensibilizar a população sobre
a redução dos acidentes. ATÉ 2014, Os
acidentes devem gerar ao país UM custo de R$ 140 bilhões em resgates,
tratamentos e as perdas de produção das vítimas. Se nada for feito, os números
podem ser ainda piores.
Esses números podem ser
revertidos, se o poder público investir nos eixos de ação apontados pela ONU
(Organização das Nações Unidas) quais sejam: a melhoria dos veículos e das
vias; a educação para o trânsito; o atendimento às vítimas e o fortalecimento
institucional (legislação, fiscalização, troca de informações entre os entes
públicos).
Cristina Baddini Lucas
Coluna "De Olho no Trânsito"
Diário do Grande ABC
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