sexta-feira, 7 de junho de 2013

Mais reduções de passagens de ônibus por conta da desoneração dos tributos

Depois de as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá e Ribeirão Pires, no ABC Paulista, anunciarem redução nas passagens de ônibus de R$ 3,30 para R$ 3,20, vigorando a partir do dia 15 de junho, outros municípios também determinaram redução nas tarifas.
As ações têm sido possíveis depois de o Governo Federal, com medo de perder ainda mais o controle da inflação, ter determinado pela medida provisória 637/2013, a isenção do PIS/Cofins sobre as receitas das empresas de transportes. A desoneração visou diminuir o impacto nos índices inflacionários dos aumentos nas tarifas metropolitanas de São Paulo e municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, mas se estendeu para todos os municípios brasileiros.
Em Guarulhos, na região Metropolitana de São Paulo, a partir de 17 de junho, a passagem de ônibus cai de R$ 3,30 para R$ 3,20.
O objetivo é igualar os valores aos praticados pelos ônibus municipais de São Paulo, metrô de São Paulo e trens da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. No entanto, tanto nas cinco cidades do ABC contempladas pela redução como em Guarulhos, as linhas são bem menores que na Capital e as integrações são bem mais restritas. Em São Paulo, pelo Bilhete Único, é possível usar quatro ônibus em três horas pagando uma tarifa e ter desconto na integração com trens da CPTM e do Metrô.
Os subsídios em São Paulo, porém, em 2013, vão chegar a R$ 1,25 bilhão.
Em Guarulhos, o poder público prometeu coibir a dupla função, pela qual o motorista de ônibus dirige e cobra ao mesmo tempo. O risco de acidentes é grande, já que ele precisa dividir a atenção entre manipular dinheiro e resolver problemas constantes na catraca eletrônica e cuidar do trânsito. Além disso, ele assume dois empregos, recebendo apenas um salário ou no máximo, uma pequena gratificação.
A partir do dia 15 de junho, também por causa da redução do PIS/Cofins, os passageiros de ônibus que pagam hoje R$ 3,30 vão desembolsar R$ 3,20 para usarem os transportes municipais em São José dos Campos, no Interior de São Paulo.
São José dos Campos deve antecipar a integração total do transporte público. Por mês, são transportados 6,4 milhões de passageiros em 385 ônibus que prestam serviços em 102 linhas operadas pelas empresas Saeñs Peña, Expresso Maringá e Júlio Simões.
Também por causa da desoneração do PIS/Cofins, as passagens de ônibus em Vitória, no Espírito Santo, vão ser reduzidas em R$ 0,05 a partir deste domingo, dia 09 de junho. Assim, as tarifas municipais comuns passam de R$ 2,45 para R$ 2,40. Os ônibus seletivos passam a ter tarifas de R$ 2,55.
O sistema Trancol, que atende a Grande Vitória, vai passar de R$ 2,55 para R$ 2,50, de segunda a sábado, e a tarifa especial de domingo passa de R$ 2,25 para R$ 2,20.
Em Jundiaí, no Interior de São Paulo, a passagem que é de R$ 3,00 não deve ser reajustada.
A proposta inicial era ter uma tarifa técnica de R$ 3,32, incluindo a defasagem de R$ 0,16 pelo congelamento das passagens. Com a desoneração, as tarifas iriam para R$ 3,20. Mas a prefeitura decidiu bancar com subsídios a diferença de R$ 0,20, o que custará R$ 600 mil por mês. A matéria ainda precisa passar pela Câmara Municipal, mas a prefeitura diz que o dinheiro não sairia de investimentos e sim de abatimentos das dívidas das empresas de ônibus.
MANIFESTAÇÃO EM SÃO PAULO:
Mesmo com aumento menor que os índices inflacionários e já levando em consideração a desoneração do PIS/Cofins, as tarifas de ônibus, trens e metrô de São Paulo, que desde domingo foram de R$ 3,00 para R$ 3,20, não agradaram parte dos passageiros.
Motivados por movimentos estudantis e partidos políticos de oposição, manifestantes fecharam ruas da Capital Paulista agora há pouco, inclusive a Avenida Nove de Julho e parte da Avenida Paulista contra os reajustes.
Os manifestantes, cerca de 500 de acordo com a PM, incendiaram móveis e pneus e quebraram fachadas de lojas, orelhões e lixeiras.
A Praça Ramos de Azevedo e a Avenida 23 de maio também foram atingidas pelos manifestantes.
Houve confronto e a Tropa de Choque usou bombas de efeito moral.
Adamo Bazani,