Em 2050, teremos 7 bilhões de pessoas vivendo em cidades,
9,3 bilhões ao todo no mundo. Em 2050, provavelmente
Rio e São Paulo serão uma só? Se você
olhar o crescimento das duas cidades, verá que estão se aproximando. Teremos
infraestrutura urbana contínua entre ambas. Será uma única megalópole? Nesse
momento, teremos seis ou sete espaços no mundo com 50 milhões de pessoas.
Considerando que a expectativa de vida das pessoas vai em
direção aos cem anos, até mesmo no Brasil, quer dizer que, em 2050, 2 bilhões
de pessoas vivendo em cidades terão mais de 60 anos. Se olharmos nossas ruas,
veremos que não pensamos a cidade para pessoas mais velhas. Pensamos nos
jovens? Também não. A cidade foi desenhada para pessoas que trabalham, para a
idade de trabalho, entre 22, 25 anos até os 65 anos. Questões como envelhecer e
ter saúde serão mais críticas. Este é o pensamento de Mark Wigley, um dos
principais pensadores do futuro das cidades e segundo ele, vamos ter que criar
uma solução para a vida saudável nas megalópoles.
Os mais de 1 bilhão de carros no mundo já são hoje
responsáveis por grandes congestionamentos e problemas. Hoje o tráfego de
automóveis em Londres, por exemplo, é mais lento que o das carruagens há cem
anos. Caso não haja mudanças, o problema será ainda maior. A expectativa é de
que em 2050 cerca de 4 bilhões de carros estejam rodando e entupindo estradas e
ruas de cidades em todo o planeta. Só o transporte coletivo público integrado
poderá equacionar a mobilidade urbana futura. O transporte coletivo pode
transformar as cidades! A frase não vem de nenhum entusiasta ou operador de
transporte público, mas é uma constatação de especialistas do Banco Mundial que
realizaram diversos estudos em vários locais do planeta.
Zona 30
A alemã Heike Aghte juntou-se à organização ativista FUSS
e.V. que é a favor de uma mobilidade sustentável para lançar uma
iniciativa de Cidadania Europeia que visa a implementação de limites de
velocidade de 30 km/h nas zonas urbanas ou residenciais dos países da União
Europeia. O objetivo é recolher
assinaturas até ao final de 2013 para levar o assunto à Comissão Europeia.
Os impulsionadores da
iniciativa argumentam que o controle da velocidade é um meio eficaz para
melhorar não só a segurança rodoviária, mas também a qualidade do ar,
permitindo diminuir o ruído e as emissões de gases com efeito de estufa e que a
melhoria no fluxo do trânsito torna ainda as deslocações a pé e em
bicicleta mais seguras e agradáveis.
Os limites de velocidade de 30km/h salvam vidas. Desde de
que foi criada a primeira zona 30 como projeto-piloto na pequena cidade alemã
de Buxtehude em 1983, que numerosas zonas 30 provaram o seu valor por toda a
Europa. Onde quer que tenham sido instaladas, o número e a seriedade dos
acidentes foi reduzida consideravelmente, explica o mesmo site.
Para obter mais informações e apoiar a iniciativa, consulte
o site http://pt.30kmh.eu
Medellin
Medellín, na Colômbia, foi eleita pelo público como a
cidade mais inovadora do mundo num concurso realizado pela ONG americana Urban
Land Institute. A cidade surge no ranking à frente de Tel Aviv e Nova
Iorque, graças à sua aposta na mobilidade sustentável.
Medellín destacou-se especialmente por ter investido em
infraestruturas que visam a melhoria da mobilidade dos habitantes das
regiões mais pobres. A cidade conta atualmente com um eficiente sistema de
metro e teleféricos, que permitem aos habitantes deslocarem-se com facilidade
da periferia até ao centro da cidade.
Uma das infratesturas que pesou na distinção da cidade
foi uma escada rolante gigante e um sistema de teleférico que permite aos
habitantes com rendimentos mais reduzidos – e que vivem nas periferias
- usufruirem de um desconto nos bilhetes e chegarem rapidamente ao centro.