segunda-feira, 17 de junho de 2013

Gerson Bittencourt dá entrevista sobre manifestações em todo país


Nesta segunda pela manha e no inicio da tarde dei entrevistas para Rádios Bandeirantes e CBN sobre as manifestações em todo país. Ainda nao tinham se iniciado as grandes mobilizações do final da tarde e da noite. Fiz as seguintes ponderações: (1) as mobilizações são legitimas e oportunas. Legitimas, pois vivemos em um estado democrático e todos tem o direito de protestar, organizados ou nao em movimentos sociais ou partidos políticos. Oportunas, pois os valores das tarifas com o transporte público sao altos e a qualidade deixa a desejar. Oportunas ainda, pois pela primeira vez temos elevados investimentos federais em transporte publico em todo país, através do PAC da mobilidade urbana (as obras estão em andamento ou os projetos em elaboração pelas prefeituras e governos estaduais), combinados com a desoneração do custo do transporte em cerca de 7% (mudança no INSS e isenção do PIS e COFIS) feitas pelo governo federal, que produziram um ineditismo (as tarifas baixaram pela primeira vez). Isto tudo proporcionou uma sensação que era (e é) possível reduzir ainda mais, então vamos a luta. (2) houve indiscutivelmente um exagero e despreparo da PM de Sao Paulo na manifestação da ultima quinta feira (e as manifestações desta segunda confirmaram esta questão - não houve depredação ou pancadarias). Portanto, não podemos generalizar que todos os grupos e tribos querem esse tipo de ação ou sao jovens sem causa, muito pelo contrário, os vandalos são uma minoria e a causa é clara e perceptível para todos - preço das tarifas e qualidade do transporte). Muito menos criminalizar esse movimento (as mobilizações de ontem mostraram pessoas de todas idades e condições sociais e econômicas) num grande e pacífico movimento. (3) não fiquemos só na discussão sociológica das manifestações (ela também é importante), mas precisamos aproveitar a oportunidade e avançar na pauta sugerida pelo movimento (custo e qualidade). Temos ainda a possibilidade de desonerar mais uns cerca de 20%, basta que todos (executivo, legislativo e sociedade nas trêsNesta segunda pela manha e no inicio da tarde dei entrevistas para Rádios Bandeirantes e CBN sobre as manifestações em todo país, ainda nao tinha iniciado as grandes mobilizações do final da tarde e da noite. Fiz as seguintes ponderações: (1) as mobilizações são legitimas e oportunas. Legitimas, pois vivemos em um estado democrático e todos tem o direito de protestar, organizados ou nao em movimentos sociais ou partidos políticos. Oportunas, pois os valores das tarifas com o transporte público sao altos e a qualidade deixa a desejar. Oportunas ainda, pois pela primeira vez temos elevados investimentos federais em transporte publico em todo país, através do PAC da mobilidade urbana (as obras estão em andamento ou os projetos em elaboração pelas prefeituras e governos estaduais), combinados com a desoneração do custo do transporte em cerca de 7% (mudança no INSS e isenção do PIS e COFIS) feitas pelo governo federal, que produziram um ineditismo (as tarifas baixaram pela primeira vez). Isto tudo proporcionou uma sensação que era (e é) possível reduzir ainda mais, então vamos a luta. (2) houve indiscutivelmente um exagero e despreparo da PM de Sao Paulo na manifestação da ultima quinta feira (e as manifestações desta segunda confirmaram esta questão - não houve depredação ou pancadarias). Portanto, não podemos generalizar que todos os grupos e tribos querem esse tipo de ação ou sao jovens sem causa, muito pelo contrário, os vandalos são uma minoria e a causa é clara e perceptível para todos - preço das tarifas e qualidade do transporte). Muito menos criminalizar esse movimento (as mobilizações de ontem mostraram pessoas de todas idades e condições sociais e econômicas) num grande e pacífico movimento. (3) não fiquemos só na discussão sociológica das manifestações (ela também é importante), mas precisamos aproveitar a oportunidade e avançar na pauta sugerida pelo movimento (custo e qualidade). Temos ainda a possibilidade de desonerar mais cerca de 20%, basta que todos (executivo, legislativo e sociedade nas três esferas da federação) participem com esta disposição. Podemos ainda aumentar os subsídios para baixar ainda mais as tarifas. Hoje a tarde apresentarei na Alesp algumas alternativas.

Tatto defende Cide para ônibus e que estudantes com mais recursos paguem passagem inteira

Pesquisas internacionais de diversos órgãos revelam que as pessoas que se deslocam de carro pelas cidades, individualmente, ocupam ao menos 10 metros quadrados do espaço urbano e poluem cerca de 17 vezes mais do que as pessoas que se deslocam de transporte coletivo.
A conta é simples. Um carro em média leva uma ou duas pessoas. Um ônibus convencional, sem grande aperto, pode transportar 80 pessoas. Assim, pode substituir entre 40 e 80 carros de passeio.
No entanto, a maior parte dos investimentos nas cidades é feita de maneira pouco inteligente ainda privilegiando o transporte individual. Entre os problemas que fazem com que as pessoas não deixem o carro em casa, estão ônibus que ficam presos no trânsito, sem terem uma rede de corredores e espaços exclusivos, sistemas mal planejados e que não priorizam os deslocamentos em massa que deixam as tarifas altas, e uma carga tributária sobre as passagens praticamente igual à de roupas e bolsas de grife.
A grande parte das passagens, integrações e gratuidades é bancada exclusivamente pelos passageiros pagantes.
Como o usuário de ônibus aproveita melhor o espaço urbano (ocupa 1,5 metro quadrado) e polui menos o meio ambiente, não seria justo ele continuar arcando sozinho com a mobilidade urbana.
Assim, cresce a movimentação de gestores públicos e especialistas em transportes para quem anda de carro ajude um pouco mais nos sistemas de deslocamento em massa.
E para isso, não é necessário criar mais um imposto.
Basta usar melhor os que já são cobrados, como a Cide – Contribuição sobre Intervenção do Domínio Econômico.
O chamado imposto da gasolina deveria ser destinado à conservação de estradas.
Mas como boa parte da frota de carros particulares roda pelas áreas urbanas, as propostas são de uso de pelo menos uma fatia da Cide para investimento em transportes coletivos, como para aumento de subsídios para redução nas tarifas ou verbas para a abertura de corredores e faixas para ônibus. Afinal, de acordo com os estudos de urbanismo e mobilidade, o dono do carro usa mais área na cidade.
A proposta voltou a ser defendida hoje.
O Secretário Municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, durante a inauguração de faixas para ônibus nos horários de pico entre as pontes Aricanduva e das Bandeiras, na Marginal Tietê, seguiu o discurso do seu superior, prefeito Fernando Haddad, e disse que o usuário do carro deveria ajudar a financiar os transportes públicos.
"Acho que quem devia pagar e financiar o transporte público é o usuário do transporte individual. É uma tese", disse Tatto enquanto vistoriava o primeiro dia das faixas exclusivas para ônibus na Marginal do Tietê. "A Prefeitura tem condição de arcar sozinha com os custos do transporte? Parece-me que não, até porque neste ano ela já vai gastar R$ 1,25 bilhão em subsídios." – disse em entrevista coletiva.
Tatto ainda disse que a cada dez centavos que possam sair da gasolina, é possível reduzir trinta centavos de uma tarifa como a de São Paulo
"Tem um estudo que a cada dez centavos que você cobra da gasolina equivale a 30 centavos da passagem de ônibus. E do ponto de vista inflacionário incide mais sobre inflação o aumento da passagem de ônibus que o aumento da gasolina. Só é preciso transformar o foco da Cide. Em vez do superávit primário, deveria servir para o transporte público." – complementou ao defender a criação de uma lei federal para que fossem destinados recursos da Cide para as cidades.
Tatto reconheceu na coletiva que o espaço na cidade de São Paulo não é democrático.
"O usuário do carro usa um espaço além do espaço dele, usa muito mais espaço no viário.".
SECRETÁRIO DEFENDE QUE ESTUDANTE COM DINHEIRO PAGUE PASSEM INTEIRA:
Sobre gratuidades e benefícios tarifários, Tatto deu uma declaração polêmica.
Ele disse que não é justo que estudantes com condições financeiras paguem meia tarifa. Essa meia gratuidade, segundo ele, é bancada por passageiros comuns que muitas vezes têm renda menor que diversos estudantes
"Não me parece ser correto, embora seja uma conquista de todos, mas aqueles que têm dinheiro, que têm condição de pagar a passagem, passagem de graça penaliza ou o trabalhador que está dentro do ônibus ou penaliza toda a cidade. Então, me parece que quem tem condições de pagar a tarifa, deveria pagar", afirmou Tatto.
Adamo Bazani

MANIFESTAÇÕES: Além de tarifas de ônibus

Os organizadores do Movimento Passe Livre disseram na noite desta segunda-feira que as manifestações abordam as tarifas de ônibus, metrô e trem, mas não se restringiram a este tema.
Em São Paulo, onde a estimativa foi de cerca de 65 mil participantes, o grupo pede ainda a redução de R$ 3,20 para R$ 3,00 e melhoria nos serviço de mobilidade urbana, mas outras reivindicações puderam ser percebidas. Os manifestantes se dividiram em três grupos que seguiram pelos eixos Avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, Marginal Pinheiros e Ponte Estaiada, Avenida Paulista e Palácio dos Bandeirantes.
O movimento se negou a informar o trajeto para a Polícia Militar de São Paulo em encontro na manhã desta segunda-feira. A SPTrans – São Paulo Transportes -, gerenciadora do sistema municipal, organizou desvios de linhas de ônibus na região do Largo da Batata, na zona Oeste de São Paulo, ponto de partida das passeatas. Mas à medida que os manifestantes foram se deslocando, a gerenciadora de transportes não pode fazer nada e muitos ônibus ficaram presos no meio das passeatas. Mas até o momento, nenhum veículo de transporte coletivo havia sido danificado. O balanço ainda vai ser divulgado pela SPTrans e empresas de ônibus.
Os responsáveis pelo “Movimento Passe Livre” dizem que boa parte das capitais foi tomada pelos manifestantes não apenas pela insatisfação sobre a falta de transporte público de qualidade e com prioridade, mas também em relação a corrupção, a postura política no País e também ao que consideram erros de prioridades para os gastos do dinheiro público, como os grandes recursos gastos para a preparação de estádios para a Copa do Mundo, em 2014. O fim da violência, reforma política e da previdência também fazem parte das queixas dos grupos de manifestantes. A PEC 37, do Governo Federal, que tenta tirar a liberdade do Ministério Público de investigar, também foi criticada.
Ao menos 11 capitais e diversas cidades de regiões metropolitanas foram tomadas pela insatisfação popular. Entre os municípios estão: São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Vitória, Maceió, Belém, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Indaiatuba (SP), Juiz de Fora (MG), Santos (SP) e Campinas (SP). Integrantes de movimentos do ABC Paulista, como de Santo André e Mauá, foram até São Paulo em apoio aos protestos.
Em boa parte das cidades, a situação foi pacífica, até o fechamento deste texto (22h03), mas em diversas regiões, como no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, houve violência. No Rio de Janeiro, onde se estima o maior público, cerca de 100 mil pessoas, a região da Assembleia Legislativa registrou confrontos e depredações. Houve tumultos em Belo Horizonte e em Porto Alegre, com vandalismo contra ônibus. Em Brasília, a área superior do Congresso Nacional foi tomada pelos manifestantes. Já em São Paulo, a situação ficou tensa quando os manifestantes chegaram ao Palácio do Governo Estado. Uma bomba foi o estopim para que os ânimos se exaltassem. De acordo com os organizadores, tumultos foram criados por minorias.
ESTIMATIVAS DE MANIFESTANTES NAS PRINCIPAIS CIDADES (22h00):
Alagoas
- Maceió (2 mil pessoas)

Bahia
- Salvador (5 mil pessoas)
Ceará
- Fortaleza (1 mil pessoas)
Distrito Federal
- Brasília (5,2 mil pessoas)
Espírito Santo
- Vitória (5 mil pessoas)
São Paulo
- Bauru (Cerca de 600 pessoas)- Guarujá (Cerca de mil pessoas)- São Paulo (65 mil pessoas)- Santos (Cerca de mil pessoas)- Pindamonhangaba (Cerca de 200 pessoas)
Paraná
- Curitiba (Cerca de 10 mil pessoas)- Foz do Iguaçu (Cerca de 2 mil pessoas)- Londrina- Ponta Grossa
Minas Gerais
- Belo Horizonte (Mais de 20 mil pessoas)- Poços de Caldas (Cerca de 500 pessoas)
Pará
- Belém (Mais de 5 mil pessoas)
Rio de Janeiro
- Campos dos Goytacazes (Cerca de 2 mil pessoas)- Rio de Janeiro (100 mil pessoas)- Três Rios (Cerca de 500 pessoas)
Rio Grande do Sul
- Novo Hamburgo (4 mil pessoas)- Porto Alegre (Cerca de 10 mil pessoas)
ALTERNATIVAS PARA VOLTA PARA A CASA EM SÃO PAULO:
Enquanto as principais ruas e avenidas de São Paulo estão paradas por causa das manifestações na Capital Paulista, mais de duzentas linhas de ônibus entre municipais e intermunicipais não conseguem cumprir os itinerários.
É o caso dos serviços que atendem a Avenida Morumbi, Marginal Pinheiros e Avenida Paulista.
Mas há alguns caminhos alternativos que podem ajudar as pessoas a chegarem em casa. As viagens serão maiores, mas sem grandes transtornos.
Na região da Paulista e da Avenida 23 de maio, no extremo do Paraíso, a partir da Bernardino de Campos, Rua Vergueiro e Domingos de Moraes, existem linhas de ônibus para terminais como Sacomã e Parque Dom Pedro II. Destes terminais, partem outras linhas para diversos bairros da Capital Paulista e outros municípios, como da região do ABC Paulista. No extremo da Ra da Consolação, também há linhas de ônibus para a região Central de São Paulo, de onde também pelos terminais Princesa Isabel e Amaral Gurgel seguem ônibus para diversas regiões da cidade de São Paulo.
A linha 9 da CPTM, Osasco – Grajaú, permite conexão com a linha 8 Diamante, que por sua vez dá acesso às linhas de trens que vão para a região central e fazem conexões com trechos do metrô em operação. Há diversos pontos finais de ônibus municipais e intermunicipais nas estações de metrô, de onde o passageiro pode pegar linhas locais. No Terminal do Metrô Jabaquara, há possibilidade de transferência, com pagamento de passagem, para os ônibus e trólebus da Metra, que vão até São Mateus, passando por Santo André, Mauá São Bernardo do Campo e Diadema.
Da estação Brás, por exemplo, seguem ônibus para zona Leste e região de Guarulhos.
São trajetos mais longos, mas opções para quem quer voltar para a casa e se livrar dos pontos de bloqueio.
DILMA CONSIDERA LEGÍTIMAS AS MANIFESTAÇÕES:
A presidente Dilma Rousseff qualificou como "legítimas" as manifestações que reuniram milhares de pessoas em diferentes cidades do país para protestar contra o aumento das tarifas de transporte público e os investimentos feitos pelo governo para organizar grandes eventos esportivos.
"A presidente Dilma Rousseff considera que as manifestações pacíficas são legítimas e próprias da democracia", afirmou a ministra da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas.
Adamo Bazani,