segunda-feira, 9 de março de 2015

NAZARENO COORDENADOR DO MDT FALA SOBRE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA MOBILIDADE URBANA

NAZARENO COORDENADOR DO MDT FALA SOBRE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA MOBILIDADE URBANA, é longa a entrevista mas fala sobre a experiencia do Conselho das Cidades Ministério Das Cidades
https://vimeo.com/user28129059/review/114608394/9c917b1cb1

EDITORIAL Mobilidade e Conjuntura da ANTP

Newsletter Mobilidade e Conjuntura Nº 87

 EDITORIAL

Fora de ordem


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"Muitas cidades em desenvolvimento, ao redor do mundo, vêm se tornando dependentes da mobilidade por carro e isso precisa mudar. Não estou demonizando o carro, mas há vários problemas nesse modelo, como a poluição do ar, o aumento das doenças respiratórias, a dependência de combustíveis fósseis, a exclusão social e o aumento dos congestionamentos, que criam uma erosão econômica e afetam a qualidade de vida" - Robert Cervero



  1. Um novo modelo de cidade... Diante do caos que o uso desenfreado do automóvel produziu nas grandes cidades, parece claro que não há outra saída. As gestões públicas precisam focar no pedestre, no ciclista, na conexão eficiente entre diferentes modais, no uso compacto da terra. Até aí, não há discordância. Mas ao invés de construir um novo modelo, o desafio está em transformar o modelo que temos.

  2. Promover uma mudança radical na filosofia urbana, ao lado de garantir pesados investimentos na direção certa, esta a receita do bolo. O que é mais difícil?

  3. Este dilema tem-se mostrado penosamente destrutivo ao longo dos anos. A canalização errada de verbas públicas para promoção do uso intensivo do carro à revelia do transporte coletivo tem dado as mãos a uma crescente falta de gerenciamento por parte do setor público. E reforçado fortemente a dita "cultura do automóvel”.

  4. O desperdício aliado à ausência de projetos modernos e eficientes tem reforçado nas pessoas que é melhor se virar sozinho com seu carro ou moto do que esperar coletivamente por transporte de qualidade. Mesmo que atitudes assim gerem "a poluição do ar, o aumento das doenças respiratórias, a dependência de combustíveis fósseis, a exclusão social e o aumento dos congestionamentos”, como afirma o professor Robert Cervero.

  5. Após a liberação de obras do PAC Mobilidade pode-se ver hoje como muitas capitais estão lutando com atrasos e problemas diversos na realização de grandes projetos. O caso de Cuiabá é exemplar: um projeto de VLT no valor de 1,4 bilhões está hoje com as obras paradas, produzindo um "corte aberto” entre a capital e a vizinha Várzea Grande, como contam matérias dos jornais regionais. Outro exemplo é Fortaleza, como informa editorial do jornal O Povo: "a linha leste do metrô de Fortaleza, obra de grande importância para a área de transportes da Capital, caminha a passos lentos e não há garantia plena de que os recursos federais vão fluir de acordo com as necessidades”.

  6. As soluções, tal e qual os ingredientes de uma receita culinária, estão dispostas sobre a mesa. Combinar as quantidades certas na sequência correta é a única maneira de produzir um resultado aceitável. Nos últimos tempos ou temos errado na mistura, ou pesado a mão em alguns ingredientes.

  7. Soluções existem, e os exemplos estão aí para demonstrar que é possível, sem esquecer que a saída para uma grande metrópole pode não funcionar em outra. O que os novos tempos apontam é que é preciso combinar políticas públicas e tecnologia, como várias cidades ao redor do planeta já estão demonstrando. É preciso garantir a cada habitante o direito de usufruir ao máximo de sua cidade, permitindo-lhe conviver com liberdade no espaço público – a um menor tempo de locomoção corresponder sempre um maior tempo para a convivência.