sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Coordenador do MDT elogia plano de mobilidade de Goiânia e pede implantação imediata de BRTs

Em uma das sessões da Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Goiânia, cujos trabalhos foram encerrados em julho de 2010, o Coordenador Nacional do MDT, Nazareno Affonso, elogiou o plano de mobilidade estabelecido para a região metropolitana da capital goiana e defendeu a implantação imediata dos corredores de ônibus (BRTs) indicados nesse plano.
Vista aérea de Goiânia
 
O Coordenador Nacional do MDT, arquiteto e urbanista Nazareno Affonso, elogiou na Câmara Municipal de Goiânia o plano de mobilidade estabelecido para a região metropolitana da capital goiana e defendeu a implantação imediata dos corredores de ônibus (BRTs) indicados nesse plano.

Nazareno foi um dos especialistas ouvidos pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Goiânia que encerrou seus trabalhos em julho de 2010, após quase três meses de reuniões.

Nazareno Affonso

A CEI foi criada para identificar as causas de uma crise no sistema público de transporte na capital goiana após a mudança de 27 linhas de ônibus; houve protestos, quebra-quebras em terminais e paralisação de motoristas. CEI emitiu um relatório ao final, com exigências e recomendações.


Análise positiva do sistema

 
Centro de Controle Operacional da Via Oeste
Em sua exposição, no dia 7 de julho de 2010 – a última sessão da CEI antes da elaboração do relatório – o coordenador do MDT elogiou o plano estabelecido para a região metropolitana. Ele ressaltou que Goiânia elaborou o seu plano diretor e, em seguida, estabeleceu um projeto de transporte integrado ao plano diretor e mais tarde, tudo isso foi incorporado ao plano metropolitano, coordenado pela Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo e promoveram a licitação com base no planejamento realizado.
Terminal de Goiânia
“Agora, estão implantando todo o processo de gestão, que prevê um Centro de Controle Operacional (CCO) para coordenar o serviço de ônibus, algo parecido com o que existe nos sistemas de metrô. Será, então, possível saber onde estará e com que velocidade se deslocará cada ônibus; o CCO saberá se um determinado ônibus de uma determinada linha está adiantado ou atrasado, ou, ainda se encontrou algum problema, o que permitirá intervenções para ajustar o serviço. Serão disponibilizadas informações sobre cada linha por meio do celular e em alguns pontos do sistemas haverá painéis indicando o posicionamento de cada coletivo. E os abrigos e terminais estão sendo requalificados”, disse Nazareno Affonso.
Abrigos de ônibus qualificam o transporte


Contudo, o especialista considerou ser preciso avançar mais e rapidamente, de modo a tornar a Região Metropolitana de Goiânia detentora de um sistema sobr pneus que possa servir muito bem a população e se constituir em referência nacional e mesmo internacional. “É preciso avançar na requalificação do corredor já existente – o Corredor Anhanguera, transformando-o efetivamente num sistema de BRT. E é preciso implantar, também em moldes avançados, o outro corredor previsto no sistema. Com isso, Goiânia passará a contar com um sistema estrutural que cortará cidade nos sentidos Leste-Oeste e Norte-Sul, facilitando a organização do sistema alimentador da própria cidade e cidades vizinhas.”

Requalificar a infra-estrutura

 
BRT de Curitiba
Ele também assinalou que serão necessários investimentos para requalificar a infra-estrutura do transporte público. “O sistema de gestão e as perspectivas dos corredores são uma grande notícia, mas o poder público deverá investir firme na requalificação das vias da cidade. E adotar política que livrem espaço para os veículos de transporte publico; uma forma será proibir o estacionamento de automóveis em certas regiões da cidade, abrindo uma ou mesmo duas faixas de rolamento para os ônibus ou para ciclofaixas”.

Em seu pronunciamento na CEI, Nazareno Affonso mostrou os principais pontos nocivos da política de mobilidade urbana centrada no automóvel, e apresentou a visão do MDT para uma política pública de mobilidade que tenha como base o transporte público de qualidade acessível a toda a população, os transportes não motorizados e o favorecimentos dos pedestres e de pessoas com necessidades especiais.


Informativo Movimentando
Cristina Baddini Lucas - Assessora do MDT